Resumo Histórico do Brasil
Fundação
A descoberta do Brasil, em 22 de abril de
1500, pela esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral, com destino às
Índias, integra o ciclo da expansão marítima portuguesa. Inicialmente
denominada Terra de Vera Cruz, depois Santa Cruz e, finalmente, Brasil,
a nova terra foi explorada a princípio em função da extração do
pau-brasil, madeira de cor vermelha usada em tinturaria na Europa, e
que deu o nome à terra.
Várias expedições exploradoras (Gonçalo
Coelho, Gaspar de Lemos) e guarda-costas (Cristóvão Jacques) foram
enviadas pelo rei de Portugal, a fim de explorar o litoral e combater
piratas e corsários, principalmente franceses, para garantir a posse da
terra. O sistema de feitorias, já utilizado no comércio com a África e
a Ásia, foi empregado tanto para a defesa como para realizar o escambo
(troca) do pau-brasil com os indígenas. A exploração do pau-brasil,
monopólio da Coroa portuguesa, foi concedida ao cristão-novo Fernão de
Noronha.
A partir de 1530, tem início a colonização
efetiva, com a expedição de Martim Afonso de Sousa, cujos efeitos foram
o melhor reconhecimento da terra, a introdução do cultivo da
cana-de-açúcar e a criação dos primeiros engenhos, instalados na
recém-fundada cidade de São Vicente, no litoral de São Paulo, que no
século 16 chegou a ter treze engenhos de açúcar. A economia açucareira,
entretanto, vai se concentrar no Nordeste, principalmente em
Pernambuco. Estava baseada no tripé
latifúndio--monocultura--escravidão. A cana-de-açúcar, no Nordeste, era
cultivada e beneficiada em grandes propriedades, que empregavam
mão-de-obra dos negros africanos trazidos como escravos, e destinava-se à
exportação.
Ao lado do ciclo da cana-de-açúcar,
ocorrido na zona da mata, desenvolveu-se o ciclo do gado. A pecuária
aos poucos ocupou toda a área do agreste e do sertão nordestinos e a
bacia do rio São Francisco. No século 18, o ciclo da mineração do ouro e
dos diamantes em Minas Gerais levou à ocupação do interior da colônia.
A sociedade mineradora era mais diversificada do que a sociedade
açucareira, extremamente ruralizada. Na zona mineira, ao lado dos
proprietários e escravos, surgiram classes intermediárias, constituídas
por comerciantes, artesãos e funcionários da Coroa.
Política e administrativamente a colônia
estava subordinada à metrópole portuguesa, que, para mais facilmente
ocupá-la, adotou, em 1534, o sistema de capitanias hereditárias.
Consistia na doação de terras pelo rei de Portugal a particulares, que
se comprometiam a explorá-las e povoá-las. Apenas duas capitanias
prosperaram: São Vicente e Pernambuco. As capitanias hereditárias
somente foram extintas em meados do século 18.
Em 1548, a Coroa portuguesa instituiu o
governo geral, para melhor controlar a administração da colônia. O
governador-geral Tomé de Sousa possuía extensos poderes, e administrava
em nome do rei a capitania da Bahia, cuja sede, Salvador -- primeira
cidade fundada no Brasil, foi também sede do governo geral até 1763,
quando a capital da colônia foi transferida para o Rio de Janeiro. A
administração local era exercida pelas câmaras municipais, para as quais
eram eleitos os colonos ricos, chamados “homens bons”.
O papel da Igreja Católica era da mais alta
importância. A ela cabiam tarefas administrativas, a assistência
social, o ensino e a catequese dos indígenas. Dentre as diversas ordens
religiosas, destacaram-se os jesuítas.
Invasões estrangeiras. Durante o período
colonial, o Brasil foi alvo de várias incursões estrangeiras, sobretudo
de franceses, ingleses e holandeses. Os franceses chegaram a fundar,
em 1555, uma colônia, a França Antártica, na ilha de Villegaignon, na
baía de Guanabara. Somente foram expulsos em 1567, em combate do qual
participou Estácio de Sá, fundador da cidade do Rio de Janeiro (1565).
