Polícia Comunitária - T3


Disciplina: Estudo de Casos de Policiamento Comunitário
Responsável:Érica de Matos Severino
Identificação da tarefa: Tarefa 3. Envio de arquivo.

Pontuação: 05 pontos de 40
Janildo da Silva Arantes



TAREFA 3



Faça um resumo acerca do estudo de caso Fica Vivo.
Vale de 0 (zero) a 05 (cinco) pontos desde que você envie no prazo determinado e alcance os objetivos propostos.


Tarefa 3 - CAPÍTULO 3
Caso 2 - Fica vivo!
O Programa Fica Vivo! é um programa de prevenção social à criminalidade que possui foco na prevenção e na redução CVLIs dolosos de adolescentes e jovens, atuando em áreas que registram maior concentração de homicídios.  O programa Fica Vivo! articula dois eixos de atuação: Proteção Social e Intervenção Estratégica.
Em 2002, o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública ─ CRISP realizou uma pesquisa detalhada dos homicídios na capital mineira. A pesquisa apontou um resultado preocupante: o crescimento da participação dos jovens com menos de 24 anos envolvidos em mortes violentas (CVLI) como vítimas de homicídios e, nesse caso, também como autores. O problema nesse caso foi o crescimento dos homicídios entre os jovens. Por essa razão, surge a proposta de intervir nesse cenário.
Essa pesquisa realizada pelo CRISP foi essencial na análise do problema e no conhecimento mais aprofundado desses crimes.
Os resultados estatísticos possibilitaram a elaboração do projeto. O levantamento e a posterior análise de dados mostrou as características dos homicídios em diferentes regiões da Grande BH, permitindo identificar os locais onde os problemas eram mais graves. Esse levantamento e sua análise foram fundamentais para o planejamento, implantação e desenvolvimento desse programa.
O estudo desses dados levou à criação do de um grupo de discussões. Faziam desse grupo parte membros das polícias militar e civil, administradores públicos municipais das áreas de cidadania e assistência social de Belo Horizonte, Ministério Público de Minas Gerais e Organizações Não Governamentais ─ ONGs.
A comunidade da região de Morro das Pedras foi escolhida para a implementação do projeto piloto.
Estabelecimento de objetivos e metas a serem alcançados:
O programa busca conciliar a redução dos fatores de risco e o fortalecimento dos fatores de proteção social, como a escola, família e comunidade.
Foram estabelecidas, dentre outras, as seguintes metas:
1. Fortalecer e mobilizar a comunidade, capacitando-a para a resolução de problemas relacionados à segurança pública.
2. Estimular a articulação entre órgãos públicos e organizações não governamentais para que, trabalhando conjuntamente, formassem uma rede local de proteção social que aumentasse a oferta e aprimorasse os serviços públicos e privados para a população.
3. Ampliar as oportunidades de educação, cultura, lazer e profissionalização.
4. Incentivar o debate sobre os problemas de segurança na comunidade.
Métodos e estratégias de atuação
O Fica Vivo! une intervenção estratégica e proteção social com o objetivo de reduzir a criminalidade. Para isso, foram planejadas:
* Intervenção estratégica: formada por grupos de base local que têm a seguinte composição:
1) Secretaria de Estado e Defesa Social: representantes da Subsecretaria de Assuntos Penitenciários, Superintendência de Prevenção à Criminalidade, Superintendência de Integração de Polícias.
2) Polícia Civil: delegados Seccionais e Distritais responsáveis pelas áreas atendidas pelo programa Fica Vivo!, e das delegacias especializadas (tóxicos, homicídios etc.).
3) Polícia Militar: comandantes de Batalhão, comandantes de Cia. E comandantes do Grupamento Especializado em Policiamento de Áreas de Risco ─ GEPAR. O GEPAR foi considerado parceiro importante por ter profundo conhecimento da região atendida.
4) Ministério Público: promotores criminais, mais especificamente, das áreas, Tóxico, Infância e Juventude e Combate ao Crime Organizado e de Crimes Dolosos contra a Vida.
5) Judiciário: Juízes Criminais, Execução Criminal e da Infância e Adolescência.
A proposta desses grupos era de trabalhar com repressão qualificada.
Grupamento Especializado em Policiamento de Áreas de Risco – GEPAR
O GEPAR, implantado em Uberlândia, no final de fevereiro de 2005, atua com o intuito de garantir a segurança aos moradores, promovendo a prevenção e repressão qualificada aos crimes violentos, com o objetivo de reduzir os índices criminais desses locais e ainda traçar estratégias para reduzir a mão-de-obra disponível para a prática de crimes. A atuação do grupo está baseada na filosofia de trabalhar o contexto social das áreas de risco, visando resgatar a credibilidade da comunidade local para com a polícia militar, através da áreas socias de polícia preventiva e repressiva. Os policiais militares pertencentes ao GEPAR executam suas atividades dentro de três pilares: a prevenção, a repressão qualificada e a promoção social.
O GEPAR “conjuga estratégias de polícia comunitária, o policiamento orientado para solução de problemas, e a repressão qualificada como ferramentas essenciais para o controle e prevenção da criminalidade, restituição da paz e qualidade de vida em comunidades carentes”. (SOUZA, Elenice. Disponível em:<www.comunidadesegura.org/files/grupoespecializadoemareasderisco.pdf>).
