Didática Aplicada à Segurança Pública

DIDÁTICA:

aplicada à Segurança Pública





















Natal/RN
2018

GLEYDSON RODRIGUES DANTAS1
JANILDO DA SILVA ARANTE2


DIDÁTICA:

aplicada à Segurança Pública




Conteúdo apresentado para a disciplina de Didática aplicada à Segurança Pública(20 horas/Aula) no Curso de Formação de Sargentos, como material complementar às aulas teóricas sob a técnica, principalmente, expositivo dialogada.














Natal/RN
2018







GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DA DEFESA SOCIAL
POLICIA MILITAR
DIRETORIA DE ENSINO
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DA POLÍCIA MILITAR – CFAPM
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS
Unidade Curricular:
Didática Aplicada à Segurança Pública
Cód: CFS18
Carga Horária: 20 h/a
EMENTA
I- CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
  • Fundamentos teóricos da didática em Segurança Pública;
  • Métodos de Ensino e Aprendizagem segundo a MCN;
  • Planejamento de unidade e elaboração do plano de aula;
  • Recursos didáticos e audiovisuais: importância e escolha;
  • Processo de avaliação da aprendizagem;
  • Educação com Direitos Humanos e Respeito aos processos cognitivos individuais.
II – OBJETIVO
Geral:
  • Capacitar o sargento PM a elaborar e executar um planejamento de unidade e um plano de aula;
  • Discutir sobre o processo de ensino-aprendizagem a partir das competências cognitivas;
  • Aprimorar o uso de recursos didáticos disponíveis;
  • Estudar os fundamentos conceituais para a formação em Segurança Pública.
Específicos:
  • Elaboração de planejamento de Unidade e Plano de Aula;
  • Entender a importância e seleção dos Recursos Didáticos e audiovisuais;
  • Reconhecer a importância do Planejamento de Unidade e do Plano de Aula; Valorizar os recursos audiovisuais como instrumentos facilitadores do processo de ensino-aprendizagem;
  • Perceber a avaliação como parte fundamental do processo de ensino-aprendizagem.
III - ESTRATÉGIAS DE ENSINO
  • Os temas abordados poderão ser desenvolvidos através de aulas expositivas, debates, trabalhos e grupo e individual, utilizando recursos didáticos disponíveis para auxiliar na fundamentação do ensino-aprendizagem.

IV- PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO

  • A avaliação deverá ser fundamentada em todo o conteúdo ministrado, podendo ser composta por questões objetivas e/ou subjetivas, valendo 100% da nota, pois se trata de uma única avaliação.
V- REFERÊNCIAS
BRAUER, Markus. Ensinar na universidade: conselhos práticos, dicas e métodos pedagógicos. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
CANDAU, Vera Maria (Org.). Reinventar a escola. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia, pedagogos para que?. São Paulo, Cortez, 1999.
_________, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2006.
MATRIZ curricular nacional para ações formativas dos profissionais da área de segurança pública. Brasília: Secretaria nacional de segurança pública, 2014.
Perrenoud, Phillippe. Ensinar:agir na urgencia, decidir na incerteza. Proto Alegre: Artmed, 2001.
PILETTI, Claudino. Didática geral. São Paulo: Editora Ática, 2001.
SCHILLING, Flávia (org.). Direitos humanos e educação: outras palavras, outras práticas. São Paulo: Cortez, 2011.
SILVA, Joao Batista da.Formaçao Policial-Militar no século XXI: diagnósticos e perspectivas. Natal. Fundação José Augusto, 2017 (Coleçao Cultura Potiguar).

Fonte: Plano de Curso – CFS 2018.1


O QUE IMPORTA É SABER O QUE IMPORTA!



[...] Conhecimento é inesquecível. Esquecível é informação. Não confunda, conhecimento com informação. Informação é cumulativa, conhecimento é seletivo.
A escola no Brasil, em grande medida, foi marcada por uma perspectiva ilustrativa, com excessivo número de informações, sem lidar, de fato, com o que seria importante. Isto é: que pudesse ser levado para dentro.
Por exemplo: não é casual que o método de avaliação mais usual no campo da escolaridade é a memória. Isto é: quanto e quantas fizeram avaliações em que se recorria à memória e não ao conhecimento. Recorria-se a capacidade de guardar informação.
Se trabalho com a ideia de conhecimento, como aquilo que vai servir para operar a vida; fazê-la funcionar; o conhecimento como solução de problemas; o conhecimento como maneira de existir de maneira mais consciente, mais nítido, menos alienado... A informação será só base para o conhecimento [...].










Mário Sérgio Cortella 3
















APRESENTAÇÃO

O que é didática? Se partirmos apenas da definição da palavra, seria: a arte de transmitir conhecimentos; técnica de ensinar; a parte da pedagogia que trata dos preceitos científicos que orientam a atividade educativa de modo a torná-la mais eficiente. Ou, em outras palavras, ensinar a ensinar. Mas essa simples definição não encerra a discussão sobre o tema.
Esse conceito de ensinar a ensinar torna-se ainda mais complexo quando decidimos aplicá-lo ao processo formativo em Segurança Pública. Para tanto, ressaltamos a peculiaridade profissional como justificativa das dificuldades inerentes a esse imbricado sistema de ensino e aprendizagem. Nós formadores, somos corresponsáveis pela qualidade dos agentes de segurança pública, pois temos a árdua tarefa de ensinar alguém a por em risco a própria vida em função, quase todas as vezes, de alguém desconhecido.
A reflexão gerada pela epígrafe – O que importa é saber o que importa!
Desse material, nos desperta a ter em mente a utilidade do conhecimento e não apenas do conteúdo, ao qual nos propomos a lecionar, inserindo a reflexão sobre a prática como exercício dos conteúdos a serem, preferencialmente, vivenciados em sala de aula. Sim, mesmos conteúdos aparentemente teóricos podem ser vivenciados, visto que a reflexão é também uma forma de prática, ou como chamaria Paulo Freire, uma práxis, ou seja, o exercício de refletir sobre o que se faz se confunde com o próprio fazer.
É sobre esse pensar sobre o fazer que nos propusemos a construir esse material que subsidiará nosso dia a dia nas aulas. Um recorte de vivências e reflexões aliadas à Matriz Curricular Nacional (MCN2014) para ações formativas dos profissionais da área de segurança pública. Uma singela contribuição para auxiliar a cada novo formador na elaboração dos conteúdos que lhe forem propostos.
Partiremos dos fundamentos teóricos da didática aplicada em Segurança Pública. Em seguida, discutiremos sobre os métodos de ensino e aprendizagem segundo a MCN2014; do planejamento e da elaboração do plano de aula; da análise sobre os recursos didáticos e audiovisuais; assim como, o processo de avaliação da aprendizagem; e, por fim, uma reflexão sobre a Educação com Direitos Humanos e o respeito aos processos cognitivos individuais.
Que tenhamos boas vivências!
1 Possui graduação em Segurança Pública pela Academia de Polícia Militar Cel. Milton Freire de Andrade (Bacharel, PMRN, 2012); Especialização em Corpo e Cultura de Movimento (UFRN, 2006); Graduação em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Bacharel/Licenciado, UFRN, 2005). Curso de Técnicas de Ensino Policial (PMRN/2016), Curso de Didática (Escola de Governo do RN, 2017). Membro da Comissão de Elaboração, Revisão e Atualização dos Planos Pedagógicos do CFO e do CHO. Tem experiência na área de Defesa, com ênfase em Segurança Pública, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação e Violência, com trabalhos publicados e defendidos em nível internacional, nacional e estadual. Atualmente é Oficial da Polícia Militar (1º Ten. PM) servindo na Academia de Polícia Militar Cel. Milton Freire de Andrade.
2 Janildo da Silva Arante, 2º Sargento PM-RN, é formado em Matemática Licenciatura Plena pela UFRN e possui diversos cursos na área de Segurança Pública. Já ministrou, junto ao CFAPM, além dessa disciplina, as disciplinas de Estatística Aplicada à segurança Pública e Didática Aplicada à segurança Pública. Atualmente está fazendo uma pós-graduação em Polícia Comunitária.
3 Fragmento: “Cortella: o que importa é saber o que importa!” Disponível em: https://youtu.be/jjZrTltzlvg. Acessado em: 02 mar. 2017


SUMÁRIO


    1. PLANO DE DISCIPLINA
    08
    2. POLÍCIA MILITAR: NOVOS TEMPOS, NOVAS EXIGÊNCIAS
    10
    11
    11
    5. MÉTODOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM SEGUNDO A MCN-2014
    16
    17
    25
    36
    9. EDUCAÇÃO COM DIREITOS HUMANOS
    37
    10. RESPEITO OS PROCESSOS COGNITIVOS INDIVIDUAIS
    38




































1. PLANO DE DISCIPLINA

Disciplina
Didática Aplicada à Segurança Pública
Carga horária
20 h/aula



Contextualização
  • O estudo da didática aplicada ao ensino policial militar é também uma verticalização na discussão do profissional de segurança pública. O ensino policial demanda uma especificidade inerente à profissão. Elaborar e executar uma boa formação produzirá, em tese, bons profissionais a serviço da sociedade. O contexto da violência na contemporaneidade exige do formador uma constante atualização de suas metodologias de ensino para poder fomentar uma melhor aprendizagem e formação qualitativa dos egressos dos cursos de formação e aperfeiçoamento.


Objetivos da disciplina
  • Capacitar o educando a elaborar e executar um planejamento de unidade e um plano de aula;
  • Discutir sobre o processo de ensino-aprendizagem a partir das competências cognitivas do educando;
  • Aprimorar o uso de recursos didáticos disponíveis;
  • Estudar os fundamentos conceituais para a formação em Segurança Pública.


Aspectos Conceituais
  • Métodos de Ensino e Aprendizagem para a Segurança Pública;
  • Planejamento de Unidade e Plano de Aula;
  • Recursos didáticos e audiovisuais: importância e seleção;
  • Processo de avaliação da aprendizagem.

Aspectos Procedimentais
  • Elaboração de um planejamento de unidade e um plano de aula;
  • Utilização de recursos didáticos e audiovisuais;
  • Avaliação da aprendizagem.


Aspetos Atitudinais
  • Reconhecer a importância do planejamento de unidade e um plano de aula;
  • Valorizar os recursos audiovisuais como instrumentos facilitadores do processo de ensino- aprendizagem;
  • Perceber a avaliação como parte fundamental do processo de ensino-aprendizagem.



Conteúdo programático
  • Fundamentos teóricos da didática em Segurança Pública;
  • Métodos de Ensino e Aprendizagem segundo a MCN;
  • Planejamento de unidade e elaboração do plano de aula;
  • Recursos didáticos e audiovisuais: importância e escolha;
  • Processo de avaliação da aprendizagem;
  • Educação com Direitos Humanos e Respeito aos processos cognitivos individuais.
Estratégias de Ensino-
aprendizagem
  • Discussão teórica aliada a exercícios práticos;
  • Método expositivo dialogado;
Avaliação da Aprendizagem
  • Avaliação continuada a partir da execução dos exercícios propostos.









Referências
BRAUER, Markus. Ensinar na universidade: conselhos práticos, dicas e métodos pedagógicos. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
CANDAU, Vera Maria (Org.). Reinventar a escola. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia, pedagogos para que?. São Paulo, Cortez, 1999.
_________, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2006.
MATRIZ curricular nacional para ações formativas dos profissionais da área de segurança pública. Brasília: Secretaria nacional de segurança pública, 2014.
PERRENOUD, Phillippe. Ensinar:agir na urgência, decidir na incerteza. Porto Alegre: Artmed, 2001.
PILETTI, Claudino. Didática geral. São Paulo: Editora Ática, 2001.
SCHILLING, Flávia (org.). Direitos humanos e educação: outras palavras, outras práticas. São Paulo: Cortez, 2011.
SILVA, Joao Batista da.Formaçao Policial-Militar no século XXI: diagnósticos e perspectivas. Natal. Fundação José Augusto, 2017 (Coleção Cultura Potiguar).

2. POLÍCIA MILITAR: NOVOS TEMPOS, NOVAS EXIGÊNCIAS.

A globalização e os avanços das tecnologias da informação e da comunicação imprimem
No âmbito da legislação educacional, desde 1971, é reconhecida a especificidade do ensino militar e ressaltada a pertinência de uma legislação própria. Contudo, a necessidade de certificação e validade dos cursos, fora muros institucionais, contribuiu para que as instituições de ensino de segurança pública buscassem alguns caminhos possíveis para o reconhecimento de seus cursos: reconhecimento pelos Conselhos Estaduais de Educação, ou através de parcerias com universidades ou, ainda, pela formulação de legislação própria no âmbito dos estados federados.
Noutro diapasão, em 2010, a Portaria Interministerial nº 258-A, resolve:


Art 1º - Criar, no Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, o eixo tecnológico Segurança, bem como aprovar a inclusão dos cursos superiores de tecnologia em segurança pública, com carga horária mínima de 1.600 horas, em serviços penais, com carga horária mínima de 1.600 horas e em segurança do trânsito, com carga horária mínima de 1.600 horas.


Tal advento, além de reconhecer as diversas possibilidades de atuação dos profissionais da área de segurança pública e de possibilitar que os cursos superiores de tecnologia em segurança pública possam ser organizados sobre diferentes ênfases, como por exemplo, segurança e ordem pública, segurança comunitária, defesa civil, polícia técnico-científica e polícia investigativa, ainda deu início a um processo sem precedentes na história da formação policial no Brasil, de interação entre as organizações policiais e inúmeras instituições de ensino superior do país.
Função disso, várias são as instituições de ensino de segurança pública e instituições de ensino superior que ofertam, atualmente, cursos superiores de tecnologia em segurança pública alinhados ao Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia. (MEC, 2010), certificando os profissionais de segurança pública e outros interessados, como tecnólogos nesse âmbito do conhecimento e ação humana. Para alguns estudiosos tal certificação é importante socialmente na medida em que contribui para a valorização profissional. Aliado a isso, há também correntes tanto dentro do âmbito da segurança pública quanto do acadêmico que entendem que esse processo deva ir além, em busca do reconhecimento da área de segurança pública como “ciência” possibilitando assim, a ampliação e aprofundamento do estudo sobre os diversos problemas e realidades nas quais atuam os profissionais dessa área.
Em outro viés - e não menos importante - tal reconhecimento cria a possibilidade de oferta de cursos de graduação e pós-graduação na área de segurança pública, produzindo um alinhamento acadêmico com outras áreas do conhecimento e ocupando uma lacuna que já há muito vem sendo preenchida em outros países, notadamente os do eixo anglo-saxão.
Como enfatiza Miguel (s.d.)


A segurança pública é um dos temas que vêm sendo discutido em âmbito acadêmico, em diversos espaços públicos, ou não, e em Congressos Internacionais, resultando em propostas de medidas para o controle do crime, o qual está cada vez mais globalizado. Nesse sentido, discutem-se várias teorias, procurando a melhor a ser aplicada nesse universo de realidades, focando a aproximação dos responsáveis profissionalmente pela segurança pública, os policiais, ou os encarregados de aplicar a lei, cada vez mais próximos do cidadão para a resolução de problemas da comunidade, buscando-se a almejada sensação de segurança e qualidade de vida. (MIGUEL, Marco Antonio. Alves. Disponível em: http://www.polmil.sp.gov.br/unidades/apmbb/pdf/artigo_1.pdf. Acesso em: 22 out 2012).


Como consequência dessa nova visão a respeito da educação em segurança pública, algumas instituições e autores vêm defendendo esta questão e organizando as atividades formativas, e mesmo suas leis de ensino considerando a segurança pública como ciência, a exemplo da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP).
Mais recentemente, o Ministério da Educação (MEC) avaliou e reconheceu o primeiro curso de Bacharelado em Ciências Policiais, ofertado pelo Instituto Superior de Ciências Policiais da Polícia Militar do Distrito Federal, primeira Instituição de Ensino Superior (IES) oriunda de uma organização policial brasileira.
A possibilidade trazida por esse reconhecimento abre espaço para a organização acadêmica e científica do conhecimento produzido pela área de segurança pública e, consequentemente, uma contribuição para a qualidade de vida, a cidadania e a construção da cultura da paz na sociedade brasileira.

3.CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Por definição, Conteúdo Programático é o programa (a listagem) de conhecimentos que o aluno tomará contato em determinado ano, série, escola. O conhecimento humano é dividido em partes: história, geografia, matemática, etc.. No entanto, estas áreas são muito extensas, englobam uma variedade de conhecimentos, necessitando de uma orientação, uma bússola, para encontrar o melhor caminho entre o ensino e a aprendizagem.
Exemplo:
Conteúdo programático da disciplina Didática Aplicada à Segurança Pública:
  • Fundamentos teóricos da didática em Segurança Pública;
  • Métodos de Ensino e Aprendizagem segundo a MCN;
  • Planejamento de unidade e elaboração do plano de aula;
  • Recursos didáticos e audiovisuais: importância e escolha;
  • Processo de avaliação da aprendizagem;
  • Educação com Direitos Humanos e Respeito aos processos cognitivos individuais.

4. FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA DIDÁTICA EM SEGURANÇA PÚBLICA

Quem envereda pelos campos do ensino se depara com termos e nomes corriqueiros, tais como: Paulo Freire, Edgar Morin, Vygotsky, Piaget, Tecnicismo, Construtivismo, Inteligências Múltiplas, etc. Entretanto, cabe ao educador não ser apenas versado em nomenclaturas, mas na aplicabilidade desses conhecimentos em sua prática.
No que se refere ao ensino em Segurança Pública, temos algumas características a analisar: são sempre maiores de 18 anos, em tese, adultos; com escolaridade média ou superior; são concursados; em sua maioria, do gênero masculino. Essas características são apenas algumas elencadas para dar inicio a nossa discussão, pois influenciam diretamente no planejamento. Conhecer o público-alvo é imprescindível.
A MCN2014 traz pontos a serem entendidos no contexto contemporâneo do Ensino em Segurança Pública, são eles: competências (subdividida entre as dimensões organizacionais e classificação por habilidades) e princípios.
4.1. Competências:
Competência é entendida como a capacidade de mobilizar saberes para agir em diferentes situações da prática profissional, em que as reflexões antes, durante e após a ação estimulem a autonomia intelectual. A MCN2014 trabalha com três conjuntos de competências:
a)Competências cognitivas: são competências que requerem o desenvolvimento do pensamento por meio da investigação e da organização do conhecimento. Elas habilitam o indivíduo a pensar de forma crítica e criativa, posicionar-se, comunicar-se e estar consciente de suas ações.
b) Competências operativas: são as competências que preveem a aplicação do conhecimento teórico em prática responsável, refletida e consciente.
c) Competências atitudinais: são competências que visam estimular a percepção da realidade, por meio do conhecimento e do desenvolvimento das potencialidades individuais; a conscientização de sua pessoa e da interação com o grupo; a capacidade de conviver em diferentes ambientes: familiar, profissional e social.
4.1.1. DIMENSÕES ORGANIZACIONAIS
O que são dimensões organizacionais?
O estudo da empresa do conhecimento e suas dimensões organizacionais caracteriza-se por dois cenários. O primeiro corresponde as dimensões organizacionais, quais são: estrutura, estratégia, tecnologia, processos gerenciais, indivíduos e seus papéis.
4.1.1.1. Institucional: Capacidades e habilidades voltadas para o trabalho em grupo, atuando positiva e assertivamente voltado para a missão institucional;
4.1.1.2. Profissional: Capacidades e habilidades para lidar com os desafios profissionais fazendo e dizendo o que se tem como certo;
4.1.1.3. Pessoal: Habilidades, valores e atitudes pessoais; bem estar físico e emocional; disposição para o aprendizado contínuo.
4.1.2. Classificação por Habilidades
O que são habilidades?
Uma habilidade é a capacidade de transformar conhecimento em ação e que resulta em um desempenho desejado.
4.1.2.1. Técnicas: Habilidades necessárias e inerentes à aplicação de seus conhecimentos para o desempenho apropriado das funções do profissional de segurança;
4.1.2.2. Administrativas: Habilidades administrativa e gerencial para o adequado exercício de suas funções;
4.1.2.3. Interpessoais: Habilidades de relacionamento com «sua clientela», a saber, a população em geral bem como de convivência com os companheiros de corporação em seu ambiente social;
4.1.2.4. Políticas: Habilidades associativas, o espírito de grupo e/ou corporativo bem como de integração e associação com o público - alvo de sua ação profissional, ou seja, a população em geral.
4.1.2.5. Cognitivas: Habilidades que requerem o raciocínio lógico abstrato.
4.2. Princípios:.
4.2.1. Éticos: Compatibilidade entre direitos humanos e eficiência policial; compreensão e valorização das diferenças;
4.2.2. Educacionais: Flexibilidade, diversificação e transformação; abrangência e capilaridade; qualidade e atualização permanente; articulação, continuidade e regularidade;
4.2.3. Didático-pedagógicos: Valorização do conhecimento anterior; universalidade; interdisciplinaridade, transversalidade e reconstrução democrática dos saberes.
Explicitamente:
4.2.1. PRINCÍPIOS ÉTICOS
4.2.1.1. Compatibilidade entre direitos humanos e eficiência policial: as habilidades operativas a serem desenvolvidas pelas ações formativas de segurança pública necessitam estar respaldadas pelos instrumentos legais de proteção e defesa dos direitos humanos, pois direitos humanos e eficiência policial são compatíveis entre si e mutuamente necessários. Esta compatibilidade expressa a relação existente entre o Estado Democrático de Direito e o cidadão.
4.2.1.2. Compreensão e valorização das diferenças: as ações formativas de segurança pública devem propiciar o acesso a conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais que valorizem os direitos humanos e a cidadania, enfatizando o respeito à pessoa e à justiça social.
4.2.2. PRINCÍPIOS EDUCACIONAIS
4.2.2.1. Flexibilidade, diversificação e transformação: as ações formativas de segurança pública devem ser entendidas como um processo aberto, complexo e diversificado que reflete, desafia e provoca transformações na concepção e implementação das políticas públicas de segurança, contribuindo para a construção de novos paradigmas culturais e estruturais.
4.2.2.2. Abrangência e capilaridade: as ações formativas de segurança pública devem alcançar o maior número possível de instituições, de profissionais e de pessoas, por meio da articulação de estratégias que possibilitem processos de multiplicação, fazendo uso de tecnologias e didáticas apropriadas.
4.2.2.3. Qualidade e atualização permanente: as ações formativas de segurança pública devem ser submetidas periodicamente a processos de avaliação e monitoramento sistemático, garantindo, assim, a qualidade e a excelência das referidas ações.
4.2.2.4. Articulação, continuidade e regularidade: a consistência e a coerência dos processos de planejamento, acompanhamento e avaliação das ações formativas devem ser alcançadas mediante o investimento na formação de docentes e na constituição de uma rede de informações e inter-relações que possibilitem disseminar os referenciais das políticas democráticas de segurança pública e alimentar o diálogo enriquecedor entre as diversas experiências.
4.2.3. PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS
4.2.3.1. Valorização do conhecimento anterior: os processos de desenvolvimento das ações didático-pedagógicas devem possibilitar a reflexão crítica sobre as questões que emergem ou que resultem das práticas dos indivíduos, das instituições e do corpo social, levando em consideração os conceitos, as representações, as vivências próprias dos saberes dos profissionais da área de segurança pública, concretamente envolvidos nas experiências que vivenciam no cotidiano da profissão.
4.2.3.2. Universalidade: os conceitos, doutrinas e metodologias que fazem parte do currículo das ações formativas de segurança pública devem ser veiculados de forma padronizada, levando-se em consideração a diversidade que caracteriza o país.
4.2.3.3. Interdisciplinaridade, transversalidade e reconstrução democrática de saberes: interdisciplinaridade e transversalidade são duas dimensões metodológicas - modo de se trabalhar conhecimento - em torno das quais o professor pode utilizar o currículo diferentemente do modelo tradicional, contribuindo, assim, para a excelência humana, por meio das diversas possibilidades de interação, e para a excelência acadêmica, por meio do uso de situações de aprendizagem mais significativas. Essas abordagens permitem que as áreas temáticas e os eixos articuladores sejam trabalhados de forma sistêmica, ou seja, a partir da inter-relação dos campos de conhecimentos. É válido ressaltar que os diversos itinerários formativos a serem elaborados com base no referencial da Matriz devem contemplar os direitos humanos, a partir das abordagens interdisciplinar e transversal. Ou seja, os temas relacionados aos direitos humanos, principalmente os vinculados à diferença sociocultural de gênero, de orientação sexual, de etnia, de origem e de geração, devem perpassar todas as disciplinas, trazendo à tona valores humanos e questões que estabelecem uma relação dialógica entre os campos de conhecimentos trabalhados nas ações formativas dos profissionais da área de segurança pública.
4.3. Elementos da Didática
Dentre os Elementos Didáticos, temos:
  • Objetivos;
  • Planos de Ação Didática;
  • Métodos e Técnicas de Ensino;
  • Conteúdos;
  • Professor/Aluno;
  • Ava lição.

OBJETIVOS

São proposições, a cerca de um papel de uma instituição, que definem, em grandes linhas, aquilo que desejamos alcançar diante de uma situação. São também mudanças no pensamento, nos sentimentos e nas ações dos alunos, respaldadas pelo processo educacional.
As metas definidas com precisão ou resultados previamente determinados, indicando aquilo que o aluno será capaz de fazer como consequência do empenho no processo ensino-aprendizagem.
Constitui o objetivo da educação a formulação do que se almeja adquirir sobre conhecimentos, atitudes-(afetiva/atitudinal) relacionados ao comportamento,    sentimentos, interesses expressos em atitudes e gostos; compreendem princípios e valores; conceitos-(cognitiva/conceitual) estão relacionados ao conhecimento, compreendem conceitos, ideias, princípios, habilidades e capacidades mentais e procedimentos-(psicomotora/procedimental) estão relacionados às habilidades motoras, implicam saber fazer coisas, ter habilidades, ter prática.
Os objetivos dividem-se em: Objetivo geral- expressa os resultados finais esperados de um curso com relação às competências e habilidades a serem adquiridas durante o processo de ensino; e Objetivo da unidade, matéria ou aula - expressa os resultados específicos esperados da unidade, matéria ou aula.
PLANOS DE AÇÃO DIDÁTICA
O plano deve apresentar:
1. Ordem sequencial;
2. Objetividade (deve estar atrelada a realidade)
3. Coerência (ideias / prática)
4. Flexibilidade
O processo de planejamento de constitui-se, portanto, de três fases: a de preparação ou elaboração, a de desenvolvimento ou execução e a de aperfeiçoamento ou avaliação.
Na Fase de preparação ou elaboração dos planos são previstos todos os passos, visando assegurar a sistematização, o desenvolvimento e a consecução dos objetivos propostos, selecionando-se as melhores condições para que a aprendizagem aconteça.
Na Fase de desenvolvimento ou de execução, as atividades previstas com relação ao ensino e aprendizagem são, efetivamente concretizadas. Nessa etapa, pode-se verificar a necessidade de adaptação à medida que a interação com os alunos vai ocorrendo e o feedback indica formas alternativas mais eficientes.”O plano deve ser claro e completo, mas flexível, em função de feedbacks advindos da sua própria concretização”.
A fase de avaliação e aperfeiçoamento do plano deve prever mecanismos, instrumentos e periodicidade para análise do processo e dos resultados. Ao seu término, a avaliação apresenta um significado mais amplo, porque além de avaliar os resultados do ensino-aprendizagem, avalia também a qualidade do plano, a eficiência dos professores e a eficiência do sistema escolar. Nessa fase, procura-se fazer os ajustes que se fizerem necessários ao atingimento dos objetivos e ao replanejamento do plano.
MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO
Os métodos de ensino (ou estratégias de ensino) são ações, processos ou comportamentos planejados pelo professor para colocar o aluno em contato direto com fatos ou fenômenos que lhe proporcionem experiências que possibilitem modificar sua conduta, em função dos objetivos previstos. Tem a finalidade de despertar interesse no aluno, facilitar a fixação do assunto, acelerar a aprendizagem, além de destacar informações essenciais.
Para a escolha das estratégias de ensino deve-se ter em vista: os objetivos; o nível de conhecimento/aprendizagem do aluno (físico e cognitivo); o nível de interesse do aluno; a disponibilidade dos recursos locais; o domínio dos procedimentos metodológicos pelo professor; a interdisciplinaridade; a transversalidade; a contextualização.
Técnicas de ensino de que o professor deve fazer uso: resolução de problemas; simulação; caso; painel de discussão; métodos de ensino. Entre os procedimentos de ensino, temos: pesquisa; estudo dirigido ou discussão dirigida; debate cruzado; grupos de vivências; discussão em grupos; dramatizações e estratégias ativas.
CONTEÚDOS
A seleção e organização dos conteúdos deve ser realizada em função dos objetivos propostos. Deve-se considerar o progresso evolutivo, os interesses e necessidades dos alunos. Deve ser uma disposição encadeada e hierarquizada dos conteúdos, visando o estabelecimento de uma sequência gradual de dificuldades que permita ao aluno passar do estágio de conhecimentos concretos a outros cada vez mais abstratos
Os critérios para seleção de conteúdos, são:
UTILIDADE — Este critério está presente quando há possibilidade de aplicar o conhecimento adquirido em situações novas.
SIGNIFICAÇÃO — Um conteúdo será significativo e interessante para o aluno quando estiver relacionado às experiências por ele vivenciadas (contextualização).
VALIDADE — Deve haver uma relação clara e nítida entre os objetivos a serem atingidos com o ensino e os conhecimentos desenvolvidos.
FLEXIBILIDADE — O conteúdo deve possibilitar a flexibilização, para que sejam feitos os ajustes e adaptações que necessários. ADEQUAÇÃO AO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO DO ALUNO –  os conteúdos devem ser coerentes com o grau de maturação dos alunos.
Os critérios para organização de conteúdos, são:
CONTINUIDADE - Refere-se ao tratamento de um conteúdo repetidas vezes em diversas fases do trabalho.
SEQUÊNCIA - Faz com que os tópicos sucessivos de um conteúdo partam sempre dos anteriores, aprofundando-os.
INTEGRAÇÃO - Refere-se ao relacionamento entre as diversas áreas do processo ensino-aprendizagem, visando garantir a unidade do conhecimento.
PROFESSOR/ALUNO
O professor necessita conhecer como se dá o conhecimento em sala de aula para aumentar sua competência pedagógica e favorecer o desenvolvimento profissional do aluno e a sua autonomia intelectual, nesse espaço de interação entre professor/aluno e alunos/alunos. Espaço em que o professor desenvolve sua prática, seleciona e transmite conteúdos, passa posições políticas, ideológicas, transmite e recebe afetos e valores. O processo educativo intencional e sistemático, baseado no trabalho com o conhecimento e na organização da coletividade, baseando-se em uma concepção de homem e de conhecimento. Compreendendo que o conhecimento não é “transferido” nem “depositado” pelo outro, nem é “inventado” pelo sujeito, mais sim, construído pelo sujeito na sua  relação com  os outros  e  o  mundo.
O conteúdo apresentado pelo professor precisa ser trabalhado, refletido, reelaborado pelo aluno, para uma apropriação do conhecimento, uma aprendizagem significativa. Esse conhecimento se dá em 3 momentos: Síncrese- mobilização para o conhecimento (prática social e problematização); Análise- construção do conhecimento ( instrumentalização) e Síntese- elaboração e expressão do conhecimento (catarse e prática social).
AVALIAÇÃO
Avaliar é um processo contínuo, que envolve não apenas o aspecto quantitativo, mas principalmente o aspecto qualitativo, que é alicerce para o processo ensino-aprendizagem, determina o valor de algo, emite juízo de valor a partir do conhecimento.
Usa-se de critérios preestabelecidos, e atribui significado e orientando ações a serem implementadas.
Para realizar uma avaliação significativa deve- se: definir bem o que se quer avaliar e seus reais propósitos; estabelecer critérios para que a avaliação ofereça de forma abrangente, informações sobre tudo que foi apreendido; as atividades de avaliação devem ser definidas segundo objetivos, competências e habilidades.
A Avaliação pode ser dos tipos:
DIAGNÓSTICA- no início das atividade para verificar deficiências nos resultados de aprendizagens anteriores, domínio de pré-requisitos, nível de conhecimento prévio sobre o assunto a ser desenvolvido.
FORMATIVA-  durante a ensino- aprendizagem para obter dados e informações para melhorar o ensino e a aprendizagem e assegurar o alcance dos objetivos previstos.
SOMATIVA-  ao final da unidade, a fim de classificar e comparar os resultados alcançados pelo alunos.
A Avaliação tem como função a autocompreensão do aluno e do professor, motivar o crescimento; aprofundar a aprendizagem; auxiliar na aprendizagem e refletir sobre a prática pedagógica. Em sua essência o processo avaliativo tem que ser útil na informação que oferece, viável na realização de sua trajetória, ética em seus propósitos e precisa na elaboração de seus critérios.

5. MÉTODOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM SEGUNDO A MCN
Método está ligado ao “como fazer”. Desdobrando o título do subtópico, seria: Como fazer alguém aprender sobre Segurança Pública. Para começar a compreender, precisamos entender a organização dos conhecimentos para a área de Segurança Pública, segundo propõe a Matriz Curricular.
5.1. Eixos
EIXO: É o conjunto dos conteúdos de caráter transversal definidos por sua pertinência nas discussões sobre segurança pública e por envolverem problemáticas sociais de abrangência nacional. Eles devem permear as diferentes disciplinas, seus objetivos, conteúdos, bem como as orientações didático-pedagógicas.
São chamados de eixos articuladores na medida em que conduzem para a reflexão sobre os papéis individuais, sociais, históricos e político do profissional e das instituições de segurança pública. Têm um caráter orientado para o desenvolvimento pessoal e a conduta moral e ética, referindo-se às finalidades gerais das ações formativas, estimulando o questionamento permanente e reflexivo sobre as práticas profissionais e institucionais no contexto social e político em que elas se dão.
COMO DESENVOLVER OS EIXOS ARTICULADORES?
Os eixos articuladores nas atividades curriculares das ações formativas poderão ser desenvolvidos por meio de seminário, palestras, mesa redonda, workshop e outras formas de organização da aprendizagem, em espaços diversos do contexto escolar.
Poderão estar vinculados a determinada disciplina do currículo ou formatado em projetos e percursos interdisciplinares.
5.1.1. Sujeito e interações no contexto da Segurança Pública;
5.1.2. Sociedade, poder, Estado e espaço público e Segurança Pública;
5.1.3. Ética, cidadania, direitos humanos e Segurança Pública;
5.1.4. Diversidade Étnico-sóciocultural, conflitos e Segurança Pública.

EIXO 1: SUJEITO E INTERAÇÕES NO CONTEXTO DA SEGURANÇA PÚBLICA
Este eixo articulador se justifica pela necessidade de considerar o profissional de segurança pública como sujeito que desenvolve sua função em interação permanente com outros sujeitos e com o ambiente. A articulação dos conteúdos desse eixo deverá abranger a discussão sobre os valores a respeito de si próprio e as relações estabelecidas no contexto do exercício da sua profissão. Os temas desse eixo são:
Sensibilização, motivação pessoal e coletiva e integração de grupo;
Identidade étnica e processos relacionais;
Aspectos humanos da profissão ou de procedimentos específicos;
Relações humanas;
Autoconhecimento e valores;
Mídias e segurança pública.
EIXO 2: SOCIEDADE, PODER, ESTADO, ESPAÇO PÚBLICO E SEGURANÇA PÚBLICA
É o eixo que se traduz na exigência de considerar as atividades de segurança pública no contexto da sociedade, no locus onde elas se dão, oferecendo a possibilidade de conhecer e refletir sobre a realidade social, sua organização e suas tensões estudadas do ponto de vista histórico, social, político, antropológico e cultural; sobre conceitos políticos fundamentais como “Democracia” e “Estado de Direito”, considerando igualmente as questões referentes à convivência no espaço público (local principal da atuação dos órgãos de segurança pública e da coexistência de interesses e intenções conflitantes).
São exemplos de temas desse eixo:
Elementos de Antropologia e de História;
Sociedade, povo e Estado Brasileiro;
Espaço público, cidadania, democracia e Estado de Direito;
Constituição do Estado de Direito;
Formas de sociabilidade e utilização do espaço público;
História social e econômica do Brasil e dos estados;
História das instituições de segurança pública;
Mobilidade social.
EIXO 3: ÉTICA, CIDADANIA, DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA PÚBLICA
Este eixo articulador visa estimular o desenvolvimento de conhecimentos, práticas e atitudes relativas à dimensão ética da existência, da prática profissional e da vida social, pela importância da reflexão sobre as articulações entre as diferentes noções de ética, cidadania e Direitos Humanos, bem como suas implicações nos diferentes aspectos da vida profissional e institucional no contexto das atividades de segurança pública e sobre os diversos conteúdos formativos, inclusive os de caráter técnico e operacional, buscando a tradução concreta de princípios e valores na prática cotidiana profissional.
São exemplos de temas desse eixo:
Valores presentes na sociedade;
Atuações humanas frente a dilemas éticos;
Ética, política, cidadania e segurança pública;
Praticas dos profissionais da área de segurança pública de acordo com as normas e dos valores dos direitos humanos;
Sustentabilidade social.
EIXO 4: DIVERSIDADE ÉTNICO-SÓCIOCULTURAL, CONFLITOS E SEGURANÇA PÚBLICA
Este eixo articulador trata do debate de questões voltadas à diversidade que caracteriza o espaço social e cultural. Essa diversidade é proposta como fonte permanente de enriquecimento e desafio para proporcionar ao profissional de segurança pública instrumentos para ele conhecer e refletir sobre expressões da diversidade e do conflito como fenômenos inerentes à vida social e às relações humanas e como direito fundamental da cidadania no respeito e valorização das diferenças. Este eixo visa estimular a reflexão permanente sobre as intervenções dos órgãos de segurança pública frente às questões de diferença sociocultural de gênero, de orientação sexual, de etnia, de origem, de comportamento e de todas que se tornam geradoras de conflitos marcados por intolerância e discriminação.
São exemplos de temas desse eixo:
Diversidade como fenômeno social e direito fundamental da cidadania;
Diversidade étnico-sociocultural;
Grupos vulneráveis ou em situação de vulnerabilidade;
Valorização das diferenças e a atuação de órgãos da segurança pública;
Conflitos gerados pela intolerância e a discriminação;
Mediação e negociação de conflitos;
Movimentos sociais e a atuação dos profissionais da área de segurança pública;
Multiculturalismo.
Contemplam os conteúdos indispensáveis à formação do profissional da área de segurança pública e sua capacitação para o exercício da função.
5.2. Áreas temáticas:
As áreas temáticas devem contemplar os conteúdos indispensáveis à formação do profissional da área de segurança pública e sua capacitação para o exercício da função. Na elaboração da Matriz foram elencadas oito áreas temáticas destinadas a acolher um conjunto de áreas de conhecimentos que serão tratados nos currículos dos cursos de formação e capacitação do profissional da área de segurança pública.
As áreas temáticas designam também os espaços específicos da construção dos currículos a serem elaborados pelas instituições de ensino de segurança pública, em conformidade com seus interesses, peculiaridades e especificidades locais.
Mesmo sendo utilizada como referência para abrigar um conjunto de disciplinas na malha curricular a ser apresentada neste documento, o uso do termo “área” deu-se, originalmente, em função de a área temática identificar um conjunto de conteúdos a serem tratados no currículo.
Cada área temática define um espaço de conteúdos que deverão ser trabalhados pelas áreas de conhecimento, possibilitando complementações que atendam às expectativas das diversas instituições, carreiras, demandas da sociedade e peculiaridades locais e/ou regionais.
As áreas temáticas propostas pela Matriz Curricular Nacional são:
5
5
5
5
5
5
5
5
A área temática Funções, Técnicas e Procedimentos em Segurança Pública corresponde à concretização final de todo o processo de formação destinado a instrumentalizar o profissional de segurança pública para o desempenho de sua função. A qualidade desse desempenho está, contudo, vinculada às competências cognitivas, operativas e atitudinais contempladas pelas demais áreas temáticas.
5
5
O ensino
É um processo que requer uma ação intencional do educador para que ocorra a promoção da aprendizagem, a construção/reconstrução do conhecimento e a apropriação crítica da cultura elaborada, considerando a necessidade de padrões de qualidades e de abrangência a princípios éticos. Construção e reconstrução do conhecimento.
Os processos de construção/reconstrução do conhecimento estão relacionados à capacidade de aprender continuamente e envolvem, dentre outras, as capacidades de análise, síntese, crítica e criação, a partir da exploração de diferentes perspectivas na interpretação da realidade, frente a desafios e situações problematizadoras relacionadas à área de atuação.

APRENDER
Aprender a pensar
Requer o desenvolvimento do pensamento por meio da pesquisa e da organização do conhecimento e que habilitam o indivíduo a pensar de forma crítica e criativa, a posicionar-se, a comunicar-se e a estar consciente de suas ações.
Aprender a atuar
Prevê a aplicação do conhecimento teórico em prática responsável, refletida e consciente.
Aprender ser e a conviver
Visa estimular a percepção da realidade, por meio do conhecimento e do desenvolvimento das potencialidades individuais - conscientização de si próprio - e da interação com o grupo e a convivência em diferentes ambientes: familiar, profissional e social.
CONTEÚDOS
Conceituais (leis, teorias e princípios);
Atitudinais (valores, crenças, atitudes e normas);
Procedimentais (habilidades técnicas, administrativas, interpessoais, políticas e conceituais traduzidas em métodos, técnicas e procedimentos).
5.3.1.1.Contextualização: Contextualizar o conteúdo que se quer aprendido significa, em primeiro lugar, assumir que todo conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto (...) O tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a escola tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo. Se bem trabalhado, permite que, ao longo da transposição didática, o conteúdo do ensino provoque aprendizagens significativas que mobilizem o aluno e estabeleçam entre ele e o objeto do conhecimento uma relação de reciprocidade. A contextualização evoca por isso áreas, âmbitos ou dimensões presentes na vida pessoal, social e cultural, e mobiliza competências cognitivas já adquiridas;
5.3.1.2. Interdisciplinaridade: A interdisciplinaridade questiona a segmentação dos diferentes campos do conhecimento, possibilitando uma relação epistemológica entre as disciplinas, ou seja, uma inter-relação existente entre os diversos campos do conhecimento frente ao mesmo objeto de estudo (...). Romper com a fragmentação do conhecimento não significa excluir sua unidade (...), mas sim articulá-la de forma diferenciada, possibilitando que o diálogo entre os conhecimentos possa favorecer a contextualização dos conteúdos diante das exigências de uma sociedade democrática, levantando questões, abrindo pista, intervindo construtivamente na realidade, favorecendo o pensar antes, durante e depois da ação e, consequentemente, na construção da autonomia intelectual;
5.3.1.3. Transversalidade: A transversalidade refere-se a temas sociais que permeiam os conteúdos das diferentes disciplinas, exigindo uma abordagem ampla e diversificada, não se esgotando num único campo de conhecimento.
Os temas transversais não devem constituir uma única disciplina, mas permear todo o trabalho educativo.


6. PLANEJAMENTO DE UNIDADE E ELABORAÇÃO DO PLANO DE AULA
6.1. Planejamento
Planejar está ligado diretamente ao caminho para se atingir os objetivos propostos. Em outras palavras, o planejamento significa conhecer a realidade e as necessidades dos seus educandos, estabelecer metas, prever recursos financeiros e materiais e gerir tempo e pessoas. Para ser possível antecipar problemas e antever ações para contribuir com o desenvolvimento educacional dos estudantes. Na MCN2014, os norteadores para esse plano são as abordagens e as técnicas de ensino.
Planejamento
ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES
Segundo Cordeiro e Silva (2005), o professor que atua nas ações formativas dos profissionais da área de segurança pública deve estar atento para que as atividades selecionadas possam ajudar os alunos a serem profissionais reflexivos, que utilizam a AUTONOMIA INTELECTUAL e sejam capazes de “transferir conhecimentos”, adaptando-se a diversas situações profissionais e a novas situações. As atividades propostas aos alunos deverão ser organizadas considerando os seguintes momentos:

NO PLANEJAMENTO DAS AULAS:
Elabore um mapa de competências da disciplina conforme orientações previstas no item 7 – Diretrizes Pedagógicas da SENASP;
Procure conhecer as características dos alunos: Quem são? De onde vem? Já são profissionais de segurança pública?;
Crie outros ambientes de aprendizagem que estejam além da sala de aula;
Estabeleça a relação (conceitual, procedimental e atitudinal) dos conteúdos que serão trabalhados com as estratégias e técnicas de ensino a serem utilizadas;
Selecione/crie situações-problema para propor atividades.

DURANTE AS AULAS:
Esclareça para o grupo as competências que terão de desenvolver;
Seja claro nas propostas de atividades;
Intervenha dentro da necessidade do grupo;
Encoraje a ação;
Estimule a reflexão sobre o que eles estão fazendo, questionando sempre o “por quê”;
Evite dar respostas prontas;
Dê e peça feedback;
Possibilite que os alunos possam sistematizar e socializar o que aprenderam.
APÓS AS AULAS:
Reflita sobre sua atuação;
Avalie os resultados;
Replaneje as ações.
Planejamento
PLANO DE AULA
(Roteiro)
1 Nome da disciplina;
2 Mapa de competência;
3 Conteúdo da aula;
4 Carga horária;
5 Objetivos da aula;
6 Conteúdo programático;
7 Estratégia de ensino-aprendizagem;
8 Avaliação da aprendizagem;
9 Referências.
6.1.1 Abordagens
6.1.1.1. Local: os problemas devem ser resolvidos onde aparecem;
6.1.1.2. Criativa: a utilização de meios criativos e não convencionais na resolução de problemas;
6.1.1.3. Estrutural, policiamento orientado por problemas: a resolução de problemas deve se basear na análise de causas estruturais, na consideração de todos os fatores subjacentes e nos meios disponíveis de criação de segurança;
6.1.1.4. Multifator: a consideração dos problemas sob o ponto de vista mais geral e não apenas da abordagem da repressão ao combate ao crime;
6.1.1.5. Divisão do trabalho e cooperativa: considerar a cooperação estratégica com instituições, autoridades, comunidades e pessoas na resolução de problemas;
6.1.1.6. Proativa: considerar a capacidade de pensar sobre o problema antes que o problema aconteça.
Além das abordagens citadas, a utilização das situações problematizadoras como recursos de aprendizagem nas ações formativas deverá considerar as seguintes orientações metodológicas:
A compreensão de quais são as competências necessárias à prática policial e à prática de bombeiro é o elemento-chave para direcionar a prática pedagógica;
Os conhecimentos prévios dos policiais e dos bombeiros em formação e as competências a serem desenvolvidas passam a ser o eixo estruturador para o planejamento das propostas de atividades;
As situações problematizadoras a serem apresentadas aos policiais e aos bombeiros em formação devem ter um enfoque contextual, interdisciplinar e transversal, favorecendo a busca, a seleção e a utilização dos conteúdos pautados nos eixos legal, técnico e ético para auxiliar na compreensão dos processos e fenômenos tais como eles se apresentam na realidade do trabalho policial e de bombeiro;
Os conteúdos devem ser considerados ferramentas, meios articuladores, dos quais os policiais e os bombeiros em formação devem lançar mão para compreender a realidade e auxiliar na resolução de problemas;
As situações problematizadoras deverão criar condições para que os policiais e os bombeiros em formação utilizem as habilidades mentais, levantando hipóteses e estimulando o processo de reflexão que deverá ocorrer antes, durante e após a ação;
O professor, como mediador do processo de aprendizagem, é o responsável pela seleção e pelo planejamento das técnicas que conduzirão às situações-problema e, principalmente, pelas intervenções por meio de questionamentos e feedback durante a execução.
A organização do currículo que contemple situações problematizadoras permitirá ao educando adquirir experiências mais integradas e uma série de condutas que contribuirão para enfrentar diferentes situações de vida, nos aspectos pessoal e profissional, assim como se apropriar de princípios e conceitos básicos que lhe permitam estabelecer generalizações frente às novas situações. Sendo assim, a prática pedagógica deverá utilizar técnicas de ensino que favoreçam a reflexão antes/durante/após a ação.
Enquanto a metodologia norteia a direção a ser seguida pelos percursos interdisciplinares, as técnicas de ensino possibilitam a organização de ambientes de aprendizagem mais significativos, relacionados às situações práticas vivenciadas pelos profissionais da área de segurança pública.
Tendo como referência os princípios que fundamentam a Matriz e os objetivos das ações formativas para os profissionais da área de segurança pública, sugerimos a utilização das seguintes técnicas de ensino:
6.1.2.
6.1.2.1. Resolução de problemas: o professor elabora situações-problema, simulando a realidade. Os estudantes discutem os problemas em pequenos grupos e levantam hipóteses. A seguir, eles formulam os objetivos de aprendizagem e identificam as fontes de pesquisa para o estudo individualizado. Os estudos e as conclusões de cada grupo são apresentados ao grande grupo para a revisão e sistematização de uma proposição final, de uma explicação ou proposta de ação para o problema, encerrando o ciclo de atividades.
6.1.2.2. Simulação (role playing): a simulação é uma técnica em que se constrói um cenário para os estudantes vivenciarem papéis a partir de uma experiência, com o objetivo de conseguir uma aproximação consistente entre a teoria e a prática, aperfeiçoar as habilidades e atitudes e construir referências que ajudem a tomar decisões e a agir em situações similares.
6.1.2.3. Estudo de casos: esta técnica compreende a discussão em pequenos grupos de casos verídicos ou baseados em fatos reais relacionados a situações que farão parte do cotidiano da área de segurança pública. Os casos deverão vir acompanhados do máximo de informações pertinentes para que o estudante possa analisá-los (caso análise) ou apresentar possíveis soluções (caso problema). Esta técnica permite que os estudantes analisem a situação apresentada e apliquem os conhecimentos aprendidos.
6.1.2.4. Lista de tarefas: as listas de tarefas devem ser utilizadas quando se tem por objetivo que os estudantes sigam passos na realização de procedimentos.
6.1.2.5. Painel de discussão: caracteriza-se pela apresentação de especialistas que expõem a sua visão sobre determinado tema a ser debatido. Pode ser coordenado por um moderador que controlará o tempo de exposição e de debate e organizará a síntese dos pontos abordados no painel.
6.1.2.6. Discussões em grupos: apresentação de um tema a ser discutido a cada grupo. Ao final do tempo estipulado, os grupos apresentam a síntese da discussão.
6.1.2.7. Discussão dirigida: técnica de ensino em que os participantes expressam suas ideias após analisarem criticamente um assunto de interesse relacionado com o tema. Ao final da atividade, é feita uma avaliação, quando se ressalta o valor das contribuições feitas pelos participantes, bem como a importância das conclusões.
6.1.2.8. Debate cruzado: organizado em dois grupos, em que cada grupo terá de debater uma tese contrária à do outro grupo, invertendo-se os papéis ao final.
6.1.2.9. Grupo de vivência ou verbalização e grupo de observação (GV/ GO): os participantes são divididos em dois grupos, em que o primeiro terá a função de vivência ou verbalização de determinada situação e o segundo desempenhará a função de observador. Ao final, invertem-se os papéis.
6.1.2.10. Brainstorming1 e brainwriting: utilizados para gerar novas ideias, buscar soluções para um determinado problema. Todas as ideias surgidas devem ser registradas, a seguir categorizadas e analisadas com o auxilio de um coordenador. Ao final, o grupo toma as decisões para a resolução do problema.
6.1.2.11. Exposição dialogada: apresentação de conteúdos devidamente organizados de forma sequencial (muitas vezes com auxílio de recursos audiovisuais), explorados a partir de questionamentos que promovam a socialização de conhecimentos.
6.1.1.12. Demonstração ou aula prática: explicação por meio da demonstração de técnicas e procedimentos, oportunizando aos estudantes: a exercitação, o feedback, a automação e a aplicação.
6.1.3. Elaboração dos planos
Elaborar nada mais do que preparar algo de forma detalhada. No caso, a Unidade, são as linhas gerais que darão coerência aos planos de Aula.
6
O plano de unidade será composto de: nome da unidade/disciplina; carga-horária; contextualização; ementa; objetivos; conteúdos; aspectos: conceitual, procedimental e atitudinal; estratégias de ensino-aprendizagem (metodologia); referências.
6.1.3.1.1. Nome da unidade/disciplina: é a nomenclatura utilizada como campo de conhecimento. Exemplo: Direito Penal;
6.1.3.1.2. Carga-horária: é o tempo disponível para execução dos conteúdos;
6.1.3.1.3. Mapa de competências/Contextualização: Trata-se da aplicação dos conteúdos na atividade de segurança pública em virtude da sua peculiaridade no processo de ensino-aprendizagem.
É o instrumento utilizado para ORIENTAR a seleção dos conteúdos de cada disciplina, de acordo com as dimensões do conhecimento que expressam conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Os mapas de competências são amplos e abrangentes e servem de base para a seleção dos conteúdos que comporão as ementas;
6.1.3.1.4. Descrição da Disciplina: É o resumo da disciplina, citando seus pontos essenciais. Apresenta muito sucintamente as ideias gerais sobre os assuntos que serão abordadas ao longo da disciplina;
6.1.3.1.5. Objetivos: é a descrição clara do que se pretende alcançar como resultado da unidade. Pode ser dividido em geral e específicos, sendo que, esses últimos são as etapas para cumprir o objetivo geral.

