Egito
Os registros iniciais da civilização que
se formou às margens do Rio Nilo datam de aproximadamente 6 mil anos. O
que conhecemos sobre aquela civilização nos indica que atingiu um
padrão complexo na arte, na ciência, no comércio e na religião. Essa
cultura elaborada acentuava a diferença entre os que tinham e os que
não tinham posses.
O Egito está localizado em região
desértica, às margens do Rio Nilo, na porção nordeste do continente
africano, é banhado tanto pelo Mar Mediterrâneo quanto pelo Mar
Vermelho e limita-se com o Sudão e com o Deserto da Líbia. Apesar de
situado numa região desértica, com poucas chuvas, ele é cortado por um
vale muito fértil percorrido pelo Rio Nilo, rio que teve um papel
decisivo na vida e, principalmente na economia do Antigo Egito.
Podemos observar, no mapa abaixo, a região do Egito denominada Crescente Fértil.
O nome Crescente Fértil deriva do fato de
que, se traçarmos uma faixa de união entre o Rio Tigre, o Rio
Eufrates, o Rio Nilo e o Rio Jordão, obteremos a forma de uma meia-lua
(lua crescente) e também por ter o seu solo muito fértil em um local
onde a maior parte das terras era muito árida para qualquer cultivo.
Esse solo fértil deve-se graças ao
regime de enchentes anuais no Rio Nilo que, durante os meses de junho a
setembro, o rio transbordava, inundando suas margens; quando voltava a
seu leito normal, deixava o vale fertilizado pelo húmus (fertilizante
orgânico) e pronto para o plantio.PERÍODOS DA HISTÓRIA EGÍPCIA
A história do Egito divide-se em três
fases: o Antigo Império; Médio Império e o Novo Império. Ao longo
desses três períodos, o Egito atingiu o apogeu. Porém, a partir do
século VII a.C. o Egito foi invadido por vários povos e perdeu o seu
antigo esplendor. A seguir, uma rápida explanação sobre cada período.
ANTIGO IMPÉRIO (3200 a.C. – 2100 a. C.)
Durante o Antigo Império foram
construídas obras de drenagem e irrigação, que permitiram a expansão da
agricultura; são desse período ainda as grandes pirâmides dos faraós
Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas nas proximidades de Mênfis, a
capital do Egito na época.
As pirâmides eram túmulos dos faraós.
Para o seu interior era levada grande quantidade de objetos que
pertenciam ao soberano, como móveis, jóias e outros objetos preciosos.
Durante o Antigo Império, o faraó
conquistou amplos poderes. Isso acabou gerando alguns conflitos: os
grandes proprietários de terra e os chefes dos diversos nomos não
aceitaram a situação e procuraram diminuir o poder do faraó. Essas
disputas acabaram por enfraquecer o poder político do Estado.
MÉDIO IMPÉRIO (2100 a.C. – 1580 a.C.)
Durante o Médio Império, os faraós reconquistaram o poder político no Egito. A capital passou a ser Tebas.
Nesse período, conquistas territoriais
trouxeram prosperidade econômica. Mas algumas agitações internas
voltariam a enfraquecer o império, o que possibilitou, por volta de
1750 a.C., a invasão dos hicsos, povo nômade de origem asiática. Os
hicsos permaneceram no Egito cerca de 170 anos.
NOVO IMPÉRIO (1580 a.C. – 715 a.C.)
O período iniciou-se com a expulsão dos
hicsos e foi marcado por numerosas conquistas territoriais. Em seu
final ocorreram agitações internas e outra onda de invasões. Devido ao
enfraquecimento do Estado, o Egito foi conquistado sucessivamente pelos
assírios (670 a.C.), persas (525 a.C.), gregos (332 a.C.) e romanos
(30 a.C.)
POLÍTICA E SOCIEDADE DO EGITO ANTIGO
Inicialmente, os egípcios se organizaram por meio de um conjunto de comunidades patriarcais chamadas de nomos. Os nomos eram controlados por um chefe chamado nomarca.
Os nomos se agrupavam em duas regiões distintas, que formavam dois
reinos rivais: o reino do Alto Egito e o reino do Baixo Egito.