Mais tarde, entre 1612 e 1615, novamente os franceses tentaram
estabelecer uma colônia no Brasil, desta vez no Maranhão, chamada
França Equinocial.
Os holandeses, em busca do domínio da
produção do açúcar (do qual eram os distribuidores na Europa),
invadiram a Bahia, em 1624, sendo expulsos no ano seguinte. Em 1630,
uma nova invasão holandesa teve como alvo Pernambuco, de onde
estendeu-se por quase todo o Nordeste, chegando até o Rio Grande do
Norte. Entre 1637 e 1645, o Brasil holandês foi governado pelo conde
Maurício de Nassau, que realizou brilhante administração. Em 1645, os
holandeses foram expulsos do Brasil, no episódio conhecido como
insurreição pernambucana.
Expansão geográfica
Durante o século 16, foram organizadas
algumas entradas, expedições armadas ao interior, de caráter geralmente
oficial, em busca de metais preciosos. No século seguinte, expedições
particulares, conhecidas como bandeiras, partiram especialmente de São
Paulo, com três objetivos: a busca de índios para escravizar; a
localização de agrupamentos de negros fugidos (quilombos), para
destruí-los; e a procura de metais preciosos. As bandeiras de caça ao
índio (Antônio Raposo Tavares, Sebastião e Manuel Preto) atingiram as
margens do rio Paraguai, onde arrasaram as “reduções” (missões)
jesuíticas. Em 1695, depois de quase um século de resistência, foi
destruído Palmares, o mais célebre quilombo do Brasil, por tropas
comandadas pelo bandeirante Domingos Jorge Velho.
Datam do final do século 17 as primeiras
descobertas de jazidas auríferas no interior do território, nas
chamadas Minas Gerais (Antônio Dias Adorno, Manuel de Borba Gato), em
Goiás (Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera) e Mato Grosso (Pascoal
Moreira Cabral), onde foram estabelecidas vilas e povoações. Mais
tarde, foram encontrados diamantes em Minas Gerais. Um dos mais
célebres bandeirantes foi Fernão Dias Pais, o caçador de esmeraldas.
Ao mesmo tempo que buscavam o oeste, os
bandeirantes ultrapassaram a vertical de Tordesilhas, a linha
imaginária que, desde 1494, separava as terras americanas pertencentes a
Portugal e à Espanha, contribuindo para alargar o território
brasileiro. As fronteiras ficaram demarcadas por meio da assinatura de
vários tratados, dos quais o mais importante foi o de Madri, celebrado
em 1750, e que praticamente deu ao Brasil os contornos atuais. Nas
negociações com a Espanha, Alexandre de Gusmão defendeu o princípio do
uti possidetis, o que assegurou a Portugal as terras já conquistadas e
ocupadas.
Revoltas coloniais
Desde a segunda metade do século 17, explodiram na colônia várias
revoltas, geralmente provocadas por interesses econômicos contrariados.
Em 1684, a revolta dos Beckman, no Maranhão, voltou-se contra o
monopólio exercido pela Companhia de Comércio do Estado do Maranhão. Já
no século 18, a guerra dos emboabas envolveu paulistas e “forasteiros”
na zona das minas; a guerra dos mascates opôs os comerciantes de
Recife aos aristocráticos senhores de engenho de Olinda; e a revolta de
Vila Rica, liderada por Filipe dos Santos, em 1720, combateu a
instituição das casas de fundição e a cobrança de novos impostos sobre a
mineração do ouro.
Os mais importantes movimentos revoltosos
desse século foram a conjuração mineira e a conjuração baiana, as quais
possuíam, além do caráter econômico, uma clara conotação política. A
conjuração mineira, ocorrida em 1789, também em Vila Rica, foi liderada
por Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que terminou preso e
enforcado, em 1792. Pretendia, entre outras coisas, a independência e a
proclamação de uma república. A conjuração baiana -- também chamada
revolução dos alfaiates, devido à participação de grande número de
elementos das camadas populares (artesãos, soldados, negros libertos)
--, ocorrida em 1798, tinha idéias bastante avançadas para a época,
inclusive a extinção da escravidão. Seus principais líderes foram
executados. Mais tarde, estourou outro importante movimento de caráter
republicano e separatista, conhecido como revolução pernambucana de
1817.
