EUA ampliam investigação de segurança da vacina contra covid-19 da AstraZeneca

 


Imagem: © REUTERS



A Food and Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, ampliou sua investigação de uma doença grave no estudo da vacina contra a COVID-19 da multinacional farmacêutica AstraZeneca e analisará dados de testes anteriores de vacinas semelhantes desenvolvidas pelos mesmos cientistas, informou a Reuters.

O grande ensaio da AstraZeneca nos EUA, em estágio avançado, foi paralisado desde 6 de setembro, depois que uma participante do estudo na Grã-Bretanha sofreu graves efeitos colaterais; acredita-se ser uma doença chamada mielite transversa, uma inflamação neurológica na coluna que causa lesão na medula espinhal com vários graus de fraqueza, alterações sensoriais e disfunção autonômica.

Uma segunda vítima que participava dos testes da vacina da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford também sofreu graves efeitos colaterais semelhantes ao da primeira vítima. A segunda apresentou “sintomas neurológicos inexplicáveis” na terceira fase dos testes, após tomar uma segunda dose da vacina.

Preocupação de especialistas

Após a empresa confirmar que dois voluntários do Reino Unido sofreram de doenças neurológicas graves, especialistas expressaram preocupação sobre os testes da vacina da AstraZeneca e o que pode acontecer com os 18.000 voluntários que participam do experimento clínico.

“Se houve dois casos, então isso começa a parecer um padrão perigoso”, disse Mark Slifka, especialista em vacinas da Oregon Health and Science University.

“Se um terceiro caso de doença neurológica surgir no grupo da vacina, então esta vacina pode ser descartada.”

No Brasil, logo após o primeiro incidente, médicos também se mostraram preocupados com a segurança das vacinas contra o coronavírus. O anestesiologista Dr. Luciano Dias Azevedo, ex-oficial médico da Marinha do Brasil na Amazônia e com grande experiência em navios-hospitais e atendendo a populações ribeirinhas e indígenas da região, disse:

“Sou a favor de vacinas! Vacinas e saneamento básico mudaram a história da saúde pública! Não é fácil desenvolver uma vacina, leva anos! É inaceitável inocular algo no corpo de gente saudável sem que antes tenhamos certeza ser seguro! Esse é mais um absurdo goela abaixo nessa pandemia”

O virologista e professor da USP, Dr.Paolo Zanotto, também se manifestou nas redes sociais após os testes fazerem uma segunda vítima. Ele afirma que a questão de segurança das vacinas contra covid-19 é “preocupante”.

 

Cautela é necessária

Os dados solicitados pelo FDA devem chegar esta semana. A agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos precisaria de tempo para analisá-los, disseram fontes à Reuters.

Reguladores no Reino Unido, Brasil, Índia e África do Sul permitiram que a AstraZeneca retomasse seus ensaios clínicos.

Segundo fontes da Reuters, o FDA, no entanto, quer determinar se efeitos colaterais semelhantes surgiram em testes de outras vacinas projetadas pelo parceiro da vacina contra o vírus chinês da AstraZeneca, os pesquisadores da Universidade de Oxford.

 

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