“Me obedeça, menino, ou vou chamar a Viúva Machado para comer o teu fígado”, era quase que cantado por muitas mães natalenses para amansar seus filhos.
A Viúva Machado é umas das lendas urbanas mais conhecidas da cidade.
Lendária, Amélia Duarte Machado nasceu em 1881 e morreu cem anos depois.
Ainda jovem casou com o português Manoel Duarte Machado, homem rico, proprietário de muitas terras, comerciante de sucesso, com loja grande no bairro da Ribeira (Despensa Natalense), além de incentivador da aviação, doando terras para a construção do primeiro campo de pouso de aviões da cidade, na área na qual foi construído o campo de pouso de Parnamirim.
Os atuais bairros de Morro Branco e Nova Descoberta foram propriedade de Manoel Machado, que, falecido em 1934, deixou grande herança para a consorte, que passou a administrar os seus negócios.
Daí nasceu a lenda.
Como dona Amélia era viúva, empresária e sem filhos, mas gostava muito de crianças, sempre brincando com elas, as histórias seguiram em caminho contrário.
Começaram a surgir histórias de que ela comia fígado das crianças e que, como um Lobo Mau, tinha orelhas muito grandes e disformes.
Os boatos levaram-na a se isolar, aumentando ainda mais o mistério.
Em dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em História, da UFRN, com título Amélia Duarte Machado, a Viúva Machado: a esposa, a viúva e a lenda na Cidade do Natal (1910-1930), Ariane Liliam da Silva Rodrigues Medeiros, resgata essa personalidade histórica de nossa cidade, apontado como “morreu” a mulher e nasceu a lenda (https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/19553/1/ArianeLiliamDaSilvaRodriguesMedeiros_DISSERT.pdf)
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