SABER (conhecimentos);
SABER FAZER (habilidades e conteúdos procedimentais);
SABER SER (atitudes).

SABER (conhecimentos): expressam os conteúdos conceituais que o profissional de Segurança Pública deve saber em relação ao campo disciplinar: leis, princípios e saberes sistematizados;
SABER FAZER (habilidades e conteúdos procedimentais): indicam as habilidades operativas e de pensamento que o profissional de Segurança Pública precisa demonstrar em relação ao campo disciplinar: métodos, técnicas, procedimentos; bem como as habilidades de pensamento: observação, análise, síntese;
SABER SER (atitudes): expressam os conteúdos atitudinais: os valores, as crenças, as atitudes etc., que serão fortalecidas pelas situações vivenciadas dentro do campo disciplinar em questão.
6.1.3.1.6. Conteúdos: Referem-se à seleção e organização do conhecimento com base nos objetivos da unidade.
visa desenvolver a competência de por em
visa estimular a percepção da realidade e o desenvolvimento das potencialidades individuais no exercício prático da profissão – Saber
6.1.3.1.7. Conteúdo programático: são os assuntos que possibilitam refletir, intencionalmente, sobre a prática do profissional da área de segurança pública e as possibilidades de intervenção na realidade. Os conteúdos descritos possuem como foco o que o profissional da área de segurança pública precisa saber em relação ao respectivo campo disciplinar.
6.1.3.1.8. Estratégias de ensino-aprendizagem (metodologia): Trata-se do caminho a seguir para empreender um processo de ensino- aprendizagem eficaz. Veremos a seguir uma relação entre o método e a memorização, apresentada por Brauer (2012);
Método
Memorização
Ensino Frontal / Aula expositiva
5%
Leitura Passiva
10%
Audiovisual / Filmes
20%
Demonstração
30%
Discussão / Debate
50%
Exercício Prático
75%
Ensinar aos outros/Seminário
90,00%
Fonte: National Training Laboratories of Bethel (Maine, EUA) apud Brauer (2012).
Seleção de estratégias de ensino consideradas imprescindíveis para possibilitar o alcance dos objetivos.
De acordo com a linha teórico-metodológica contemplada na Matriz Curricular Nacional, devem ser privilegiados métodos e técnicas coerentes com o ensino ativo (situações-problema, estudos de caso, role playing, demonstrações, etc.) adequados aos objetivos da disciplina.
Características de um bom plano de ensino Elaborar um bom plano de ensino envolve: os objetivos que se pretende alcançar, os conteúdos selecionados e organizados de forma coerente com as especificidades do curso e as características e expectativas dos estudantes, bem quanto, a estreita articulação com as áreas ou disciplinas afins.
Contudo é preciso ir mais além e considerar a necessidade do plano:
  • Apresentar os objetivos passíveis de serem executados – EXEQUIBILIDADE;
  • Utilizar recursos que favorecem a sua execução;
  • Propor conteúdos que permitam alcançar os objetivos propostos;
Atribuir às atividades, tempo que permita o desenvolvimento e aprendizagem dos conteúdos, em seus diversos níveis de complexidade.
6.1.3.1.9. Referências: Serve para designar a listagem das fontes de consulta utilizadas no Plano. A fim de documentar o trabalho, mostrando que as opiniões que constam no trabalho são sustentadas pelas fontes consultadas.
6.1.3.2 Plano de Aula
É a ferramenta pela qual o educador pode fazer a previsão dos conteúdos que serão dados em uma aula específica, as atividades que serão desenvolvidas, os objetivos que pretende alcançar, e as formas de avaliação. A execução do plano de aula dependerá do contrato pedagógico firmado com a turma, do desenvolvimento do conteúdo, levando em consideração o processo de ensino e aprendizagem de cada turma, privilegiando o processo em detrimento do conteúdo.


7. RECURSOS DIDÁTICOS E AUDIOVISUAIS: IMPORTÂNCIA E ESCOLHA
7.1. Tecnologia Educacional e sua História
Não é fácil fixar um ponto de partida isoladamente para o desenvolvimento da Tecnologia Educacional, mas é perfeitamente possível identificar-se alguns marcos relevantes que contribuíram seriamente para a evolução do estágio em que se encontra hoje. Não deve ser motivo de preocupação a cronologia dos fatos, uma vez que, só muito depois de terem acontecido, deu-se a inter-relação entre eles. Na verdade, foram ocorrendo independentemente.
SKINNER (1936) vinha desenvolvendo importantes pesquisas nas ciências do comportamento, divulgou os resultados obtidos nos seus experimentos sobre condicionamento operante. Esses trabalhos foram desenvolvidos com animais, mas, apesar disto, pôde estabelecer rapidamente alguns padrões estáveis de comportamento relacionados ao ser humano. A característica essencial de seu trabalho era o reforço feito apenas a respostas apropriadas, de tal maneira que o comportamento do animal fosse modelado na direção desejada. Convencido de que era possível modelar comportamentos através desse processo, SKINNER voltou-se para o campo da Educação e teve uma grande surpresa ao observar que a maioria das práticas educacionais eram exatamente o contrário daquilo que ele defendia como sendo o adequado a uma aprendizagem eficiente. O professor dirigia uma classe e não o estudante individualmente; os estudantes ouviam e nem sempre entendiam e, mais, tinham poucos meios para indicar suas dificuldades e quando, eventualmente, davam resposta aos professores, muito tempo passava até saberem se estavam certos ou errados. Para SKINNER era a negação dos princípios de aprendizagem que ele advogava e, sobretudo, quase uma conspiração contra o progresso do ensino. A partir daí, preocupado com a situação, começou a trabalhar e criou o primeiro sistema programado completo, conhecido hoje como instrução programada linear.
As necessidades determinadas pelas circunstâncias da Segunda Guerra Mundial levaram as forças armadas norte-americanas a um esforço de preparação de técnicos em períodos de tempo menores do que os normalmente adotados naquela época. Era necessário que a instrução sofresse modificações capazes de permitir ao estudante uma compreensão mais rápida. Com isto os materiais de ensino passaram a merecer maior atenção e o instrutor deixou de ser a fonte única de informação, isto é, os meios auxiliares de ensino assumiram importância fundamental no desenvolvimento da instrução.
Os materiais visuais e meios para sua utilização receberam extraordinário impulso e, paralelamente, foram sendo desenvolvidas técnicas que visavam à eficiência de sua utilização.
O álbum-seriado, o flanelógrafo, o cartaz didático, o imantógrafo e outros exemplos de recursos didáticos foram desenvolvidos nesta época. Simultaneamente ao emprego desses meios, desenvolveram-se os recursos audiovisuais mais sofisticados, fruto da evolução tecnológica dos materiais projetáveis. Os filmes cinematográficos, as projeções de diapositivos e diafilmes, os gravadores de som, retroprojetor, episcópio, etc. passaram a engrossar as fileiras dos recursos audiovisuais. O rádio e a TV tomaram-se meios importantes de ensino, e a TV alcançou, e está alcançando até hoje, um prestígio especial como veículo instrucional.
Todos esses elementos criaram novas situações e mesmo os aspectos organizacionais das escolas tiveram que sofrer modificações.
Os programas no Brasil, nesta época, não chegavam a ser educativos nem especializados (SALDANHA,1974). A Tecnologia Educacional era aqui, nos seus primórdios, desprovida de planos elaborados por especialistas que envolvessem os princípios científicos, psicológicos e pedagógicos.
Na década de 60, na Universidade de Brasília, houve a introdução da Tecnologia Educacional com utilização do ensino programado e individualizado. Ainda nos anos 60, os avanços da Psicologia Cognitiva começaram a ser incorporados à Tecnologia Educacional. A incidência de diferentes métodos e meios no processo de aprendizagem do aluno começava a ser comprovada. Ainda eram ignorados, nesta época, apesar das pesquisas no contexto das aulas, os intercâmbios maiores e mais complexos que ali se produziam.
A partir dos anos 70, o desenvolvimento da informática consolidou a utilização dos computadores com finalidades educacionais (FERNANDEZ, 1977), especificamente em aplicações como o ensino assistido por computador (EAC).
No Brasil, por iniciativa do MEC, em 1974, foi criado um grupo de trabalho para debater e propor medidas para a formação de profissionais para a tele-educação, pois havia a necessidade urgente de aperfeiçoamento e atualização para os profissionais de rádio e televisão. Surgiram no Brasil, na seqüência, cursos de graduação e pós-graduação e licenciaturas em Comunicação, bem como habilitações em Tecnologias Educacionais.
A problemática da transferência tecnológica e as dificuldades geradas pela sua adaptação têm dado origem, inclusive, às elaborações específicas sob a denominação de "tecnologia educacional apropriada" (FAINHOLC, 1990).
Com os anos 80, chegaram, sob a denominação de "novas tecnologias da informação e da comunicação", novas opções apoiadas no desenvolvimento de máquinas e dispositivos projetados para armazenar, processar e transmitir, de modo flexível, grande quantidade de informação (LEIDNER & JARVENPAA, 1995).
Com a explosão da Internet, nos anos 90, fez-se necessário redefinir conceitos sobre Conhecimento, Tecnologia Educacional, Educação e Trabalho. O surgimento do Ciberespaço causou uma revolução com o saber, pois este suporta tecnologias intelectuais que acentuam numerosas funções cognitivas humanas. Estas tecnologias favorecem novas formas de acesso à informação e novos estilos de raciocínio (LITWIN,1997).
O conhecimento deixou de ser estático. Hoje, fala-se em saber em forma de fluxo, ou seja, constantemente em mutação e impossível de ser totalizável e cada vez mais universal.
Surge, então, a necessidade de adaptação do papel do professor e também da Tecnologia Educacional.

7.2. Critérios para Utilização dos Métodos e Técnicas
O critério principal, para a decisão sobre qual o método e técnica que se deverá adotar, deve ser o que atenda a situação concreta. Um bom método e técnica precisa atender as características, capacidade, objetivos e aspirações, necessidades e possibilidades, recursos e circunstâncias, não só do aluno, mas do seu ambiente e de todos os elementos envolvidos no processo da educação. Não são os alunos ou os professores sozinhos que determinarão qual será a técnica e o método a serem utilizados, mas o conjunto dos fatores que neles confluem e os desafiam.
Cabe ao professor, a todo momento, julgar as situações e decidir, juntamente com os alunos, quais os melhores procedimentos, métodos e técnicas a serem utilizados. Também se pode dizer que cada momento da aprendizagem exige tratamento particularizado. Uma boa técnica de iniciação num assunto pode não ser boa para o aprofundamento ou a revisão. Daí a necessidade de estar alerta às características do momento educacional e didático, e à reação dos alunos, para que a todo momento, a partir de uma contínua avaliação, seja possível adotar o método e técnica mais conveniente.
Para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, utilizam-se inúmeras técnicas de ensino, tais como: Aula Expositiva-Dialogada, Estudo Dirigido, Seminário, Demonstração Didática em Laboratório e Oficina, Trabalho Individual, Trabalho em Grupo, Debate, Estudo de Caso e Visita Técnica.
Dentre estas, serão comentadas somente as técnicas de ensino mais utilizadas, apresentadas no quadro 7.1.
Quadro 7.1 – Principais Técnicas de Ensino
Técnica de Ensino
Características
Autor
Ano
Aula expositiva dialogada
É o procedimento de ensino pelo qual o professor apresenta um assunto defendendo-o, analisando-o e explicando-o.
Matos
1976
É a apresentação oral de um tema logicamente estruturado.
Nérici
1981
Retoma aspectos importantes do conteúdo.
Ramos e Rocha
1981
Comunicação verbal estruturada utilizada pelo professor para transmitir conteúdos aos alunos.
Carvalho
1994
Estudo dirigido
O professor deixa de ser autoritário e passa a ser democrático, responsável e diretivo.
Soares
1962
Fundamenta-se na atividade do aluno e se enfatiza na situação sócio individualizada em sala de aula e fora dela.
Castro
1972
Objetivo de provocar o aluno criticamente a respeito do que a realidade indica, desenvolvendo no aluno a reflexão e a criticidade.
Orlandi
1983
Seminário
Aula expositiva dada pelos alunos.
Balzan
1980
Em sentido amplo, significa um congresso científico, cultural, tecnológico.
Colleto
1982
O Aluno Participa como elemento ativo e crítico do processo de ensino-aprendizagem.
Rodrigues JR
1989
Demonstração didática em laboratórios e oficinas.
Demonstração de como se faz uma tarefa, uma operação.
Nerici
1981
A demonstração tem como objetivo principal a articulação da prática com o conhecimento teórico.
Veiga
1989

