Tarefa
3 - CAPÍTULO 3 - Caso
2 - Fica vivo!
Em
2002, o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública ─
CRISP realizou uma pesquisa detalhada dos homicídios na capital
mineira. A pesquisa apontou um resultado preocupante: o crescimento
da participação dos jovens com menos de 24 anos envolvidos em
mortes violentas como vítimas de homicídios e, nesse caso, também
como autores. O problema nesse caso foi o crescimento dos homicídios
entre os jovens. Por essa razão, surge a proposta de intervir nesse
cenário.
A
pesquisa realizada pelo CRISP sobre os homicídios entre os jovens
foi essencial na análise do problema e no conhecimento mais
aprofundado desses crimes.
Seus
resultados possibilitaram a elaboração do projeto Fica Vivo!. O
levantamento dos dados mostraram as características dos homicídios
em diferentes regiões da capital mineira, permitindo identificar os
locais onde os problemas era mais graves.
Entretanto,
além desse primeiro diagnóstico, o levantamento e análise de
outras informações, como características da região e da
comunidade (geografia, escolaridade dos moradores, perfil dos
indivíduos envolvidos nos crimes, a existência ou não de gangues,
escolas e outros espaços públicos na comunidade etc.) foram
fundamentais para o planejamento, implantação e desenvolvimento
desse programa.
Estabelecimento
de objetivos e metas a serem alcançados:
O
programa busca conciliar a redução dos fatores de risco e o
fortalecimento dos fatores de proteção social, como a escola,
família e comunidade.
Foram
estabelecidas, dentre outras, as seguintes metas:
1.
Fortalecer e mobilizar a comunidade, capacitando-a para a resolução
de problemas relacionados à segurança pública.
2.
Estimular a articulação entre órgãos públicos e organizações
não governamentais para que, trabalhando conjuntamente, formassem
uma rede local de proteção social que aumentasse a oferta e
aprimorasse os serviços públicos e privados para a população.
3.
Ampliar as oportunidades de educação, cultura, lazer e
profissionalização.
4.
Incentivar o debate sobre os problemas de segurança na comunidade.
Métodos
e estratégias de atuação
O
Fica Vivo! une intervenção estratégica e proteção social com o
objetivo de reduzir a criminalidade. Para isso, foram planejadas:
*
Intervenção estratégica: formada por grupos de base local que têm
a seguinte composição:
1)
Secretaria de Estado e Defesa Social: representantes da Subsecretaria
de Assuntos Penitenciários, Superintendência de Prevenção à
Criminalidade, Superintendência de Integração de Polícias.
2)
Polícia Civil: delegados Seccionais e Distritais responsáveis pelas
áreas atendidas pelo programa Fica Vivo!, e das delegacias
especializadas (tóxicos, homicídios etc.).
3)
Polícia Militar: comandantes de Batalhão, comandantes de Cia. E
comandantes do Grupamento Especializado em Policiamento de Áreas de
Risco ─ GEPAR. O GEPAR foi considerado parceiro importante por ter
profundo conhecimento da região atendida.
4)
Ministério Público: promotores criminais, mais especificamente, das
áreas, Tóxico, Infância e Juventude e Combate ao Crime Organizado
e de Crimes Dolosos contra a Vida.
5)
Judiciário: Juízes Criminais, Execução Criminal e da Infância e
Adolescência.
A
proposta desses grupos era de trabalhar com repressão qualificada.
Grupamento
Especializado em Policiamento de Áreas de Risco – GEPAR
O
GEPAR, implantado em Uberlândia, no final de fevereiro de 2005, atua
com o intuito de garantir a segurança aos moradores, promovendo a
prevenção e repressão qualificada aos crimes violentos, com o
objetivo de reduzir os índices criminais desses locais e ainda
traçar estratégias para reduzir a mão-de-obra disponível para a
prática de crimes. A atuação do grupo está baseada na filosofia
de trabalhar o contexto social das áreas de risco, visando resgatar
a credibilidade da comunidade local para com a polícia militar,
através da áreas socias de polícia preventiva e repressiva. Os
policiais militares pertencentes ao GEPAR executam suas atividades
dentro de três pilares: a prevenção, a repressão qualificada e a
promoção social.
O
projeto parte também do pressuposto de que o acolhimento aos jovens
envolvidos em situações de violência possibilita-lhes
alternativas, funcionando de maneira preventiva e diminuindo a
proximidade deles com o crime.