Independência. Em 1808, ocorreu a chamada
“inversão brasileira”, isto é, o Brasil tornou-se a sede da monarquia
portuguesa, com a transferência da família real e da corte para o Rio
de Janeiro, fugindo da invasão napoleônica na península ibérica. Ainda
na Bahia, o príncipe regente D. João assinou o tratado de abertura dos
portos brasileiros ao comércio das nações amigas, beneficiando
principalmente a Inglaterra. Terminava assim o monopólio português
sobre o comércio com o Brasil e tinha início o livre-cambismo, que
perduraria até 1846, quando foi estabelecido o protecionismo.
Além da introdução de diversos melhoramentos
(Imprensa Régia, Biblioteca Pública, Academia Militar, Jardim Botânico,
faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia e outros), no
governo do príncipe regente D. João (que passaria a ter o título de D.
João VI a partir de 1816, com o falecimento da rainha D. Maria I) o
Brasil foi elevado à categoria de reino e teve anexadas a seu
território a Guiana Francesa e a Banda Oriental do Uruguai, que tomou o
nome de província Cisplatina.
A partir de 1821, com a volta do rei e da
corte para Portugal, o Brasil passou a ser governado pelo príncipe
regente D. Pedro. Atendendo principalmente aos interesses dos grandes
proprietários rurais, contrários à política das Cortes portuguesas, que
desejavam recolonizar o Brasil, bem como pretendendo libertar-se da
tutela da metrópole, que visava diminuir-lhe a autoridade, D. Pedro
proclamou a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, às
margens do riacho do Ipiranga, na província de São Paulo. É importante
destacar o papel de José Bonifácio de Andrada e Silva, à frente do
chamado Ministério da Independência, na articulação do movimento
separatista.
Primeiro reinado. Aclamado imperador do
Brasil, D. Pedro I tratou de dar ao país uma constituição, outorgada em
1824. No início do seu reinado, ocorreu a chamada “guerra da
independência”, contra as guarnições portuguesas sediadas
principalmente na Bahia. Em 1824, em Pernambuco, a confederação do
Equador, movimento revoltoso de caráter republicano e separatista,
questionava a excessiva centralização do poder político nas mãos do
imperador, mas foi prontamente debelado. Em 1828, depois da guerra
contra as Províncias Unidas do Rio da Prata, o Brasil reconheceu a
independência do Uruguai.
Depois de intensa luta diplomática, em que
foi muito importante a intervenção da Inglaterra, Portugal reconheceu a
independência do Brasil. Freqüentes conflitos com a Assembléia e
interesses dinásticos em Portugal levaram D. Pedro I, em 1831, a
abdicar do trono do Brasil em favor do filho D. Pedro, então com cinco
anos de idade.
Período regencial. O reinado de D. Pedro II
teve início com um período regencial, que durou até 1840, quando foi
proclamada a maioridade do imperador, que contava cerca de quinze anos.
Durante as regências, ocorreram intensas lutas políticas em várias
partes do país, quase sempre provocadas pelos choques entre os
interesses regionais e a concentração do poder no Sudeste (Rio de
Janeiro). A mais importante foi a guerra dos farrapos ou revolução
farroupilha, movimento republicano e separatista ocorrido no Rio Grande
do Sul, em 1835, e que só terminou em 1845. Além dessa, ocorreram
revoltas na Bahia (Sabinada), no Maranhão (Balaiada) e no Pará
(Cabanagem).
Segundo reinado. O governo pessoal de D.
Pedro II começou com intensas campanhas militares, a cargo do general
Luís Alves de Lima e Silva, que viria a ter o título de duque de
Caxias, com a finalidade de pôr termo às revoltas provinciais. A partir
daí, a política interna do império brasileiro viveu uma fase de
relativa estabilidade, até 1870.