7.3. Recursos didáticos e audiovisuais
Diferentes expressões são empregadas para explicar o que vem a ser recursos didáticos. De acordo com KARLING (1991), recursos de ensino são os recursos humanos e materiais que o professor utiliza para auxiliar e facilitar a aprendizagem. São também chamados de recursos didáticos, meios auxiliares, meios didáticos, material didático, recursos audiovisuais, multimeios ou material instrucional.
LIBÂNEO (1991) denomina de meios de ensino os recursos materiais utilizados pelo professor e pelos alunos para a organização e condução metódica do processo de ensino-aprendizagem.
Segundo SANCHO (1998), o termo audiovisual costuma ser aplicado às técnicas e aos métodos informativos, documentários ou didáticos nos quais são utilizados elementos visuais (,imagens fixas ou em movimento) e elementos auditivos (palavra, música e/ou efeitos sonoros). Igualmente, aplica-se aos trabalhos que concretizam estes métodos, slides, filmes, bem como aos materiais que lhes servem como apoio que são o disco, a fita magnética, o filme.
O termo audiovisual aplica-se tanto aos chamados meios de massa (cinema, rádio, televisão) como aos denominados meios grupais (montagem audiovisual, transparências de retroprojetor) ou aos chamados meios de autoaprendizagem (cabines para a aprendizagem de idiomas e microcomputadores).
Embora a tendência seja aceitar como audiovisuais alguns recursos que não possuem quase elementos técnicos, como o quadro, os mapas ou os desenhos, o audiovisual moderno está fortemente condicionado ao desenvolvimento da técnica mecânica, elétrica e eletrônica; desde os projetores de slides até os satélites de televisão ou as imagens digitais. Assim, os meios de ensino levam as imagens, os fatos, as situações, as experiências, as demonstrações à consciência dos alunos, sendo, a partir daí, transformados em representações abstratas. Vendo concretamente, é mais fácil para os alunos transformarem a realidade e os fatos em ideias. Os meios de ensino devem ser utilizados para facilitar, acelerar e intensificar a aprendizagem, auxiliando o professor no papel de facilitador no processo de aprendizagem.
Assim, podem ser usados por maior número de alunos, sendo preciso considerar, também, se o seu uso é possível em vista das condições que a escola oferece. O professor ao selecionar os recursos de ensino, deve:
verificar se são adequados a metodologia escolhida,
analisar se são adequados aos objetivos que pretende alcançar;
verificar se conhece e se sabe usar o recurso;
testá-los para ver se estão em condições de funcionamento;
certificar-se de que nada falta para o seu uso, e
planejar devidamente todas as etapas do seu uso para evitar surpresas, imprevistos e eventuais falhas (DE PABLOS, 1994).
De acordo com GAGNÉ (1971), pode-se subdividir os diferentes componentes da situação de ensino em oito funções:
apresentar o estímulo;
dirigir a atividade e a atenção do aluno;
fornecer um modelo para o comportamento final desejado;
fornecer elementos insinuadores externos;
orientar a direção do pensamento;
induzir a transferência do conhecimento;
avaliar o rendimento da aprendizagem; e
proporcionar "retro-alimentação".
Evidentemente, a linguagem oral - recurso de ensino mais utilizado pelo professor - pode ser bastante auxiliada por outros recursos que estimulem, igualmente, outros sentidos.
Para FERREIRA (1975), os sentidos são a ligação entre o homem e o mundo exterior e, voltados para a "ecologia da aprendizagem", cria-se um ambiente que permite estimular o maior número de sentidos possível. Estudando os cinco mais importantes sentidos do homem, cientistas concluíram que a visão é o que apresenta maior possibilidade percentual de aprendizagem. Nos quadros 7.2, 7.3, 7.4, apresenta-se a retenção mnemônica, dados retidos pelos estudantes e retenção da informação, respectivamente.


Quadro 7.2 – Porcentagem de Retenção Mnemônica
Como se aprende
Através do gosto (sabor)
1,00%
Através do tato
1,50%
Através do olfato
3,50%
Através da audição
11,00%
Através da visão
83,00%
Quadro 7.2 – Porcentagem de retenção mnemônica através dos sentidos, segundo FERREIRA


Quadro 7.3 – Dados Retidos pelos Estudantes
Forma de Retenção
Do que leem
10,00%
Do que estudam
20,00%
Do que veem
30,00%
Do que veem e escutam
50,00%
Do que dizem e escutam
70,00%

Do que dizem e logo realizam
90,00%
Quadro 7.3 – Porcentagem dos dados retidos pelos estudantes, segundo FERREIRA

Quadro 7.4 – Retenção da informação
Método de Ensino
Dados retidos depois de 3 horas
Dados retidos depois de 3 dias
Somente oral
70,00%
10,00%
Somente visual
72,00%
20,00%
Oral e visual simultaneamente
85,00%
65,00%
Quadro 7.4 – Retenção da informação, segundo FERREIRA

Os recursos audiovisuais formam, portanto, a combinação simples que oferece as melhores contingências para a aprendizagem. É importante levar em conta a participação da pessoa que aprende. Ela não deve ter uma atitude passiva, mas sim ativa, fazendo com que os sentidos estejam "alerta", absorvendo as informações.
O professor necessita dinamizar suas aulas e, para isso, deve utilizar uma variação das técnicas de ensino usadas, introduzindo inovações técnicas já amplamente conhecidas e empregadas, que serão apresentadas a seguir.
7.4. Classificação dos Recursos Didáticos
São muitas classificações dos meios que auxiliam a aprendizagem, sendo difícil encontrar uma que seja completa. Mencionar-se-ão aqui os meios que são mais utilizados (CANDAU, 1998):
a própria voz do professor;
quadro de giz ou quadro branco;
ilustrações, sob a forma de desenhos, gravuras, pinturas, fotografia;
projeções fixas, quer por transparências (slides, retroprojetor), quer por reflexão (epidiscopia, câmara documental)',
projeções móveis (filmes mudos ou sonoros),
objetos, espécimes, modelos;
globos e mapas;
diagramas, plantas e gráficos estatísticos;
cartazes, murais, álbuns seriados;
televisão;
discos, fitas e vídeos;
materiais impressos, como revistas, apostilas, catálogos, etc; e
computadores - software e hardware.
7.4.1-Meios Tradicionais
Dentro do modelo de uma pedagogia que usa meios diversos, deve-se tirar vantagem daquilo que cada meio pode oferecer, sempre de acordo com as necessidades dos alunos e com as exigências dos conteúdos curriculares. Nesta colocação, não podem ser esquecidos ou marginalizados os meios audiovisuais mais tradicionais:
-Quadro de giz (quadro negro)
É o meio mais acessível, mais econômico, mais fácil de usar. Tem os inconvenientes de que a informação não é permanente, é extremamente funcional para esquematizar ou para transmitir informações diretas, simples.
-Material Impresso
Os materiais ou meios impressos de ensino (livros-texto, enciclopédias, cadernos de leitura, fichas de atividades, histórias em quadrinhos, dicionários, contos...) são os recursos mais usados no sistema escolar. Em muitos casos são meios exclusivos, em muitas salas de aula são predominantes e em outras são complementares de meios audiovisuais e/ou informáticos, mas em todas, de uma forma ou outra, estão presentes (WESTBURY, 1991; MCCLINTOCK, 1993; GIMENO, 1994).
Hoje se têm inúmeros e variados tipos de materiais impressos que podem, ser usados com finalidade pedagógica. A identificação e classificação deste tipo de materiais é, obviamente, uma tarefa que depende do critério utilizado. A seguir, apresentar-se-á a classificação dos principais materiais impressos que podem ser empregados em sala de aula, tomando por base uma proposta prévia elaborada pelo autor antes citado, à qual acrescentam-se algumas modificações—Não se pretende representar a totalidade de materiais escritos que_ podem ser utilizados no contexto escolar. Somente são enumerados aqueles que têm maior presença nas salas de aula. O critério de classificação faz referência ao tipo da natureza do material.


-Retroprojetor
É um recurso que deixa de ser aproveitado em muitas escolas do país, mas usado com ótimos resultados em países mais avançados. É o único audiovisual que foi inventado pensando no ensino. Foi usado pela primeira vez pelo exército americano para o treinamento rápido dos soldados na II Guerra Mundial (SANCHO, 1998).
Com os recentes aperfeiçoamentos do aparelho de retroprojeção, este se tomou um dos mais práticos e eficientes recursos visuais J á não são mais aqueles aparelhos pesados, difíceis de transportar, barulhentos e antiestéticos. Os retroprojetores mais modernos são leves, fáceis de serem transportados, silenciosos, de linhas bonitas e harmoniosas. As novas tecnologias para a elaboração de transparências transformaram-nas, de lâminas complicadas, ilegíveis e poluídas, em maravilhosas peças de esclarecimento e persuasão. O retroprojetor conquistou a preferência dos executivos, profissionais liberais, técnicos e cientistas, e dificilmente encontrar-se á uma empresa bem equipada sem a presença desse recurso visual.
Entre as suas vantagens está o fato de que o professor pode ficar de frente para os alunos, enquanto faz uso dele, facilitando o contato visual do professor com os alunos. Pode ser usado em ambientes totalmente iluminados, facilitando ao aluno tomar nota e participar de discussões de classe, enquanto a projeção está se realizando. Substitui com vantagens o quadro de giz, especialmente no caso de desenhos e explicações que exigem maior elaboração por parte do professor. E, finalmente, as transparências podem estar previamente preparadas e são reutilizadas.
Segundo COLLETO (1982) em síntese, pode-se resumir as vantagens do retroprojetor:
possibilidade de uso com a sala iluminada;
adaptação a qualquer ambiente;
projeções coloridas;
facilidade de comunicação visual;
facilidade de transporte;
possibilidade de uso sem tela;
possibilidade de substituição imediata da lâmpada; e
facilidade de ligar e desligar sem provocar distrações.
Quanto às limitações, há o risco de que o tamanho reduzido das letras e dos sinais impossibilite a leitura das transparências. Mas, se estas forem bem elaboradas, é um meio particularmente indicado para esquematizar conteúdos. Se forem, por exemplo, usadas as possibilidades técnicas das superposições de transparências, o retroprojetor toma-se adequado também para visualizar processos.
-Projetor de slides
O slide ou diapositivo continua a ser um recurso particularmente útil quando se trata de analisar imagens estáticas. Permite o acesso a realidades ou experiências inacessíveis diretamente. É especialmente indicado, por exemplo, para o estudo de Geografia ou de obras de arte. Os slides têm o inconveniente de precisarem de uma sala escura e são materiais fáceis de elaborar, funcionais e versáteis, com muitas possibilidades de reorganização e reestruturação. Permitem adequar o ritmo de uso às necessidades de aprendizagem e aos condicionamentos no momento da exposição (PARRA, 1975).
-Foto linguagem
A utilização de imagens fotográficas continua sendo especialmente indicada para a realização de exercícios de expressão, de comunicação ou de exemplificação. O processo de aprendizagem pode residir tanto na procura como na análise ou no comentário das fotografias.
Os professores e os alunos podem selecionar imagens que traduzam ou esclareçam conceitos abstratos, que exemplifiquem processos,-que expressem realidades_ou suas próprias ideias (PARRA, 1975).
-Os Visuais Diretos
O flanelógrafo , o mural, o pôster, o cartaz, a colagem continuam a representar uma oportunidade para a aprendizagem. Os flanelógrafos são especialmente indicados para os alunos dos primeiros níveis de ensino. Permitem a participação dos alunos e a adequação do ritmo de exposição ou de trabalho em função de seus interesses e da sua compreensão. Os outros meios, principalmente o cartaz e o pôster, têm uma grande aceitação social, principalmente entre os adolescentes e os jovens. Não poderia ser difícil, então, canalizar este interesse a favor do processo de aprendizagem (PAULO, 1988).
-A Fita de Áudio
É o meio adequado sempre que os conteúdos a serem trabalhados em sala de aula sejam elementos auditivos. Por exemplo nas aulas de música ou de línguas, em que permite o acesso às realidades e a experiências sonoras inacessíveis diretamente. É também um meio versátil. Um dos âmbitos nos quais as fitas de áudio não são muito aproveitadas é como instrumento de autoavaliação; a gravação dos alunos, quando leem, declamam, improvisam uma dissertação ou dialogam no próprio idioma ou em um idioma estrangeiro, permite um eficaz exercício de autoavaliação e aprendizagem (PARRA, 1975).
7.4.2 Meios Informatizados
Com o desenvolvimento tecnológico o surgimento de equipamentos e aparelhos eletroeletrônicos é notado cada vez com maior intensidade em nossas escolas. O auxílio prestado por estes equipamentos ao processo ensino-aprendizagem é inegável, tanto para o professor quanto para o estudante. Dentre os inúmeros meios informatizados por seu envolvimento dentro e fora da escola, quer seja com o professor, quer seja com o estudante, podem ser destacados os seguintes: o CD-ROM, o computador (MORAN, 1996).
-CD-ROM
Na década de 90, marcada com o aparecimento do CD-ROM, proliferaram rapidamente os programas educativos, invadindo escolas, lares, seduzindo os estudantes e professores, como também envolvendo toda a família.. Isto se dá pelos vários recursos multimídia empregados para repassar as informações desejadas, deixando o ambiente computadorizado amigável e bastante interessante para o usuário. Os programas educativos em CD-ROM podem ser utilizados de forma complementar ao ensino, e com grandes vantagens em relação as outras mídias (BOSAK,1995). A vantagem principal na área de educação é a interatividade com que o usuário pode se beneficiar, impondo seu próprio ritmo e absorvendo informações ou conhecimentos conforme seu interesse e possibilidade.
Estes programas tanto podem servir aos que necessitam de um reforço nas aulas presenciais, como podem ser empregados por autodidatas e curiosos para suas satisfações individuais, e até mesmo no Ensino a Distância.
Com seus recursos multimídia, consegue-se abordar os mais variados assuntos e de forma mais variada possível. Utilizando a inclusão de vídeos, animações, locuções, textos, hipertextos, zoom e até mesmo de incluir recursos de correção e reforço de forma autônoma, ajuda o usuário no reforço das informações ou conhecimentos trabalhados.
Como o CD-ROM está em um ambiente computacional, existe a possibilidade de acrescentar recursos informatizados de avaliação conforme a navegação no CD-ROM, podendo auxiliar tanto o professor que o utiliza na qualidade de recurso didático, como o próprio usuário, de forma solitária.
-O computador
O trabalho da educação centraliza-se no desenvolvimento do indivíduo, no seu crescimento como ser humano, aprimorando sua personalidade, alterando seu comportamento e fazendo-o conhecer suas capacidades e limites. Os métodos e técnicas a serem utilizados pela educação devem ser diversificados e tomados os mais eficazes possíveis. O computador dentro desse enfoque pode vir a se constituir num eficaz recurso a ser utilizado para o aprimoramento desses métodos e técnicas (HAWKINS, 1995).
O computador apareceu nas escolas principalmente em função dos avanços da microinformática e o desenvolvimento de interfaces mais atraentes possibilitou uma verdadeira revolução na educação, pois proporcionou condições de integração da pessoa com o programa.
Nas décadas de 60 e 70 já havia algumas experiências realizadas com computadores de maior porte; mas foi na década de 80 que o micro viabilizou técnica e financeiramente o uso de computadores nas escolas.
Assim como o livro, o vídeo e o filme, o computador não é usado apenas para motivar os alunos e fazê-los participar mais ativamente do trabalho escolar; como os outros recursos, ele é um instrumento de comunicação de dados.
Segundo MARQUES (1986), "A relação de ensino é uma relação de comunicação por excelência, que visa a formar e informar; e instrumentos que possam se encaixar nesta dinâmica têm sempre a possibilidade de servir ao ensino. Livro, vídeo, fotografia, computadores e outros são formas de comunicar conhecimentos e, como tais, interessam à educação".
O computador trabalha realizando um processo de troca: recebe e transmite dados que,interpretados em função de uma necessidade, transformam-se em informação. É um instrumento ativo e dinâmico, que oferece feedback, permitindo ao educando tentar novas alternativas e testar suas hipóteses.
BRITO (1996) verificou que a informática deixou de ser moda nas salas de aula e que as escolas passaram a buscar maneiras mais práticas de utilizá-la. Por outro lado, muitos temores foram sendo resolvidos, antigas questões como:
a) Os computadores podem substituir o professor?
b) Podem distorcer o desenvolvimento social do aluno?
c) Podem garantir sucesso ou aumentar a distância entre os grupos com e sem acesso?
O uso do computador na educação tem sido alvo de debates e questionamentos. Na verdade, o que se discute não é o instrumento em si, mas a maneira de empregá-lo, que depende de uma concepção filosófica e de uma teoria de aprendizagem. De acordo com a concepção de educação adotada, o computador assume o papel de facilitador do aluno, do conhecimento e do professor.
O quadro a seguir mostra o espaço de síntese das taxonomias que os autores, nele citados, estabeleceram em tomo das possibilidades do computador em contextos de ensino e aprendizagem segundo SANCHO (1998).