Pensando
em um período de doze meses podemos sugerir, como exemplo, o
seguinte cronograma de atividades para um projeto como o Fica Vivo!:
Etapa
1: grupo de gestão
Por
ter se transformado em uma política de governo, o Fica Vivo! está
inserido na estrutura organizacional da Secretaria de Estado de
Defesa Social de Minas Gerais ─ SEDS, submetido à Superintendência
de Prevenção à Criminalidade, responsável
por implantar e coordenar políticas públicas de segurança
alternativas às atividades policiais e da justiça.
Etapa
2: organizar, mobilizar recursos e parceiros
Como
já pode ser adiantado, o Fica Vivo! depende muito das parcerias,
tanto governamentais quanto locais. Os grupos locais de base são
formados por representantes da Superintendência de Prevenção à
Criminalidade, Polícias Civil e Militar, Ministério Público e
Judiciário. Além desses, o programa depende de parceiros locais,
entidades e pessoas que têm um papel central na manutenção das
oficinas e no trabalho direto com os jovens. Entre esses destacamos o
papel dos técnicos e dos oficineiros.
Etapa
3: implementar as ações previstas no cronograma
Entre
outras ações, pode-se destacar:
1.
A implementação de várias oficinas, a realização de eventos
festivos e de prestação de serviços.
2.
A atuação do GEPAR promovendo o policiamento preventivo à
comunidade.
3.
A ampla campanha de comunicação para a divulgação do projeto, que
vai desde a circulação de um jornal, palestras em escolas, vinhetas
de televisão e matérias em rádios comunitárias.
Etapa
4: reformular ações em função das necessidades
Como
a comunidade possuía poucos espaços públicos que pudessem,
inicialmente, abrigar as atividades do projeto e não se dispunha de
recursos para construção de espaços, foi necessário buscar
algumas alternativas.
Foram
então estabelecidas parcerias para que igrejas, escolas ou
associações de moradores dispusessem seus espaços para que fossem
utilizados pelo projeto.
Conclusão:
Fica Vivo! - Programa de Controle de Homicídios
O
programa Fica Vivo! objetiva controlar e prevenir as ocorrências de
homicídios dolosos em áreas com altos índices de criminalidade
violenta em Minas Gerais, melhorando a qualidade de vida da
população. O programa de controle de homicídios é executado por
meio dos Centros de Prevenção à Criminalidade (CPCs), sedes de
referência para as comunidades atendidas.
O
Fica Vivo! oferece cerca de 600 oficinas voltadas para o esporte, a
arte e a cultura para jovens de 12
a 24 anos
em situação de risco social. Nas áreas onde foi implantado, a
redução
média
de homicídios de jovens é de até
50%
e faz também acompanhamento especializado.
As
oficinas realizadas pelo programa Fica Vivo! são estratégias de
aproximação e atendimento aos jovens articuladas às
características das áreas atendidas, tais como aspectos
criminais, culturais, sociais, históricos e geográficos.
Implantadas em diferentes locais das áreas de abrangência do CPC,
as oficinas focam na prevenção à criminalidade, a
potencialização do acesso dos jovens aos serviços e aos
espaços públicos, a possibilidade da vivência do direito de ir
e vir, o favorecimento da inserção e da participação dos
jovens em novas formas de grupos, a discussão de temas relacionados
à cidadania e aos direitos humanos e a criação de espaços de
resolução de conflitos e rivalidades.
Eixos
de Atuação do Programa Fica Vivo!:
- Intervenção estratégica e proteção social: Reúne os órgãos de Defesa Social, o Poder Judiciário, o Ministério Público e as prefeituras municipais, tendo como responsabilidade o planejamento e a coordenação de uma repressão qualificada e eficiente.
- Proteção social: Constitui-se a partir de ações de atendimento e de trabalho em rede. Os atendimentos objetivam favorecer a construção de modos de vida distintos do envolvimento direto com a criminalidade e suas ações são realizadas por meio de oficinas, projetos locais, multiplicadores e grupos de jovens.
Disponível
em:<https://www.ijuci.org.br/acoes/fica-vivo/>.
Acesso em 1º abr 2019.
Referências
Fica
Vivo!
<http://www.seguranca.mg.gov.br/2013-07-09-19-17-59/programas-e-acoes>.
Acesso em 30 mar 2019.
Programas
e ações: Prgrama Fica Vivo!Disponível
em:<https://www.ijuci.org.br/acoes/fica-vivo/>.
Acesso em 1º abr 2019.
SOUZA,
Elenice. Disponível
em:<www.comunidadesegura.org/files/grupoespecializadoemareasderisco.pdf>
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