A base da economia era a agricultura
cafeeira, desenvolvida a partir de 1830, no Sudeste, inicialmente nos
morros como o da Tijuca e a seguir no vale do Paraíba fluminense
(província do Rio de Janeiro), avançando para São Paulo (vale do
Paraíba e oeste paulista). Até 1930, o ciclo do café constituiu o
principal gerador da riqueza brasileira. A partir da década de 1850,
graças aos empreendimentos de Irineu Evangelista de Sousa, o barão e
depois visconde de Mauá, entre os quais se destaca a construção da
primeira estrada de ferro brasileira, ocorreu um primeiro surto de
industrialização no país.
A base social do império era a escravidão.
Desde o período colonial, os negros escravos constituíam a principal, e
quase exclusiva, mão-de-obra no Brasil. As restrições ao tráfico
negreiro começaram por volta de 1830, por pressões da Inglaterra, então
em plena revolução industrial. Finalmente, em 1888, após intensa
campanha abolicionista, a chamada Lei Áurea declarava extinta a
escravidão no país. Nesse período, houve uma grande imigração para o
Brasil, sobretudo de alemães e italianos.
Na política externa, sobressaíram as guerras
do Prata, em que o Brasil enfrentou o Uruguai e a Argentina, e a da
Tríplice Aliança ou do Paraguai, que reuniu o Brasil, a Argentina e o
Uruguai numa coligação contra o ditador paraguaio Solano López. A
guerra do Paraguai (1864--1870), um dos episódios mais sangrentos da
história americana, terminou com a vitória dos aliados.
A partir de 1870, a monarquia brasileira
enfrentou sucessivas crises (questão religiosa, questão militar,
questão da abolição), que culminaram com o movimento militar, liderado
pelo marechal Deodoro da Fonseca, que depôs o imperador e proclamou a
república, em 15 de novembro de 1889.
República Velha. A Primeira República, ou
República Velha, estendeu-se de 1889 até 1930. Sob a chefia do marechal
Deodoro, foi instalado um governo provisório, que convocou uma
assembléia constituinte para elaborar a primeira constituição
republicana, promulgada em 1891. Os governos do marechal Deodoro, e,
depois, do marechal Floriano Peixoto foram plenos de conflitos com o
Legislativo e rebeliões, como as duas revoltas da Armada.
Com a eleição de Prudente de Morais, tem
início a chamada “política do café com leite”, segundo a qual os
presidentes da República seriam escolhidos dentre os representantes dos
estados mais ricos e populosos -- São Paulo e Minas Gerais -- prática
que foi seguida, quase sem interrupções, até 1930.
A economia agrário-exportadora continuou
dominante. O café representava a principal riqueza brasileira, e os
fazendeiros paulistas constituíam a oligarquia mais poderosa. As
classes médias eram pouco expressivas e começava a existir um embrião
de proletariado. Por ocasião da primeira guerra mundial (1914--1918),
ocorreu um surto de industrialização, em função da substituição de
importações européias por produtos fabricados no Brasil.
A partir da década de 1920, o
descontentamento dos militares explodiu em uma série de revoltas,
destacando-se a marcha da coluna Prestes, entre 1924 e 1927, que
percorreu grande parte do Brasil. As oligarquias alijadas do poder
central também se mostravam insatisfeitas. Quando ocorreu a crise de
1929 -- iniciada com o crash da bolsa de Nova York --, com seus reflexos
negativos sobre os preços do café, a desorganização da economia, as
divergências político-eleitorais das oligarquias dominantes e as
aspirações de mudança de amplos setores da sociedade provocaram a
deflagração da revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.
República Nova
Sob a chefia de Getúlio Vargas, foi
instaurado um governo provisório que durou até 1934. Embora vitorioso
sobre a revolução constitucionalista de 1932, ocorrida em São Paulo,
Vargas viu-se obrigado a convocar uma assembléia constituinte, que deu
ao país uma nova constituição (1934), de cunho liberal.
Em 1935, a Aliança Nacional Libertadora
(ANL) promoveu uma revolta militar, conhecida como intentona comunista.
