AS MULHERES DA REFORMA

AS MULHERES DA REFORMA

Quando falamos sobre a Reforma Protestante, lembramos dos reformadores, grandes homens de Deus como Lutero, Calvino, Zwinglio, Bucer, Knox e outros. Mas quase nunca mencionamos as mulheres de Deus que muito contribuíram para a Reforma, também. Cito alguns exemplos:

Catarina Schulz Zell (1497-1562), de Estrasburgo. Catarina era uma mulher culta, grande leitora de Lutero. Casou-se um com um ex-sacerdote que havia sofrido excomunhão. Catarina recebia em sua casa muitos líderes da Reforma, entre eles o próprio Calvino. Além de acolher, em sua casa, pessoas perseguidas por causa da reforma. Catarina também escrevia muitas cartas; nelas, incentivava as mulheres dos fugitivos a permanecerem firmes na fé. Catarina também escreveu um comentário sobre os Salmos 51 e 130, sobre o a oração dominical e sobre o Credo. 

Claudine Levet (1532-?). Atuou em Genebra. Antoine Fromment, pastor protestante da época, foi quem relatou as atividades dela. Deixando para trás todas as suas pompas, Levet aplicou suas posses no socorro aos pobres, principalmente aos da família da fé, e os que haviam fugido perseguidos por causa da Reforma, recebendo-os em sua casa. 

Marie Dentière foi uma mulher que também atuou em Genebra. Dentière publicou vários livros, contribuindo, com eles, para a Reforma. Dentre seus livros podem ser destacados: A guerra e o livramento da cidade de Genebra (1536), Reforma genebrina entre 1504 a 1536, Defesa das mulheres e Uma carta muito útil (1539), duas cartas escritas para a rainha Marguerite de Navarra. Em sua carta à rainha, Dentiére diz: "Embora não seja permitido a nós (mulheres) pregar em assembleias públicas e nas Igrejas, não obstante não nos é proibido escrever e admoestar uma a outra com todo o amor. Não somente para vós, senhora, desejei escrever esta carta, mas também comunicar coragem a outras mulheres mantidas em cativeiro, afim de que todas elas não temam ser exiladas do seu país, parentes e amigos, como eu mesma, por causa da Palavra de Deus..."

Outro exemplo é o da calvinista inglesa, Rachel Specht. Em 1621, Specht usou a parábola dos talentos para defender o direito das mulheres para falar do Evangelho. Ela argumentava dizendo que as mulheres receberam corpo, alma e espírito de Deus. A alma, dizia ela, era o lugar onde habita a mente, a vontade e o poder. Indagava: por que Deus daria todos estes talentos a elas se não para serem usados? Deixar de usá-los, Specht argumentava, seria uma irresponsabilidade. Portanto, as mulheres precisavam assumir o compromisso com o Evangelho, ou teriam que responder diante do Senhor pelo mau uso dos seus talentos.

Essas foram alguns exemplos de mulheres que muito contribuíram para a Reforma. Não podemos esquecer de mencioná-las; tampouco, podemos ignorar seu legado e herança para a Reforma. Assim como os reformadores, essas mulheres são exemplos de fé, fidelidade à Palavra, intrepidez, piedade e serviço cristão. 

Soli Deo Gloria!

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