Quadro 7.5 - Síntese das taxonomias em torno das possibilidades do computador
Autor
Ano2
Possibilidades do Computador em Contextos de
Ensino-Aprendizagem
TAYLOR
1980
O computador como: monitor, ferramenta, aluno
O’SHEA e SHELF
1984
O computador como: professor, instrumento
GARCIA RAMOS e RUIZ TARRAGO
1985
Paradigma: instrutivo, revelador conjectural emancipador
BORK
1985
Sistemas de uso do
computador:
- aprender a programar, ferramentas
intelectuais, familiarização com o
computador, aprendizagem baseada
no computador, sistemas de gestão.
SOLOMON
1986
O computador
como:
-Livro-texto com uma função
interativa.
- Meio de expressão.
GROS
1987
A informática como:
-Fim: Aprender sobre computadores
-Meio: Aprender do computador e aprender com o computador.
-Ferramenta: Para o professor e para
o aluno
MARQUES e SANCHO

1987
O computador
como:
- Quadro interativo, máquina de programar
- Gerador de meios que facilitem aprendizagens e ferramentas de uso poli-valente.
BALDRICH e FERRÉS

1990
O que pode ser feito com os computadores?
Programas para aprender linguagens de autor, programas
de uso geral e programação
MARTI
1992
Uso do computador:
Programação, ferramenta utilitária,
simulação, jogo e aprendizagem


Quadro 7.5 - Síntese das taxonomias em torno das possibilidades do computador
REPÂRAZ e TOURON
1992
O computador como:
-Fim da aprendizagem curricular
Meio: Direto de aprendizagem curricular
e indireto de aprendizagem curricular
Fonte: Livro de Juana M. Sancho - Para uma Tecnologia Educacional, 1998.

-Formas de Utilização do Computador no Ensino
Segundo FERNANDÉZ (1977), pode-se utilizar o computador das seguintes maneiras:
a) Consulta: o estudante faz consulta a dados armazenados no computador sob a forma de textos, gráficos, etc. (consulta direta), ou de menus e listagens (consulta indireta).
b) Autor: o sistema opera sobre um conjunto de arquivos ou banco de dados que podem ser acessados através de um algoritmo. Seu caráter semi-dinâmico é dado pela possibilidade do aluno solicitar uma combinação especial de assuntos e o computador selecionar textos referentes a esta combinação.
c) Solução de Problemas: o apoio prestado pelo computador ao ensino está relacionado à sua capacidade de processamento. O estudante usa o computador para solucionar um problema, sendo necessário, para isso, que conheça uma linguagem de programação que lhe permita introduzir, no computador, os dados e o passo a serem seguidos para encontrar a solução.
d) Exercício e Prática (múltipla escolha explícita)', este tipo de utilização constitui-se em ensinar através da apresentação de exercícios, com fornecimento de respostas e feedback relativo à sua opção.
e) Exercício e Prática (múltipla escolha implícita): este tipo difere do anterior por possibilitar ao aluno escrever a sua resposta. É necessário que o programador faça-a previsão de todas as respostas possíveis, uma vez que, apenas para as respostas previstas, é possível a emissão do feedback.
f) Questionamento (respostas previstas): neste caso, o aluno tenta explicar um fenômeno, usando o computador como fonte de respostas para suas perguntas. Programas desse tipo tentam prever todas as possíveis perguntas a serem feitas pelos alunos, uma vez que a máquina só processa informações contidas no banco de dados quando a pergunta está prevista no programa.
g) Questionamento (respostas não previstas): este tipo difere do anterior pela possibilidade do computador fornecer respostas plausíveis, mesmo quando a informação solicitada não consta do banco de dados. O computador tenta responder com os dados que possui, através de discriminação.
h) Tutorial (não inteligente): o computador é o responsável pela instrução. Armazena não só os conteúdos, como também, a lógica instrucional. Pressupõe a divisão do tema em partes e o estabelecimento de uma sequência instrucional que utiliza a técnica de instrução programada linear.
i) Tutorial (inteligente): difere do anterior por se basear num sistema de instrução programada ramificada, que pressupõe opções instrucionais de acordo com o desempenho do aluno. Este desempenho é explicitado em termos de respostas emitidas, sendo necessária, portanto, a previsão do maior número possível de respostas. Quanto maior a previsão, mais inteligente será o programa tutorial.
j) Simulação Estática: o computador apresenta ao aluno o modelo de uma situação real ou hipotética. Esse modelo, porém, é fixo, sendo permitido ao aluno entrar com um pequeno número de variáveis que o modelo comporta.
1) Simulação Dinâmica: difere da simulação estática por permitir que o estudante interfira no modelo da situação, incluindo ou retirando variáveis, atuando na estrutura da simulação.
m) Modelização: é o contrário da simulação; aqui o computador mostra ao estudante fatos representativos de um fenômeno, sendo-lhe solicitado que programe este fenômeno (construa um modelo). Ao final o estudante deve comparar seus resultados com o programa (gabarito) feito no computador.
n) Atividades Criadoras: neste tipo o aluno organiza sequências que possibilitem criar ou elaborar novos materiais. O computador opera reorganizando os elementos dessa sequência.
-Internet
A Internet vem revolucionando o mundo das comunicações como nunca se viu antes. Existe uma magia por trás da grande Rede, que pode ser explicada pela sua capacidade de ser ao mesmo tempo uma poderosa ferramenta de difusão, um mecanismo de disseminação de informações e uma mídia de interação e cooperação entre indivíduos. Tudo isso sem que as distâncias geográficas, cor ou crença sejam levadas em consideração, pois as pessoas estão imersas em um "mundo" sem fronteiras e totalmente democrático. Todos têm o direito de dizer aquilo que pensam e a informação chega sem filtros, diretamente ao consumidor, a quem é facultado o acesso ( BARTOLOME, 1989).
Em uma visão mais ampla, no tocante ao emprego da rede por todas as pessoas, a ESCOLA DO FUTURO (1997), da Universidade de São Paulo, identificou os seguintes usos potenciais:
trocar informações mundialmente, de forma rápida e conveniente;
acessar especialistas em milhares de áreas do conhecimento;
obter atualizações constantes sobre tópicos de interesse;
colocar à disposição de uma enorme audiência dados pessoais ou institucionais;
formar equipes para trabalhar em conjunto, independente da distância geográfica;
acessar a várias formas de arquivos e repositórios de informações; e
transferir dados e arquivos entre máquinas localizadas em qualquer lugar do mundo conectado à rede.
No campo educacional, de acordo com tais formas gerais de uso, os estudos da Universidade de São Paulo (ESCOLA DO FUTURO, 1997) sugerem que a Internet pode ser empregada com os seguintes propósitos:
troca de mensagens eletrônicas (e-mail) entre todas as partes do mundo; por exemplo, os estudantes estão aprendendo a se comunicar, via e-mail, com outros estudantes pelo mundo afora para obter informações sobre seus trabalhos e projetos.
compartilhamento de informações e busca de apoio para a solução de seus problemas;
participação em discussões entre membros da comunidade Internet sobre inúmeros tópicos; através de grupos de discussão(newgroups), os usuários colocam questões para outras pessoas que compartilham do mesmo interesse;
acesso a arquivos de dados, incluindo som, imagem e textos e de mecanismos de busca na rede de uma determinada informação; e
consulta a uma vasta biblioteca virtual de alcance mundial, permitindo o acesso a uma quantidade de informações sem precedentes.
-Hipermídia
O termo hipermídia reúne dois elementos que estão sendo muito usados atualmente, hipertexto e os multimídia. Um trabalho completo sobre o tema pode ser encontrado em outros livros. Aqui, são destacadas as diferenças de projeto entre um livro multimídia, um arquivo multimídia e um programa hipermídia.
No primeiro caso, a informação é organizada de forma linear; para facilitar o seu uso, a informação é fragmentada e estruturada; a seguir, são definidos caminhos de acesso à informação.
No segundo caso, a informação é organizada em fichas e áreas; assim, trata-se de um conjunto classificado de unidades de informação estruturadas; são definidos também diferentes caminhos de acesso.
No terceiro caso, no hipermídia, a informação é dividida previamente em inúmeros pequenos pacotes, de forma mais ou menos estruturada e com múltiplos elementos de conexão, considerando-se as diferenças do ponto de vista do usuário ( BARKER, 1993).
-Livro multimídia
O livro eletrônico foi amplamente descrito por BARKER (1993) em diferentes oportunidades. São descritos três tipos básicos de metáfora para o livro eletrônico: livros de imagens estáticas, livros de imagens animadas e livros multimídia. O livro multimídia foi descrito em relação com materiais hipertextuais mais recentes (BARKER, 1993) sobre multimídia. O projeto de um livro multimídia não difere, na sua concepção, do projeto de um livro; este tipo de programas multimídia usa o paradigma do livro impresso: informação linear com facilidades para outros acessos, introduzindo o uso de diferentes sistemas de símbolos baseados em materiais audiovisuais.
Embora nem todos os autores diferenciem entre livro multimídia e hiperaiídia/hipertexto, usa-se aqui esta expressão para fazer referência a programas com os seguintes atributos (FERNÁNDEZ, 1977):
informação linear;
diferentes procedimentos de acesso à informação; e
interface baseada no modelo do livro impresso: "páginas", "índices"
Estes programas são interessantes porque podem ser facilmente elaborados a partir de livros impressos e, também, porque a "construção do conhecimento" usada pelo autor está mais próxima dos seus esquemas antigos e conhecidos; pela mesma razão, os leitores enfrentam menos problemas para a sua leitura. Na verdade, o atual interesse pelo hipertexto tem esquecido os problemas conceituais que esta forma de organizar a informação cria no leitor não preparado.
A Tecnologia Educacional tem um papel importante no processo ensino-aprendizagem, como já foi apresentado anteriormente, e para que cumpra o seu papel, precisasse conhecer bem o público alvo com o qual se pretende trabalhar.
Nos cursos de qualificação profissional, o corpo discente é muito heterogêneo e, para entendê-lo melhor, é necessário revisar, para manter-se atualizado, alguns aspectos que influenciam nestas mudanças.

8. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO E DE APRENDIZAGEM
FORMAS DE AVALIAÇÃO
SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E A FORMAÇÃO DE NOVAS COMPETÊNCIAS
O objetivo do processo de avaliação proposto pela Matriz é fornecer informações que possibilitem a reorganização permanente dos processos de ensino e de aprendizagem.
Nesta abordagem, o sistema não se reduz aos critérios de aprovação e reprovação, mas, sim, constitui a base para um monitoramento permanente da qualidade e da eficácia das ações de educação, a partir de critérios claramente definidos e divulgados.
Os critérios de avaliação da aprendizagem têm como referência básica os objetivos definidos para o processo de formação e capacitação e o desenvolvimento de competências a serem desenvolvidas.
De acordo com PERRENOUD (2001), para a melhor compreensão da relevância social e educacional da avaliação da aprendizagem, importa investigar os fracassos e avanços a partir da reflexão sobre as práticas avaliativas. Isto implicará a renovação dessas práticas, permeada pela observação direta e pela intenção de auxiliar os discentes na reflexão crítica sobre a sua própria produção, para que possam reconsiderar suas próprias ideias, ações e atitudes.
Os profissionais da área de segurança pública devem ter consciência da qualidade da própria aprendizagem e de sua produção. Para isso, devem ser estimulados a analisar situações concretas e hipotéticas e a conceber, com o auxílio do docente, um projeto pessoal de formação.
É preciso que o discente observe a si mesmo e o seu grupo de trabalho em situações práticas diversificadas, experimentando a reflexão e a análise entre a própria percepção e a dos docentes a seu respeito, o que, de acordo com PERRENOUD (2001),
Dessa forma, é preciso oportunizar situações de avaliação em que o discente possa tomar consciência de seus esquemas de percepção, pensamento, avaliação, decisão e ação e reconsiderar suas próprias ideias numa visão de aprendizagem como processo de reconstrução permanente, favorecendo esquemas de percepção que permitam opções inteligentes para o enfrentamento de incidentes críticos, a partir da elaboração de cenários que o auxiliem a formar novas competências.
Sendo assim, além da avaliação da aprendizagem instituída de acordo com as normas e critérios da seleção, ou aprovação, faz-se necessário desenvolver uma avaliação da aprendizagem que favoreça a tomada de consciência em relação ao conjunto de esquemas de ação, para que estes possam ser transformados (AZEVEDO e SOUZA, 1996 e 1998), em novas possibilidades de aprendizagem.
Processo de avaliação da aprendizagem
Mensurar conhecimento é sempre uma tarefa árdua, incompleta, mas necessária para as atividades em Segurança Pública, notadamente as forças que usam o mérito intelectual para definir sua hierarquia. Existem diversos tipos de avaliação, conhecer sua nomenclatura é apenas uma parte desse processo. Um obstáculo posto já no início da discussão versa sobre as disciplinas práticas, como por exemplo: defesa pessoal policial; que não é uma técnica específica, mas um conjunto de técnicas em artes marciais e agrupadas para o uso policial.
P
Aprovado, reprovado, apto, inapto, notas, menções e etc. São formas convencionais de mensurar a “eficiência” do processo de aprendizagem. Entretanto, o educador deve ter em mente a proporção entre o que foi compartilhado em sala de aula e o esforço do educando para o aprimoramento. Veremos no Anexo 1, algumas formas de avaliação mais comuns.
§ Objetivos
1. Classificar os estudantes em uma escala, que determina quais deles validam o curso e podem passar a um nível superior;
2. Permitir aos estudantes identificarem seus pontos fortes e seus pontos fracos e saberem em que curso devem investir mais tempo;
3. Permitir ao professor ver o que foi bem ou mal compreendido, tendo assim pistas sobre o modo de melhorar seu ensino.
(Angelo; Cross, 1993 apud Brauer, 2012)

EDUCAÇÃO COM DIREITOS HUMANOS E RESPEITO AOS PROCESSOS COGNITIVOS INDIVIDUAIS
9. EDUCAÇÃO COM DIREITOS HUMANOS
Como ensinar o “certo” fazendo o “errado”? Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço é uma retórica que não cabe mais nos processos de ensino em Segurança Pública, quiçá em qualquer outra relação de ensino-aprendizagem. O tratamento dispensado ao cidadão infrator ou qualquer cidadão, não pode ser distinto da teoria explicada em sala de aula. Educar com Direitos Humanos é, antes de qualquer definição, respeitar o individuo em sua singularidade.
Trata-se de uma orientação nacional tem sido de fundamental importância, se considerarmos que os sistemas de justiça e segurança congregam um conjunto diversificado de categorias profissionais com atribuições, formações e experiências bastante diferenciadas. Portanto, torna-se necessário destacar e respeitar o papel essencial que cada uma dessas categorias exerce junto à sociedade, orientando as ações educacionais a incluir valores e procedimentos que possibilitem tornar seus(suas) agentes em verdadeiros(as) promotores(as) de direitos humanos, o que significa ir além do papel de defensores(as) desses direitos.
Para esses(as) profissionais, a educação em direitos humanos deve considerar os seguintes princípios:
9.1. Respeito e obediência à lei e aos valores morais que a antecedem e fundamentam, promovendo a dignidade inerente à pessoa humana e respeitando os direitos humanos;
9.2. Leitura crítica dos conteúdos e da prática social e institucional dos órgãos do sistema de justiça e segurança;
9.3. Reconhecimento de sociedade,
9.4. Vivência de cooperação e respeito às diferenças sociais e culturais, atendendo com dignidade a todos os segmentos sem privilégios;
9.5. Conhecimento acerca da proteção e dos mecanismos de defesa dos direitos humanos;
9.6. Relação de correspondência dos eixos ético, técnico e legal no currículo, coerente com os princípios dos direitos humanos e do Estado Democrático de Direito;
9.7. Uso legal, legítimo, proporcional e progressivo da força, protegendo e respeitando todos(as) os(as) cidadãos(ãs);
9.8. Respeito no trato com as pessoas, movimentos e entidades sociais, defendendo e promovendo o direito de todos(as);
9.9. Consolidação de valores baseados em uma ética solidária e em princípios dos direitos humanos, que contribuam para uma prática emancipatória dos sujeitos que atuam nas áreas de justiça e segurança;
9.10. Explicitação das contradições e conflitos existentes nos discursos e práticas das categorias profissionais do sistema de segurança e justiça;
9.11. Estímulo à configuração de habilidades e atitudes coerentes com os princípios dos direitos humanos;
9.12. Promoção da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade nas ações de formação e capacitação dos profissionais da área e de disciplinas específicas de educação em direitos humanos;
9.13. Leitura crítica dos modelos de formação e ação policial que utilizam práticas violadoras da dignidade da pessoa humana.