Aproveitando-se de uma conjuntura favorável, Vargas deu um golpe de
estado, em 1937, fechando o Congresso e estabelecendo uma ditadura de
cunho corporativo-fascista, denominada Estado Novo, regida por uma
carta outorgada, de caráter autoritário. Vargas governou até 1945,
quando foi deposto por novo golpe militar.
Durante seu governo, incentivou-se a
industrialização, inclusive com a fundação da Companhia Siderúrgica
Nacional, foi estabelecida uma legislação trabalhista, reorganizou-se o
aparelho administrativo do Estado, com a criação de novos ministérios,
e cuidou-se da previdência social, entre outros melhoramentos.
Terceira República. As eleições de 1945
apontaram o general Eurico Gaspar Dutra como o novo presidente da
República. Em seu governo, o Brasil ganhou uma nova constituição, foi
modernizada a estrada de rodagem entre o Rio de Janeiro e São Paulo
(rodovia Presidente Dutra) e começou o aproveitamento hidrelétrico da
cachoeira de Paulo Afonso.
Nesse período, firmaram-se os três grandes
partidos que tiveram importância na vida política brasileira até a
deflagração do movimento militar de 1964: o Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), o Partido Social Democrático (PSD) e a União
Democrática Nacional (UDN). O Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi
posto na ilegalidade.
Em 1951, Vargas, candidato do PTB, voltou ao
poder, eleito pelo voto popular. Em seu segundo governo, destacou-se a
criação da Petrobrás, empresa estatal destinada a monopolizar a
pesquisa, extração e refino do petróleo. Foi um período conturbado, que
teve no atentado da rua Tonelero (dirigido ao jornalista Carlos
Lacerda, mas em que morreu um oficial da Aeronáutica) um dos seus
episódios mais importantes. Pressionado pelas classes conservadoras, e
ameaçado de deposição por seus generais, Vargas suicidou-se em 24 de
agosto de 1954.
A eleição de Juscelino Kubitschek de
Oliveira, candidato do PSD, inaugurou a era do desenvolvimentismo.
Durante seu governo, orientado pelo Plano de Metas, construiu-se a nova
capital, Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960; foram abertas
numerosas estradas, ligando a capital às diversas regiões do país,
entre as quais a Belém--Brasília; implantou-se a indústria
automobilística; e foi impulsionada a construção das grandes usinas
hidrelétricas de Três Marias e Furnas. A sucessão presidencial coube a
Jânio Quadros, apoiado pela UDN, que, após sete meses de governo,
renunciou.
A subida de João Goulart ao poder contrariou
as classes conservadoras e altos chefes militares. No início de seu
governo, o Brasil viveu uma curta experiência parlamentarista, solução
encontrada para dar posse a Goulart. Foi um período marcado por greves e
intensa agitação sindical. O presidente terminou sendo deposto pelos
militares, com apoio da classe média, em 1964.
Regime militar. Os governos militares
preocuparam-se sobretudo com a segurança nacional. Editaram vários atos
institucionais e complementares, promovendo modificações no
funcionamento do Congresso e tomando medidas de caráter econômico,
financeiro e político. Os partidos políticos tradicionais foram
extintos, e criadas duas novas agremiações políticas, a Aliança
Renovadora Nacional (Arena) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Em 1967, promulgou-se nova constituição, que
estabeleceu um poder executivo ainda mais forte. Com o crescimento da
agitação estudantil e operária, foi editado o Ato Institucional nº 5,
que fechou o Congresso. Em 1969, a Emenda Constitucional nº 1 deu ao
país praticamente uma nova carta política.
No campo do desenvolvimento econômico, as
atenções dos governantes e dos tecnocratas voltaram-se prioritariamente
para o combate à inflação, que atingira níveis alarmantes; para a
construção de obras de infra-estrutura, sobretudo nas áreas de
transportes -- como a rodovia Transamazônica e a ponte Rio--Niterói
(oficialmente, ponte Presidente Costa e Silva) --, de comunicações --
com a implantação do sistema de comunicação por satélite -- e de
energia, com a construção da usina hidrelétrica de Itaipu -- por meio
de um convênio com o Paraguai -- e com a assinatura de um acordo com a
Alemanha para a construção de usinas nucleares.
