A ABERTURA DO SEGUNDO SELO - Cavalo Vermelho




     

39. Abrindo o segundo selo: quem é o cavaleiro no cavalo vermelho?  * Apocalipse 6:3-4

3  E, havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem, e vê.

4  E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.

 

*** A cor vermelha ***: Antes de falarmos do segundo ser vivente, precisamos primeiro entender a importância da cor vermelha (escarlate). A palavra grega é purrhos, que quer dizer "vermelho cor de fogo". No Antigo Testamento, vermelho está associado com derramamento de sangue (2 Reis 3:22-23; Naum 2:3); e com pecado (Isaías 1:18). Mas, uma referência interessante, está em Números 19:2, onde Deus ordenou que os israelitas trouxessem "uma novilha vermelha sem defeito, que não tenha mancha, e sobre a qual não se tenha posto jugo". Eles tinham que trazer a novilha até o sacerdote, para que ele pudesse oferecê-la em sacrifício a Deus. Então, vermelho também estava associado com sacrifício. No Novo Testamento, a cor vermelha está associada com Satanás (o dragão vermelho, Apocalipse 12:3); com uma Besta (Apocalipse 17:3); com uma prostituta vestida em escarlate, que “tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua fornicação”, e que “estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus” (Apocalipse 17:4, 6). Então, com base nos dois Testamentos, a cor vermelha representa derramamento de sangue, sacrifício, e perseguição por causa da presença do pecado no mundo.

*** O segundo ser vivente ***: Levando-se em consideração o significado da cor vermelha, podemos imaginar que o segundo ser vivente que está chamando o cavalo vermelho e o cavaleiro, é o que se parece com um bezerro. Os bezerros eram animais usados no ritual de sacrifício no antigo Israel. Esse ritual apontava para o sacrifício que Cristo um dia iria oferecer por Seu povo. Antes de Jesus vir à Terra como ser humano, o povo de Deus deveria oferecer sacrifícios a Deus, na expectativa do Messias que viria no futuro. Após a cruz, passamos a olhar para trás, para o sacrifício que Ele fez por nossa causa. Da mesma forma como na abertura do primeiro selo, o segundo ser vivente chamou outro cavaleiro e seu cavalo, que saíram do Céu, com destino à Terra.

*** O cavaleiro recebeu o poder de retirar a paz da Terra ***: A bíblia diz que Jesus recebeu Sua autoridade do Pai (Mateus 28:18; Mateus 11:27; João 3:35; João 5:22; João 13:3; João 17:2; Efésios 1:19-23). O pai deu autoridade ao Filho para que Ele pudesse deixar claro para os habitantes da Terra, que eles têm o direito de escolha. Apocalipse 6:4 ecoa a mensagem de Mateus 10:34-36, onde Jesus está instruindo os discípulos: “Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.” Após receberem a mensagem do Evangelho (vento representado pelo primeiro cavaleiro), as pessoas se deparam com a necessidade de tomarem uma decisão: aceitarem ou rejeitarem a mensagem. De qualquer forma, a paz é retirada. Aqueles que rejeitam a mensagem, deixam de receber a paz espiritual que preenche os fiéis, mesmo em tempos difíceis. E por causa dessa rejeição, várias formas de perseguição começam a surgir, e em diferentes intensidades. Aqueles que aceitam o Evangelho, podem sentir paz espiritual, mas passam a ser o foco da oposição daqueles que não aceitam a mensagem.

*** Uma grande espada ***: Os versos em Mateus 10:34-36, Efésios 6:13,17, Hebreus 4:12, Apocalipse 1:16, Apocalipse 2:16, Apocalipse 19:21, e Apocalipse 19:15, nos levam a pensar que a Palavra de Deus é a grande espada de Apocalipse. Essa divisão nos faz lembrar da perseguição que Paulo sofreu enquanto pregava na Ásia Menor. Também nos faz lembrar da perseguição que a igreja sofreu nos primeiros séculos, mencionada na carta à igreja em Esmirna (estudo #15 e #16). O ponto é que, só existem dois lados nessa batalha espiritual: o lado daqueles que estão com Deus, e o daqueles que não estão. Os limites estabelecidos pela Palavra de Deus estão claramente demarcados, e separam os dois lados. Hebreus 4:12 diz: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”.

*** Pergunta: não é Satanás que causa divisão na igreja? ***: A resposta não é exatamente ‘sim’ ou ‘não’. A bem da verdade é que Satanás quer que o povo de Deus caia em pecado e se distancie de um relacionamento verdadeiro com Deus. E ele trabalha nessa direção. Mas, sua estratégia geral aparenta estar mais ligada com a intenção de misturar as filosofias de uma maneira indiferenciável. Quando as pessoas não têm como distinguir verdades espirituais das meias-verdades, as doutrinas falsas se tornam mais aceitáveis. Apocalipse 18:3 diz que todas as nações haviam sido enganadas pelas mentiras do poder que, no final dos tempos, procura se posicionar no lugar de Deus (representado simbolicamente por Babilônia). Esse engano é global. Satanás quer esfumaçar a percepção das pessoas, enquanto Cristo quer que Seu povo e Sua verdade se destaquem.