10. RESPEITO AOS PROCESSOS COGNITIVOS INDIVIDUAIS3
Ninguém aprende igual. Por mais óbvia que pareça a afirmação, a educação tradicional passou a equalizar os processos de ensino e aprendizagem de forma quase mecânica, no qual, cada indivíduo deveria se adequar ao sistema, independente da individualidade de cada ser humano envolvido no processo. Na educação contemporânea, não só esses processos encontram-se em ampla discussão, mas o estudo apresentado a abaixo servirá para discutir sobre esses novos olhares sobre o aprender a partir das capacidades individuais.
10.1. Inteligência linguística: A capacidade de dominar a linguagem e se comunicar com outros é importante em todas as culturas. Desde pequeno o ser humano aprende a usar a língua nativa para ser capaz de se comunicar de forma eficaz. A inteligência linguística não só se refere à capacidade de comunicação oral, mas a outras formas de comunicação como a escrita, gestual, etc. Quem domina melhor essa capacidade de comunicação possui uma inteligência linguística superior. Algumas profissões enfatizam esse tipo de inteligência como, por exemplo, os políticos, escritores, poetas, jornalistas.
10.2. Inteligência lógico-matemática: Durante décadas a inteligência lógico-matemática foi considerada um tipo de inteligência bruta. Ela assumiu o eixo principal do conceito de inteligência, e foi usada como um ponto de referência para detectar o quão inteligente era uma pessoa. Como o próprio nome indica, este tipo de inteligência está ligada à capacidade de raciocínio lógico e resolução de problemas matemáticos. A velocidade para resolver estes problemas é o indicador que determina quanta inteligência lógico- matemática a pessoa tem. O famoso teste de quociente de inteligência (QI) é baseado neste tipo de inteligência e, em menor proporção, na inteligência linguística. Cientistas, economistas, acadêmicos, engenheiros e matemáticos muitas vezes se destacam neste tipo de inteligência.
10.3. Inteligência Espacial: A capacidade de observar o mundo e os objetos em diferentes perspectivas está relacionada a este tipo de inteligência, em que se destacam os profissionais de xadrez e artes visuais (pintores, designers, escultores…). Pessoas que se destacam nessa inteligência, geralmente têm habilidades que lhes permitem criar imagens mentais, desenhar e identificar detalhes, além de um sentimento pessoal de estética. Com essa inteligência desenvolvida, encontramos pintores, fotógrafos, designers, publicitários, arquitetos, e outras profissões que exigem criatividade.
10.4. Inteligência Musical: A música é uma arte universal. Todas as culturas têm alguma forma de música, mais ou menos elaborada, levando Gardner e seus colegas a entenderem que há uma inteligência musical latente em todos. Algumas áreas do cérebro executam funções relacionadas ao desempenho e à composição da música. Como qualquer outro tipo de inteligência, você pode treinar e melhorar. Os mais favorecidos neste tipo de inteligência são aqueles capazes de tocar instrumentos, ler e compor peças musicais com facilidade.
10.5. Inteligência corporal e sinestésica: As habilidades motoras do corpo são necessárias para utilizar ferramentas ou para expressar certas emoções, é essencial para o desenvolvimento em qualquer cultura. A capacidade de usar ferramentas é considerada uma inteligência sinestésica corporal. Além disso, a capacidade intuitiva da inteligência corporal é utilizada para expressar sentimentos através do corpo. São particularmente brilhantes neste tipo de inteligência: dançarinos, atores, atletas e até mesmo cirurgiões e artistas plásticos, porque todos eles precisam usar racionalmente as suas capacidades físicas.
10.6. Inteligência intrapessoal: A inteligência intrapessoal se refere à inteligência que nos permite compreender e se controlar internamente. As pessoas que se destacam neste tipo de inteligência são capazes de acessar seus sentimentos e refletir sobre eles. Essa inteligência também lhes possibilita aprofundar a visão e compreender as razões sobre o porquê de uma pessoa ser do jeito que é.
10.7. Inteligência Interpessoal: A inteligência interpessoal nos permite ficar conscientes de coisas que os nossos sentidos não conseguem captar. É uma inteligência que nos possibilita interpretar palavras, gestos, objetivos e metas subentendidos em cada discurso. A inteligência interpessoal aprimora a nossa capacidade de empatia. É uma inteligência muito valiosa para as pessoas que trabalham com grandes grupos. Sua capacidade de detectar e compreender as circunstâncias e problemas dos outros será maior com a inteligência interpessoal. Professores, psicólogos, terapeutas, advogados e educadores são perfis que têm uma pontuação muito elevada neste tipo de inteligência descrita na teoria das inteligências múltiplas.
10.8. Inteligência naturalista: A inteligência naturalista detecta, diferencia e categoriza as questões relacionadas com a natureza, como espécies animais e vegetais ou fenômenos relacionados ao clima, geografia ou fenômenos naturais. Este tipo de inteligência foi adicionado mais tarde ao estudo original de Inteligências múltiplas de Gardner, em 1995. Gardner achou necessário incluir nesta categoria porque é uma das inteligências essenciais para a sobrevivência do ser humano e de outras espécies.
As atividades de demonstração devem proporcionar aos estudantes possibilidades de refletir sobre a demonstração do professor, questionando o “por quê” de determinada ação ou técnica, e momentos de intervenções em que o professor, mediante acompanhamento, emite feedback sobre o desempenho realizado, proporcionando, caso seja necessário, a devida correção.
Além dessas técnicas, autores mais recentes reforçam a utilização de seminários e portfólios/diários reflexivos no processo de desenvolvimento e avaliação de competências.
Os seminários possibilitam o estudo de um tema de forma profunda, promovendo o debate sobre o mesmo e a socialização do conhecimento. Os alunos devem ser orientados, com antecedência, quanto ao planejamento e o desenvolvimento dos temas a serem abordados sobre forma de seminário para que possam se preparar.
Os portfólios físico ou digital são um conjunto de produções autorais do aluno desenvolvidos durante o processo de aprendizagem. Além de exercitar a capacidade de auto-organização, os portfólios promovem o exercício do pensamento crítico-reflexivo, a autonomia e a sistematização da aprendizagem. (ARAÚJO, 2011)
Outras ferramentas tecnológicas, como blog e wikis, também podem ser utilizadas pra promover atividades colaborativas.


Referências

BRAUER, Markus. Ensinar na universidade: conselhos práticos, dicas e métodos pedagógicos. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
BRITO, Manoel F. Lição de Cautela: A Informática deixa de ser moda nas salas de Aula e as escolas buscam maneiras mais práticas de usá-la. Veja, São Paulo, p.66 a 68, 25 de setembro de 1996.
CANDAU, Vera Maria (Org.). Reinventar a escola. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
CANDAU, Vera Maria. A didática e a relação forma/conteúdo. In: Vera Maria Candau (org.). Rumo a uma nova didática. Petrópolis, Vozes, 1998
CHAVES, Eduardo & SETZER Valdemar. O Uso de Computador em escolas. São Paulo: Scipione, 1988.
CHAVES, Eduardo O. C. Multimídia: conceituação, aplicações e tecnologia. São Paulo: People Computação, 1991.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia, pedagogos para que?. São Paulo, Cortez, 1999.
_________, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2006.
MATRIZ curricular nacional para ações formativas dos profissionais da área de segurança pública. Brasília: Secretaria nacional de segurança pública, 2014.
Perrenoud, Phillippe. Ensinar:agir na urgencia, decidir na incerteza. Proto Alegre: Artmed, 2001.
PILETTI, Claudino. Didática geral. São Paulo: Editora Ática, 2001.
SCHILLING, Flávia (org.). Direitos humanos e educação: outras palavras, outras práticas. São Paulo: Cortez, 2011.
SILVA, Joao Batista da. Formaçao Policial-Militar no século XXI: diagnósticos e perspectivas. Natal. Fundação José Augusto, 2017 (Coleção Cultura Potiguar).

ANEXOS


PROVA OBJETIVA
Definição
Série de perguntas diretas, para respostas curtas, com apenas uma solução possível.
Função
Avaliar o que aluno apreendeu sobre dados singulares e específicos do conteúdo.
Vantagens
É familiar às crianças, simples de preparar e de responder e pode abranger grande parte do exposto em sala de aula.
Atenção
Foque as questões somente em conteúdos já trabalhados em sala.

Planejamento
Selecione os conteúdos para elaborar as questões e faça as chaves de correção; elabore as instruções sobre a maneira adequada de responder às perguntas.
Análise
Defina o valor de cada questão e multiplique-o pelo número de respostas corretas
Como utilizar as informações
Analise as questões que todos os alunos acertaram e retome os conteúdos referentes àquelas que a maioria da turma errou.



Critérios
As questões das provas objetivas serão do tipo múltipla escolha, com quatro opções (A, B, C e D) e uma única resposta correta, de acordo com o comando da questão. Haverá, na folha de respostas, para cada questão, cinco campos de marcação: um campo para cada uma das cinco opções A, B, C e D, sendo que o candidato deverá preencher apenas aquele correspondente à resposta julgada correta, de acordo com o comando da questão. O candidato deverá, obrigatoriamente, marcar, para cada questão, um, e somente um dos cinco campos da folha de respostas, sob pena de
arcar com os prejuízos decorrentes de marcações indevidas.
PROVA ESCRITA
Definição
Série de perguntas que exijam capacidade de estabelecer relações, resumir,
analisar e explicar.
Função
Verificar a capacidade de analisar o problema central, abstrair fatos, formular ideias e redigi-las.
Vantagens
O aluno tem liberdade para expor os pensamentos, mostrando habilidades
de organização, interpretação e expressão.

Desvantagens
Pouca fidedignidade (confiabilidade) na correção; A amostragem do conteúdo é limitada;
Requer muito tempo para correção.
Atenção
Defina o número de questões pensando no tempo que os alunos terão para resolver cada uma delas.
Planejamento
Elabore poucas questões e dê tempo suficiente para que os alunos possam
pensar e sistematizar suas respostas.
Análise
Defina o valor de cada pergunta e atribua pesos à clareza das ideias, à capacidade de argumentação e à conclusão.

Como utilizar as informações




Após a correção das provas, discuta coletivamente algumas questões respondidas de diferentes modos pelos alunos.
Formule as questões do tema, da forma mais exata possível, para o nível e tipo de tratamento para uma resposta satisfatória.
Critérios
Só será admitida com chave de resposta;




Processo de Correção
Estabelecer os critérios para a correção de cada questão. ( Devem estar especificadas no plano da prova);
Estabelecer uma relação entre as “notas” e o percentual de resposta correta (Considerar respostas possíveis, amplas e flexíveis);
Corrigir a mesma questão de toda a prova, e não cada prova completa separadamente;
Tentar manter o anonimato das provas durante a correção;
Usar uma escala de 0-10 que descreva os níveis de respostas dos estudantes para a pergunta. Esses níveis devem se corresponder com estágios de qualidade da resposta como produção de conhecimento ao responder a situação problema;
Relacionar parâmetros quantitativos e qualitativos; Compartilhar os resultados com os estudantes dos alunos.

PROVA ORAL (SEMINÁRIO)
Definição
Exposição oral para um público leigo, utilizando a fala e materiais de apoio adequados ao assunto.
Função
Possibilitar a transmissão verbal das informações pesquisadas de forma eficaz.

Vantagens
Contribui para a aprendizagem do ouvinte e do expositor, exige pesquisa, planejamento e organização das informações; desenvolve a comunicação oral em público.
Atenção
Apresentar um conteúdo estudado não significa memorizá-lo.

Planejamento
Ajude na delimitação do tema, forneça bibliografia e fontes de pesquisa, esclareça os procedimentos apropriados de apresentação; defina a duração e a data da apresentação; e traga bons modelos de referência.

Análise
Atribua pesos à abertura, ao desenvolvimento do tema, aos materiais utilizados e à conclusão. Estimule a classe a fazer perguntas e emitir opiniões.
Como utilizar as informações
Caso a apresentação não tenha sido satisfatória, planeje atividades específicas que possam auxiliar no desenvolvimento dos objetivos não atingidos.











Sugestão de Critérios de Análise (proporcional ao tempo proposto pelo professor, dividido pelos membros do(s) grupo(s))

Extensão

a) Entre 4 e 6 min;
b) Entre 3 e 4 min;
c) Abaixo de 3 min.

Conteúdo

a) Conteúdo Focado no tema da apresentação, clara distinção entre informações pertinentes e informações não pertinentes;
b) Parcialmente fora do assunto, pouca distinção entre informações pertinentes e não pertinentes;
c) Fora do assunto, maioria das informações não pertinentes.

Estrutura

a) Apresentação bem estruturada (uma frase de introdução, duas a três partes centrais, uma frase de conclusão).
b) Apresentação mal estruturada (ausência de introdução ou de conclusão, muito tempo em algumas partes e muito pouco tempo em outras partes de importância equivalente)
c) Apresentação sem estrutura aparente
Estilo de Apresentação
a) Fala audivelmente, olha para os colegas, desenvolve as ideias a partir de notas sumárias (não seu texto, não recita), apresentação animada e viva;
b) A apresentação possui duas ou três das características supramencionadas;
c) A apresentação possui menos de duas das características supramencionadas ou a plateia se dispersa

Utilização de Recursos Audiovisuais

a) Utiliza recursos audiovisuais de maneira pedagógica;
b) Utiliza recursos audiovisuais, mas de maneira pouco pedagógica;
c) Não utiliza recursos audiovisuais.




TRABALHO GRUPO
Definição
Atividades de natureza
realizadas coletivamente.
diversa
(escrita,
oral,
gráfica,
corporal
Função
Construir conhecimentos de forma colaborativa.
Vantagens
A interação é um fator de aprendizagem. Por isso as trocas horizontais são
muito importantes.

Atenção
Esse procedimento não tira do professor a necessidade de buscar informações para orientar as equipes. Nem deve substituir os momentos
individuais de aprendizagem.

Planejamento
Proponha uma série de atividades relacionadas ao conteúdo a ser trabalhado, forneça fontes de pesquisa, ensine os procedimentos necessários
e indique os materiais básicos para a consecução dos objetivos.
Análise
Acompanhe os grupos, intervenha e dê mais atenção àqueles que não estão
conseguindo produzir.
Como utilizar as
informações
Observe se houve participação de todos e colaboração entre os colegas,
atribua valores às diversas etapas do processo e ao produto final.

Anexo 2


RIO GRANDE DO NORTE
SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DA DEFESA SOCIAL POLICIA MILITAR
DIRETORIA DE ENSINO
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS/2017


Disciplina: Didática Aplicada à Segurança Pública



PLANO DE AULA

I - Identificação:
Disciplina:
Tempo:
Período:
Local:
Data:
Professor:
II - Tema:
III - Objetivos:
Geral
Específicos
IV - Conteúdos
Conceituais
Procedimentais
Atitudinais
V - Estratégias de ensino

VI - Recursos

VII - Avaliação:

VIII - Referências:


1 Brainstorming é a mais conhecida das técnicas de geração de idéias. Foi originalmente desenvolvida por Osborn, em 1938. Em Inglês, quer dizer “tempestade cerebral”. O Brainstorming é uma técnica de idéias em grupo que envolve a contribuição espontânea
de todos os participantes. Soluções criativas e inovadoras para os problemas, rompendo com paradigmas estabelecidos, são alcançadas com a utilização de Brainstorming. O clima de envolvimento e motivação gerado pelo Brainstorming assegura melhor qualidade nas decisões tomadas pelo grupo, maior comprometimento com a ação e um sentimento de responsabilidade compartilhado por todos.
2 (*) O ano equivale à data de publicação da obra na Língua Inglesa. Fonte: Livro de Juana M. Sancho - Para uma Tecnologia Educacional, 1998.