O projeto parte também do pressuposto de que o acolhimento aos jovens envolvidos em situações de violência possibilita-lhes alternativas, funcionando de maneira preventiva e diminuindo a proximidade deles com o crime.
Pensando em um período de doze meses podemos sugerir, como exemplo, o seguinte cronograma de atividades para um projeto como o Fica Vivo!:
Etapa 1: grupo de gestão
Por ter se transformado em uma política de governo, o Fica Vivo! está inserido na estrutura organizacional da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais ─ SEDS, submetido à Superintendência de Prevenção à Criminalidade, responsável por implantar e coordenar políticas públicas de segurança alternativas às atividades policiais e da justiça.
Etapa 2: organizar, mobilizar recursos e parceiros
Como já pode ser adiantado, o Fica Vivo! depende muito das parcerias, tanto governamentais quanto locais. Os grupos locais de base são formados por representantes da Superintendência de Prevenção à Criminalidade, Polícias Civil e Militar, Ministério Público e Judiciário. Além desses, o programa depende de parceiros locais, entidades e pessoas que têm um papel central na manutenção das oficinas e no trabalho direto com os jovens. Entre esses destacamos o papel dos técnicos e dos oficineiros.
Etapa 3: implementar as ações previstas no cronograma
Entre outras ações, pode-se destacar:
1. A implementação de várias oficinas, a realização de eventos festivos e de prestação de serviços.
2. A atuação do GEPAR promovendo o policiamento preventivo à comunidade.
3. A ampla campanha de comunicação para a divulgação do projeto, que vai desde a circulação de um jornal, palestras em escolas, vinhetas de televisão e matérias em rádios comunitárias.
Etapa 4: reformular ações em função das necessidades
Como a comunidade possuía poucos espaços públicos que pudessem, inicialmente, abrigar as atividades do projeto e não se dispunha de recursos para construção de espaços, foi necessário buscar algumas alternativas.
Foram então estabelecidas parcerias para que igrejas, escolas ou associações de moradores dispusessem seus espaços para que fossem utilizados pelo projeto.
Conclusão:
No eixo Proteção Social, a partir da análise da dinâmica social das violências e da criminalidade dos territórios, o programa promove oficinas de esporte, cultura e arte; realiza projetos locais, de circulação e institucionais; faz atendimentos individuais dos jovens e promove Fóruns Comunitários. Além disso, o programa articula com os serviços públicos para encaminhamentos de adolescentes e jovens.
No eixo Intervenção Estratégica, o programa promove a articulação interinstitucional entre a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), as Polícias Militar e Civil, Ministério Público, Poder Judiciário e órgãos municipais de Segurança Pública. Esse eixo contempla a operacionalização de Policiamento Preventivo Especializado, realizado pelo Grupo Especializado em Policiamento de Áreas de Risco da Polícia Militar (GEPAR) que visa, dentre outros, a ampliação da sensação de segurança e da legitimidade do policiamento preventivo e das ações repressivas. Além disso, esse eixo contempla também a formação e funcionamento dos Grupos de Intervenção Estratégica (GIE), que têm como principal objetivo a prevenção e redução de conflitos e rivalidades violentas por meio da ampliação da assertividade e tempestividade das ações repressivas realizadas nas áreas de abrangência do Programa. 
Em setembro de 2006, o programa foi escolhido como um dos 48 finalistas do Prêmio Global de Excelência de Melhores Práticas para a Melhoria do Ambiente de Vida – Prêmio Dubai, criado pelo Centro das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN-Habitat) em parceria com a Municipalidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Foram inscritas 703 práticas de 88 países, sendo 243 projetos da América Latina e Caribe. Dos 48 finalistas, apenas dois são brasileiros e um deles é o Fica Vivo. 
Prevenção à Criminalidade: Programa de Controle de Homicídios Fica Vivo!
 Qual é o objetivo?
Contribuir para a prevenção e redução de homicídios dolosos de adolescentes e jovens moradores das áreas de abrangência dos Centros de Prevenção Social à Criminalidade (CPC).
Quem pode acessar?
Jovens de 12 a 24 anos, moradores de territórios onde existe um Centro de Prevenção à Criminalidade.
Como acessar?
Ir pessoalmente aos Centros de Prevenção à Criminalidade, no horário de 9h às 17h, ou ir diretamente às oficinas ofertada nos territórios.
As oficinas são estratégias de aproximação e atendimento aos jovens articuladas às características das áreas atendidas, tais como aspectos criminais, culturais, sociais, históricos e geográficos. Elas são implantadas em diferentes locais das áreas de abrangência do Centro de Prevenção à Criminalidade, articulando aspectos da singularidade do jovem e o acesso aos direitos sociais.
Os focos das oficinas são a prevenção à criminalidade, a potencialização do acesso dos jovens aos serviços e aos espaços públicos, a possibilitação da vivência do direito de ir e vir, o favorecimento da inserção e da participação dos jovens em novas formas de grupos, a discussão de temas relacionados à cidadania e aos direitos humanos e a criação de espaços de resolução de conflitos e rivalidades. 


Referências



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