O governo Geisel iniciou um processo de
abertura democrática, lenta e gradual, desembocando na anistia
política, que permitiu a volta ao país de numerosos exilados. Em
seguida à anistia, veio o fim do bipartidarismo, e foram criados vários
partidos políticos. No final da década de 1970, o movimento popular e
sindical tomou um novo alento, o que levaria, nos primeiros anos da
década seguinte, ao movimento das “diretas já”, que, embora não fosse
vitorioso, permitiu em 1985 a eleição indireta pelo Congresso de
Tancredo Neves, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB),
para a presidência da República. Com a morte de Tancredo Neves, na
véspera da posse, assumiu seu vice-presidente, José Sarney.
Nova República
O governo Sarney teve como fato econômico
mais importante a implantação do Plano Cruzado, com vistas a combater a
inflação pelo congelamento de preços e da troca da moeda. O fato
político marcante do período foi a eleição de uma assembléia nacional
constituinte, que em 1988 deu ao Brasil uma nova constituição. O
fracasso do plano econômico e a corrupção generalizada contribuíram
para polarizar as preferências eleitorais em 1989 em torno das
candidaturas de Fernando Collor de Mello, apoiado por poderosas forças
políticas, e Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores.
A vitória de Fernando Collor provocou uma
euforia momentânea, logo dissipada pelo fracasso dos sucessivos planos
econômicos e pelas denúncias de corrupção que atingiam figuras próximas
ao presidente. Depois de intensa movimentação popular, Collor foi
afastado do governo, em 1992, pelo processo de impeachment, conduzido
pelo Congresso Nacional.
Quadro atual
O Presidente Itamar Franco, sucessor de
Fernando Collor, contou com vasto apoio parlamentar e popular. Seus
objetivos principais eram combater a inflação, retomar o crescimento
econômico e diminuir a pobreza do povo brasileiro. O sucesso das
medidas econômicas permitiu a eleição do criador do Plano Real,
Fernando Henrique Cardoso, que conquistou a Presidência da República, e
foi presidente por dois mandatos, de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002.
Em 27 de outubro de 2002, Luiz Inácio Lula da Silva é eleito
Presidente da República Federativa do Brasil com quase 53 milhões de
votos, e, em 29 de outubro de 2006 é reeleito com mais de 58 milhões de
votos (60,83% dos votos válidos).
No dia 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff foi eleita presidente
do Brasil, cargo a ser ocupado pela primeira vez na história do país
por uma mulher. Dilma Roussef obteve 55.752.529 votos, que
contabilizaram 56,05% do total de votos válidos. Em seu pronunciamento
oficial após vencer as eleições disse: “Vou fazer um governo
comprometido com a erradicação da miséria e dar oportunidades para
todos os brasileiros e brasileiras. Mas, humildemente, faço um chamado à
nação, aos empresários, trabalhadores, imprensa, pessoas de bem do
país para que me ajudem.”
Aspectos culturais e turísticos
A arquitetura colonial brasileira apresenta exemplos de riqueza e
originalidade, graças ao impulso inicial dado pelos jesuítas, que foram
responsáveis pela construção de numerosas igrejas e produziram obras de
arte que constituem boa parte da riqueza arquitetônica e artística do
país.
Algumas cidades e lugares históricos ou de
interesse ambiental foram declarados pela UNESCO patrimônio cultural da
humanidade: o centro histórico de Salvador, compreendendo o Terreiro
de Jesus (Pelourinho), na Bahia; Olinda, em Pernambuco; Ouro Preto, em
Minas Gerais; Brasília, a capital federal; as ruínas de São Miguel
das Missões, no Rio Grande do Sul; o Santuário do Bom Jesus de
Matosinhos, em Congonhas, Minas Gerais; e os parques nacionais da Serra
da Capivara, no Piauí, e de Iguaçu, no Paraná. Entre as cidades
históricas, também merecem destaque Parati, no Rio de Janeiro, célebre
pelo seu casario, e Aparecida, em São Paulo, considerada
cidade-santuário do Brasil.