Didática Aplicada à Segurança Pública ou Instrumental
Nome:___________________________________________________ ______
Pelotão:______ Instrutor: Janildo da Silva Arantes – 2º Sgt PM. Mat 163.916-1 Nota: 10,0



Questão 01 Por definição, Conteúdo Programático é:
a) o programa (a listagem) de conhecimentos que o aluno tomará contato em determinado ano, série, escola.
b) a ementa;
c) um aspecto procedimental;
d) a relação das disciplinas do curso.
Resposta: a) o programa (a listagem) de conhecimentos que o aluno tomará contato em determinado ano, série, escola.
(item 2 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO – Página 8 da apostila)

Questão 02 A MCN2014 (Matriz Curricular Nacional - 2014) traz pontos a serem entendidos no contexto contemporâneo do Ensino em Segurança Pública, são eles:
a) Competências (subdividida entre as dimensões organizacionais e classificação por habilidades) e Finalidades;
b) Competências (subdividida entre as dimensões organizacionais e classificação por habilidades) e ética;
c) Competências (subdividida entre as dimensões organizacionais e classificação por habilidades) e moral;
d) Competências (subdividida entre as dimensões organizacionais e classificação por habilidades) e princípios.
Resposta: d)competências (subdividida entre as dimensões organizacionais e classificação por habilidades) e princípios.
(item 2.1 Fundamentos teóricos da didática em Segurança Pública – Página 8 da apostila)



Questão 03 Competência é entendida como:
a) a capacidade de mobilizar saberes para agir em diferentes situações da prática profissional, em que as reflexões antes, durante e após a ação estimulem a autonomia financeira.
b) a capacidade de mobilizar saberes para prevaricar em diferentes situações da prática profissional, em que as reflexões antes, durante e após a ação estimulem a autonomia intelectual.
c) a capacidade de mobilizar saberes para agir em diferentes situações da prática educacional, em que as reflexões antes, durante e após a ação estimulem a autonomia financeira.
d) a capacidade de mobilizar saberes para agir em diferentes situações da prática profissional, em que as reflexões antes, durante e após a ação estimulem a autonomia intelectual.
Resposta: d) a capacidade de mobilizar saberes para agir em diferentes situações da prática profissional, em que as reflexões antes, durante e após a ação estimulem a autonomia intelectual.
(item 2.1.1 - Competências - Página 8 da apostila)


Questão 04 – as competências são classificadas como:

a)Competências cognitivas, competências operativas e competências atitudinais,
b)Competências cognitivas, competências cirúrgicas e competências atitudinais,
c)Competências cognitivas, competências técnicas e competências atitudinais,
d)Competências cognitivas, competências operativas e competências éticas,
Resposta: a)Competências cognitivas, competências operativas e competências atitudinais,
(item 2.1.1 Competências - Páginas 8 e 9 da apostila – Alíneas de A a C)


Questão 05 – as Dimensões Organizacionais são classificadas como:

a) Institucional, Profissional e Pessoal.
b) Policial militar, Profissional e Pessoal;
c) Institucional, Policial e Pessoal,
d) Institucional, Proficiente e Pessoal,
Resposta:a) Institucional, Profissional e Pessoal.
(item 2.1.1.1 Dimensões Organizacionais – Página 09 – Alíneas de A a C)


Questão 06Uma habilidade é a capacidade de:
a) transformar conhecimento em ação e que resulta em um desempenho inesperado.
b) transformar conhecimento em omissão e que resulta em um desempenho desejado.
c) transformar conhecimento em ação (prática) e que resulta em um desempenho desejado.
d) transformar a falta de conhecimento em ação e que resulta em um desempenho inesperado.
Resposta: c) transformar conhecimento em ação (prática) e que resulta em um desempenho desejado.
(item 2.1.1.2 Classificação por Habilidades – Página 09 – Definiçao nos Slides e material de apoio)


Questão 07 – as habilidades são classificadas como:
a) Técnicas, Administrativas, Interpessoais, Políticas e Cognitivas.
b) Técnicas, Administrativas, Interculturais, Políticas e Cognitivas.
c) Técnicas, Contábeis, Interpessoais, Políticas e Cognitivas.
d) Técnicas, Administrativas, Interpessoais, Políticas e Conceituais.
Resposta: a) Técnicas, Administrativas, Interpessoais, Políticas e Cognitivas
(item 2.1.1.2 Classificação por Habilidades – Páginas 09 e 10– Alíneas de A a E)


Questão 08 – Princípios são entendidos como:

a) Preceitos que fogem da concepção das ações formativas para os profissionais da área de segurança pública.
b) Preceitos que fomentam a concepção das ações formativas para os profissionais da área de segurança pública.
c) Preceitos que fundamentam a concepção das ações formativas para os profissionais da área de segurança pública.
d) A capacidade de mobilizar saberes para agir em diferentes situações da prática profissional, em que as reflexões antes, durante e após a ação estimulem a autonomia intelectual..
Resposta: c) Preceitos que fundamentam a concepção das ações formativas para os profissionais da área de segurança pública.
(item 2.1.2 Princípios – Página 10 – Definiçao nos Slides e material de apoio)


Questão 09 – os princípios são classificadas como:
a) Morais, Educacionais e Didático-pedagógicos
b) Éticos, Educacionais e pedagógicos
c) Éticos, Educacionais e Didático-pedagógicos,
d) Éticos, Escolares e Didático-pedagógicos
Resposta:c) Éticos, Educacionais e Didático-pedagógicos.
(item 2.1.2 Princípios – Página 10 – Alíneas de A a C)


Questão 10 – É o conjunto dos conteúdos de caráter transversal definidos por sua pertinência nas discussões sobre segurança pública e por envolverem problemáticas sociais de abrangência nacional. Eles devem permear as diferentes disciplinas, seus objetivos, conteúdos, bem como as orientações didáticopedagógicas.
____________________ têm um caráter orientado para o desenvolvimento pessoal e a conduta moral e ética, referindo-se às finalidades gerais das ações formativas, estimulando o questionamento permanente e reflexivo sobre as práticas profissionais e institucionais no contexto social e político em que elas se dão.

a) Os eixos articuladores.
b) As competências atitudinais.
c) As competências cognitivas.
d) As competências Operativas.
Resposta: a) Os eixos articuladores.
(item 2.2.1 Eixos – Página 10 – Definição nos Slides e material de apoio)


Questão 11 – Os eixos articuladores poderão estar vinculados a determinada disciplina do currículo ou formatado em projetos e percursos interdisciplinares.:
I - Sujeito e interações no contexto da segurança pública
II - Sociedade, poder, estado, espaço público e segurança pública
III - Ética, cidadania, direitos humanos e segurança pública
IV - Diversidade étnico-sociocultural, conflitos e segurança pública .
a) Apenas a assertiva II está correta.
b) Apenas a assertiva III está correta
c) Todas as assertivas estão corretas.
d) Nenhuma das assertivas estão corretas.
Resposta: c) Todas as assertivas estão corretas.
(item 22.2.1 Eixos – Página 10 – Alíneas de A a D)


Questão 12 – É um processo que requer uma ação intencional do educador para que ocorra a promoção da aprendizagem, a construção/reconstrução do conhecimento e a apropriação crítica da cultura elaborada, considerando a necessidade de padrões de qualidades e de abrangência a princípios éticos.
O texto acima se refere ao:
a) Aprendizagem.
b) Eixo articulador.
c) Processo de ensino-aprendizagem.
d) Ensino
Resposta: d) Ensino
(Definição nos Slides e material de apoio)


Questão 13 – Estão relacionados à capacidade de aprender continuamente e envolvem, dentre outras, as capacidades de análise, síntese, crítica e criação, a partir da exploração de diferentes perspectivas na interpretação da realidade, frente a desafios e situações problematizadoras relacionadas à área de atuação.
O texto acima se refere a:
a) os processos de construção/reconstrução do conhecimento.
b) o processo de ensino.
c) O processo de aprendizagem.
d) os processos de construção/desconstrução do conhecimento

Resposta: a) os processos de construção/reconstrução do conhecimento.
(Definiçao nos Slides e material de apoio)


Questão 14 – _________________________requer o desenvolvimento do pensamento por meio da pesquisa e da organização do conhecimento e que habilitam o indivíduo a pensar de forma crítica e criativa, a posicionar-se, a comunicar-se e a estar consciente de suas ações.
Escolha o item que preenche a lacuna e marque a resposta correta:
a) Aprender a atuar
b) Formular conteúdos
c) Aprender a pensar
d) Ensinar

Resposta: c) Aprender a pensar
(Definiçao nos Slides e material de apoio)


Questão 15 – _________________________visa estimular a percepção da realidade, por meio do conhecimento e do desenvolvimento das potencialidades individuais - conscientização de si próprio - e da interação com o grupo e a convivência em diferentes ambientes: familiar, profissional e social.
Escolha o item que preenche a lacuna e marque a resposta correta:
a) Aprender a atuar
b) Formular conteúdos
c) Aprender a pensar
d) Aprender ser e a conviver
Resposta: d) Aprender ser e a conviver
(Definiçao nos Slides e material de apoio)


Questão 16 – _________________________prevê a aplicação do conhecimento teórico em prática responsável, refletida e consciente.
Escolha o item que preenche a lacuna e marque a resposta correta:
a) Aprender a atuar
b) Formular conteúdos
c) Aprender a pensar
d) Ensinar
Resposta: a) Aprender a atuar
(Definiçao nos Slides e material de apoio)


Questão 17 – os conteúdos dividem-se em:
a) Conceituais, Administrativos e Procedimentais.
b) Conceituais, Operativos e Atitudinais.
c) Conceituais, Operativos e Procedimentais.
d) Conceituais, Atitudinais e Procedimentais.
Resposta:d) Conceituais, Atitudinais e Procedimentais.
(Definiçao nos Slides e material de apoio)


Questão 18 – _________________ o conteúdo que se quer aprendido significa, em primeiro lugar, assumir que todo conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto.
Escolha o item que preenche a lacuna e marque a resposta correta:
a) Dar interdisciplinaridade a
b) Operacionalizar
c) Contextualizar.
d) Dar transversalidade a
Resposta:c) Contextualizar.
(Item 2.2.3 Orientações teórico-metodológicas – Página 11 – Alínea A)


Questão 19 – _________________ questiona a segmentação dos diferentes campos do conhecimento, possibilitando uma relação epistemológica entre as disciplinas, ou seja, uma inter-relação existente entre os diversos campos do conhecimento frente ao mesmo objeto de estudo (...). Romper com a fragmentação do conhecimento não significa excluir sua unidade (...), mas sim articulá-la de forma diferenciada, possibilitando que o diálogo entre os conhecimentos possa favorecer a contextualização dos conteúdos frente às exigências de uma sociedade democrática, levantando questões, abrindo pista, intervindo construtivamente na realidade, favorecendo o pensar antes, durante e depois da ação e, consequentemente, na construção da autonomia intelectual. (CORDEIRO & SILVA, 2005, p. 18 apud SENASP, 2015, p. 56).
Escolha o item que preenche a lacuna e marque a resposta correta:
a) A contemporização.
b) A transversalidade
c) A contextualização.
d) A interdisciplinaridade
Resposta:d) A interdisciplinaridade
(Item 2.2.3 Orientações teórico-metodológicas – Página 11 – Alínea C)


Questão 20 – _________________ refere-se a temas sociais que permeiam os conteúdos das diferentes disciplinas, exigindo uma abordagem ampla e diversificada, não se esgotando num único campo de conhecimento. Os temas transversais não devem constituir uma única disciplina, mas permear todo o trabalho educativo.
Escolha o item que preenche a lacuna e marque a resposta correta:
a) A contemporização.
b) A Operacionalizar
c) A Contextualização.
d) A transversalidade.
Resposta:d) A transversalidade.
(Item 2.2.3 Orientações teórico-metodológicas – Página 11 – Alínea B)



Questão 21 – Segundo Cordeiro e Silva (2005), _______________ que atua nas ações formativas dos profissionais da área de segurança pública deve estar atento para que as atividades selecionadas possam ajudar os alunos a serem profissionais reflexivos, que utilizam a autonomia intelectual e sejam capazes de “transferir conhecimentos”, adaptando-se a diversas situações profissionais e a novas situações.
Escolha o item que preenche a lacuna e marque a resposta correta:
a) O Professor
b) O Monitor
c) O Aluno
d) O Comandante de pelotão

Resposta: a) O Professor
(Definiçao nos Slides e material de apoio)




Questão 22 – As atividades propostas aos alunos deverão ser organizadas considerando os seguintes momentos:
a) No planejamento das aulas, durante as aulas e depois das aulas.
b) Apenas no planejamento das aulas
c) Apenas durante as aulas
d) Apenas depois das aulas
Resposta:a) No planejamento das aulas, durante as aulas e depois das aulas.
(Definiçao nos Slides e material de apoio)


Questão 23 – ___________são preceitos que fundamentam a concepção das ações formativas para os profissionais da área de segurança pública.
a) Princípios.
b) Habilidades.
c) Planos de aula.
d) Conteúdos.
Resposta: a) Princípios.
(Definiçao nos Slides e material de apoio)


Questão 24 – ___________é o instrumento utilizado para ORIENTAR a seleção dos conteúdos de cada disciplina, de acordo com as dimensões do conhecimento que expressam conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Os mapas de competências são amplos e abrangentes e servem de base para a seleção dos conteúdos que comporão as ementas.
Escolha o item que preenche a lacuna e marque a resposta correta:
a) O mapa de competências da disciplina.
b) A abordagem criativa
c) Na Abordagem estrutural, policiamento orientado por problemas
d) A abordagem local
Resposta: a) O mapa de competências da disciplina.
(Definiçao nos Slides e material de apoio)


Questão 25 – ___________ os problemas devem ser resolvidos onde aparecem.
a) No mapa de competências da disciplina.
b) Na abordagem criativa
c) Na abordagem estrutural.
d) Na abordagem local
Resposta: d) Na abordagem local
(Item 2.3.1 Abordagens – Página 12 – Alínea A)


Questão 26 – ___________ a utilização de meios criativos e não convencionais na resolução de problemas
a) No mapa de competências da disciplina.
b) Na abordagem criativa
c) Na Abordagem estrutural, policiamento orientado por problemas
d) No planejamento
Resposta: b) Na abordagem criativa
(Item 2.3.1 Abordagens – Página 12 – Alínea B)



Questão 27 – ___________ a resolução de problemas deve se basear na análise de causas estruturais, na consideração de todos os fatores subjacentes e nos meios disponíveis de criação de segurança
a) No mapa de competências da disciplina.
b) Na abordagem criativa
c) Na Abordagem estrutural, policiamento orientado por problemas
d) Na abordagem local
Resposta: c) Na Abordagem estrutural, policiamento orientado por problemas
Item 2.3.1 Abordagens – Página 12 – Alínea C)


Questão 28 – ___________ compreende a discussão em pequenos grupos de casos verídicos ou baseados em fatos reais relacionados a situações que farão parte do cotidiano da área de segurança pública. Os casos deverão vir acompanhados do máximo de informações pertinentes para que o estudante possa analisá-los (caso análise) ou apresentar possíveis soluções (caso problema). Esta técnica permite que os estudantes analisem a situação apresentada e apliquem os conhecimentos aprendidos
a) O estudo de casos.
b) O Brainstorming
c) O Brainwriting.
d) A aula expositiva.
Resposta: a) O estudo de casos.
(Item 2.3.2 Técnicas de Ensino – Página 13 – Alínea C)


Questão 29 – ___________ (job aids): as listas de tarefas devem ser utilizadas quando se tem por objetivo que os estudantes sigam passos na realização de procedimentos.
a) O estudo de casos.
b) O Brainstorming
c) O Brainwriting.
d) A Lista de tarefas
Resposta: e) A Lista de tarefas
(Item 2.3.2 Técnicas de Ensino – Página 13 – Alínea D)


Questão 30 – ___________são utilizados para gerar novas ideias, buscar soluções para um determinado problema. Todas as ideias surgidas devem ser registradas, a seguir categorizadas e analisadas com o auxílio de um coordenador. Ao final, o grupo toma as decisões para a resolução do problema.
a) O estudo de casos.
b) O Brainstorming e o brainwriting
c) O Painel de discussões.
d) A aula expositiva
Resposta: b) O Brainstorming e o brainwriting
(Item 2.3.2 Técnicas de Ensino – Página 14 – Alínea J)


Questão 31 – ___________é caracterizada pela explicação por meio da demonstração de técnicas e procedimentos, oportunizando aos estudantes: a exercitação, o feedback, a automação e a aplicação.
a) O estudo de casos.
b) O Brainstorming e o brainwriting
c) O Painel de discussões.
d) Demonstração ou aula prática.
Resposta: d) Demonstração ou aula prática.
(Item 2.3.2 Técnicas de Ensino – Página 14 – Alínea L)



BRAUER, Markus. Ensinar na universidade: conselhos práticos, dicas e métodos pedagógicos. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
CANDAU, Vera Maria (Org.). Reinventar a escola. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,2000.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia, pedagogos para que?. São Paulo, Cortez, 1999.
_________, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2006.
MATRIZ curricular nacional para ações formativas dos profissionais da área de segurança pública. Brasília: Secretaria nacional de segurança pública, 2014.
Perrenoud, Phillippe. Ensinar:agir na urgencia, decidir na incerteza. Proto Alegre: Artmed, 2001.
PILETTI, Claudino. Didática geral. São Paulo: Editora Ática, 2001.
SCHILLING, Flávia (org.). Direitos humanos e educação: outras palavras, outras práticas. São Paulo: Cortez, 2011.
SILVA, Joao Batista da.Formaçao Policial-Militar no século XXI: diagnósticos e perspectivas. Natal. Fundação José Augusto, 2017 (Coleçao Cultura Potiguar).

Fonte: Plano de Curso – CFS 2018.1

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