3. Qual dos nomes de Deus Moisés deveria dar aos israelitas, quando falasse de quem tinha lhe enviado?
Letra C - "Eu sou o que Sou" foi a resposta dada por Deus a Moisés, quando perguntou sobre o Seu nome. Cf. Êxodo 3:13-14.
EU SOU O QUE SOU
Um dos eventos mais significativos na
vida do povo do Senhor na história redentiva é o êxodo. Entretanto, por mais
importante que o êxodo seja, é ainda mais importante para nós ver que, em Êxodo
3, Deus revela a magnificência majestosa do caráter dele. É uma magnificência
que contém duas verdades gloriosas, indissociavelmente ligadas, sem as quais o
Deus cristão não poderia ser entendido ou adorado. Por mais importante que a
salvação de Israel do Egito seja, ela não poderia ser devidamente entendida a
menos que seja enquadrada dentro da revelação do caráter duplo de Deus,
conforme expresso pela própria declaração de Deus e conforme revelado na sarça
ardente.
Enquanto Deus
vem a Moisés, ele anuncia a si mesmo como “o Deus de teu pai, o Deus de Abraão,
o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó” (Êxodo 3.6). Aqui, Deus identifica a si
mesmo como o Deus da aliança, aquele que soberanamente iniciou um
relacionamento com o povo dele. A primeira coisa que Deus quer que Moisés
reconheça é que ele é um Deus que está com o povo dele (v. 12), que o livrará
do Egito (v. 8) e que o redimiu para o propósito de adorar somente a ele (v.
12). Deus está realizando o propósito da aliança dele com Israel através de
Moisés. Moisés reconhece o ônus único deste chamado de Deus. Então, ele hesita.
Ele procura por uma saída. Ele primeiro aponta para sua própria insuficiência
(“Quem sou eu?”; v. 11), e Deus aponta para a total suficiência dele (“Eu serei
contigo”; v. 12).
Mas aí Moisés
pergunta algo que poderia, à primeira vista, parecer estranho. Ele quer saber o
nome de Deus. A razão pela qual ele pergunta pelo nome de Deus é porque, como
vemos no Antigo Testamento, o nome de alguém frequentemente designa o caráter
da pessoa. Moisés está pedindo a Deus por uma revelação do caráter dele para
que Israel pudesse saber que aquele que chamou Moisés é suficiente. Ele é capaz
de realizar o livramento prometido.
O nome que Deus dá a Moisés – “EU SOU O QUE SOU” – é uma
revelação da total e completa suficiência de Deus em si mesmo. É uma revelação
da asseidade de
Deus. Somente ele é dele mesmo (a se). Deus, e somente Deus, não
depende de nada. E isso significa, para Moisés e para Israel, que Deus não é
dependente da cooperação de Faraó para realizar o que ele prometeu.
Esse nome de Deus – “Eu Sou” – é a forma raiz do nome Yahweh.
João Calvino corretamente diz que esse nome nos é dado no Antigo Testamento
“para que nossas mentes possam ser repletas de admiração conforme a essência
incompreensível de Deus é mencionada”. Tal “essência incompreensível”, dada no
nome Yahweh, é mencionada mais de 5 mil vezes no Antigo Testamento. Em Êxodo 3,
portanto, Deus identifica a si mesmo de duas maneiras. Ele diz a Moisés que é o
Deus da aliança, que está com o povo dele, e que ele é o Deus que existe em si
mesmo, o qual não precisa de nada a fim de ser quem é e de fazer o que ele
planeja fazer.
Isso nos leva à sarça ardente. O propósito daquele milagre não
era simplesmente para que Moisés pudesse ficar maravilhado; era para exibir
o caráter duplo de Deus, que ele mesmo havia anunciado a Moisés. A
sarça ardente ilustra o que os teólogos chamam de transcendência e imanência de
Deus. A revelação da sarça ardente era uma revelação que o “Eu Sou” é e sempre
será totalmente independente e suficiente em si mesmo. Ele é total e
completamente Deus mesmo quando promete e planeja “descer” (Êxodo 3.8) para
estar com o povo dele e para redimi-lo. A sarça ardente nos aponta para aquela
revelação culminante daquele que é total e completamente o Deus que existe em
si mesmo. Ela nos aponta para o próprio Jesus Cristo (Mateus 1.23; 28.20). A
revelação do caráter duplo de Deus em Êxodo 3 é essencial para a compreensão de
todos que procuram se engajar na tarefa bíblica da apologética. Nenhuma outra
religião na face da terra reconhece esse tipo de Deus. A fé que nós defendemos
é totalmente única. Ela começa e termina com a revelação deste mistério
majestoso do caráter de Deus dado a nós na Escritura Sagrada.
Por: K. Scott Oliphint. © 2016
Ligonier. Original: GOD
Este
artigo faz parte da edição de Janeiro de 2016 da revista Tabletalk.
Tradução: João Pedro Cavani. Revisão: Yago Martins. © 2016
Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br.
Original: EU
SOU O QUE SOU
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