Na antiga zona aurífera de Minas Gerais encontram-se os melhores
exemplos da arte barroca, tanto na decoração do interior dos templos
religiosos, como nas esculturas de Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho. Ouro Preto, Tiradentes, Congonhas e São João Del Rei são
típicas cidades coloniais mineiras. Modernamente, o maior exemplo da
arquitetura brasileira é Brasília, obra de Oscar Niemeyer e Lúcio
Costa.
Instituições
O impulso cultural inicial foi dado com a vinda da corte
portuguesa para o Brasil, em 1808. Datam dessa época a atual
Biblioteca Nacional, o Museu Nacional, o mais importante da América do
Sul para o estudo das ciências naturais e antropológicas, e o Jardim
Botânico, no Rio de Janeiro.
Jardim Botânico - RJ
Ainda nessa cidade, podem ser encontrados o Museu
Histórico Nacional, típico do estilo barroco-rococó, o Palácio Gustavo
Capanema, cujo traço se deve ao arquiteto francês Le Corbusier, o Museu
Nacional de Belas-Artes, o Museu de Arte Moderna, exemplo da
arquitetura contemporânea, e o Teatro Municipal. O Museu Imperial, em
Petrópolis RJ, contém rico material sobre o período monárquico.
Museu Histórico Nacional RJ
Teatro Municipal RJ
Museu Imperial RJ
Em São Paulo, destacam-se o Museu de Arte Moderna
(MAM) e o Museu de Arte (MASP), que guardam importante acervo de
pintores nacionais e estrangeiros. Em Minas Gerais encontra-se o
Museu da Inconfidência, com obras de arte sacra e do Aleijadinho. O
Museu Emílio Goeldi, em Belém PA, é um centro de pesquisas sobre
etnologia. Em Manaus, sobressai o Teatro Amazonas, cuja construção data
do ciclo da borracha, em fins do século 19.
Museu de Arte Moderna (MAM) São Paulo
Museu da Inconfidência – Minas Gerais
Museu Emílio Goeldi, em Belém PA
Teatro Amazonas em Manaus
Entre as maiores universidades brasileiras, situam-se
a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), a Universidade de São
Paulo (USP), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a
Universidade de Brasília (UnB).
Entrada da UNICAMP
Atrações e eventos
A maior festa brasileira é o carnaval, que ocorre
geralmente em fevereiro, com duração de três ou quatro dias, sendo
famosas e conhecidas internacionalmente as comemorações no Rio de
Janeiro, Salvador, Recife e Olinda. Outro evento importante são as
festas de Ano-Novo, celebradas nas praias do Rio de Janeiro e de
Salvador.
Carnaval do RJ
Carnaval de Salvador (Bahia)
Carnaval de Olinda
Ano Novo RJ
Ano Novo Salvador
Em Ouro Preto MG realiza-se um importante Festival de Inverno.
Apresentações no Festival de inverno de Ouro Preto
Apresentações no Festival de inverno de Ouro Preto
Gramado RS é sede de um Festival de Cinema, assim como Brasília.
Entrada da Cidade de Gramado – Festival de Cinema
Entrada da Cidade de Gramado – Festival de Cinema
A festa do Círio de Nazaré, manifestação leiga e religiosa, é comemorada todos os anos em Belém PA.
Os festejos populares de origem portuguesa têm sido recuperados,
como o bumba-meu-boi, no Maranhão, ou de raízes luso-africanas, como o
reisado, no Nordeste e em Parati RJ.
Festa do Bumba-meu-boi no Maranhão.
Reisado, no Nordeste
A festa do Divino Espírito Santo reúne uma série de manifestações culturais populares, em Pirenópolis GO.
Festa do Divino Espírito Santo em Pirenópolis GO é uma festa móvel que acontece 50 dias após a Páscoa, durante as comemorações de Pentecostes. Geralmente a data cai no mês de maio ou junho.
Apresentação das Bandeiras
Cavalgada em louvor ao Divino Espírito Santo na cidade de Pirenópolis estado de Goiás Brasil.
http://www.sohistoria.com.br/ef2/histbrasil/p7.php
0 Comentários