*** Que se matassem uns aos outros ***: É interessante notar que o cavaleiro com a espada não é quem saiu para matar. O cavaleiro tirou a paz, e são as próprias pessoas que estão se matando umas às outras. Para podermos entender melhor porque Jesus permite que Seu povo sofra perseguição (ao retirar a paz), precisamos entender o significado simbólico da espada. Imagine que cada pessoa nesse mundo seja um nome em uma folha de papel. Deus quer identificar cada um de Seus seguidores. Ele quer tornar claro para o mundo, que aquelas pessoas pertencem a Ele. A espada é como uma grande caneta-tinteiro, que Deus abastece com o sangue de Jesus, e a usa para sublinhar o nome de Seus seguidores. Dessa maneira, o povo de Deus e Sua verdade se tornam facilmente identificáveis. Por outro lado, isso faz com que o povo de Deus se torne vulnerável à perseguição. Se torna, aparentemente, um alvo fácil aos ataques do inimigo. Satanás então, procura apagar esses nomes da folha. Deus permite que isso aconteça porque Satanás pode apagá-los apenas dessa página temporária, que é simplesmente um rascunho. O inimigo não pode apagar os nomes do povo escolhido de Deus no Livro da Vida.

Vítimas de guerra vão existir nessa batalha, nos dois campos. Jesus alertou Seu povo dizendo que quem O seguir irá sofrer perseguição (João 16:33), e quem quiser ganhar a vida eterna, poderá perder sua vida terrena (Mateus 10:38-39). Ataques podem vir diretamente através de perseguição, como uma tentativa de eliminar aqueles que crêem. Ataques podem também vir indiretamente, quando diferentes grupos de inimigos estão lutando entre si, fazendo com que o povo de Deus seja pego no meio. A bem da verdade, é Satanás que, muitas vezes, é a força por trás de diferentes grupos que aparentam estar em lados opostos.

*** Aplicação simbólica e profética ***: A luta, matança, e perseguição, podem ser entendidas tanto literalmente como espiritualmente. Vamos, por um instante, pensar em quantas guerras pelo mundo afora, ocorreram em nome da religião, ou ligadas à um preceito religioso. Vamos agora trazer esse conceito para uma escala menor, e pensar em quantas vezes, discórdia e discussões veementes ocorrem dentro da igreja. Se a coisa mais importante ao debater um assunto espiritual é que apenas uma opinião pessoal prevaleça sobre todas as outras, a todo e qualquer custo, sem compaixão e amor uns pelos outros, então, de acordo com Cristo, é o mesmo que cometer um assassinato (Mateus 5:21-26). Toda vez que escolhemos não nos comportar e viver de acordo com o exemplo deixado por Cristo, passamos a exibir o comportamento oposto, e assim, matamos espiritualmente uns aos outros.

O tempo profético que se encaixa com a abertura do segundo selo, é o mesmo que vimos na igreja em Esmirna. Foi um período em que o povo passou por perseguição severa durante o segundo e terceiro séculos (veja os estudos #15 e #16). Mas esse é um processo que vemos por todos os tempos da História, e até mesmo a nível pessoal. A aplicação vai além de um período específico de tempo.

*** Visão Geral ***: Jesus é o segundo cavaleiro, que recebeu todo poder do Pai. Ele traz em Sua mão a Palavra de Deus. A decisão que as pessoas tomam após ouvirem Sua mensagem é crucial, e determina em que lado da guerra espiritual elas estão. A guerra que Deus se interessa mais não é a que é travada com armas terrenas, mas sim a que tem consequências eternas, na qual lutamos com a verdade de Deus e com obediência aos Seus mandamentos (2 Coríntios 10:3-6). A nossa única proteção é aceitar o sacrifício de Jesus por nós. Quando as pessoas se apresentam diante de Deus, em nome de seu próprio mérito e sangue, elas estão declarando que não precisam de um Salvador. Isso quer dizer que elas aceitam o preço da morte eterna. Quando nos apresentamos diante de Deus, em nome do sangue de Jesus, nos apresentamos como povo redimido, e com a dívida de morte eterna já paga por completo. Da mesma maneira que Jesus prometeu ao vencedor na igreja de Esmirna, Vida Eterna é a nossa recompensa quando permitimos que Ele sublinhe nossa vida com Seu sangue redentor.

Postar um comentário

0 Comentários

Postagem em destaque

Metodologia do Ensino da Matemática e da Física -  Avaliação Módulo lll