Por volta de 3.200 a.C. o reino do Norte
dominou o reino do Sul, unificando assim, o Egito. O responsável por
essa união foi Menés, que passou, então, a ser chamado de faraó, cujo
significado é “casa grande”, “rei das duas terras”. O poder dos reis
passava de pai para filho, isto é, era hereditário. Como os egípcios
acreditavam que os faraós eram deuses ou, pelo menos, representantes
diretos dos deuses na Terra, a forma de governo que se instalou foi
chamada de monarquia teocrática.
A ilustração abaixo representa como era dividida a sociedade no Antigo Egito:
A ilustração abaixo representa como era dividida a sociedade no Antigo Egito:
Como podemos perceber, a
sociedade egípcia era organizada em torno do faraó, senhor de todas as
terras e de todas as pessoas. Ele era responsável pela justiça, pelas
funções religiosas, pela fiscalização das obras públicas e pelo comando
do exército. O faraó era considerado um deus vivo, filho de deuses e
intermediário entre eles e a população. Em sua honra, realizavam-se
inúmeros cultos.
Abaixo do faraó, e em ordem de
importância, estavam o Vizir do Alto Egito, o do Baixo Egito e o
Sumo-Sacerdote de Amon-Rá, um dos principais deuses do Egito Antigo. Os
vizires contavam com a ajuda dos supervisores e dos nomarcas, isto é,
os governadores dos nomos, os distritos do Egito. Os nomarcas por sua
vez, eram auxiliados pelos funcionários do governo, os escribas, que
sabiam ler e escrever.
A centralização política do Egito não foi
de fato uma constante em sua história. Vários episódios de dissolução
do Estado podem ser observados durante sua trajetória. Por volta de
2.300 a.C., uma série de contendas internas e invasões deram fim à
supremacia do faraó. Nos três séculos subseqüentes os nomos voltaram a
ser a principal unidade de organização sócio-política. Esse primeiro
período que vai da unificação ao restabelecimento dos nomos corresponde
ao Antigo Império.
Ao fim do século XXI a.C., o Estado
centralizado foi restabelecido graças aos esforços do faraó Mentuhotep
II. A servidão coletiva foi mais uma vez adotada, permitindo a
construção de vários canais de irrigação e a transferência da capital
para a cidade de Tebas. Mesmo sendo um período de diversas conquistas e
desenvolvimento da cultura egípcia, o Médio Império chegou ao seu fim
em 1580, com a dominação exercida pelos hicsos.
A presença estrangeira serviu para que
os egípcios se unissem contra a presença dos hicsos. Com a expulsão
definitiva dos invasores, temos o início do Novo Império.
Nessa época, presenciamos a dominação
egípcia sob outros povos. Entre as civilizações dominadas pelos
egípcios, destacamos os hebreus, fenícios e assírios. Tal expansão das
fronteiras possibilitou a ampliação das atividades comercias durante o
Novo Império.
O Novo Império, considerado o mais
estável período da civilização egípcia, teve seu fim com a deflagração
de uma série de invasões. Os assírios, persas, macedônios e romanos
invadiram e controlaram o Egito ao longo da Antigüidade. Ao longo de
mais de 2500 anos, os egípcios ainda foram alvo do controle árabe,
turco e britânico.ECONOMIA
A agricultura era a atividade econômica
principal dos egípcios.
Inicialmente, para melhor aproveitar as águas do rio Nilo,
os camponeses uniam-se, empenhando-se na construção de diques e no
armazenamento de cereais para a época de escassez.
Com o tempo, a produção agrícola
tornou-se variada, sendo cultivados algodão, linho (utilizados na
fabricação de roupas), trigo, cevada, gergelim, legumes, frutas e,
principalmente, oliveiras.
Às margens do rio os camponeses faziam
pomares e hortas, produzindo favas, lentilhas, grão–de–bico e pepinos.
Cultivavam ainda uva, utilizada na fabricação do vinho.
Perto de suas casas, eles criavam porcos e carneiros.
O trabalho no campo era realizado com o auxílio de um arado de madeira puxado por bois.
Os camponeses que moravam nos pântanos e
nos lagos costeiros, organizados em equipes, criavam em tanques
numerosas variedades de peixes. O peixe, seco e conservado, era
consumido muitas vezes com pão e cerveja, e constituía parte importante
da alimentação dos egípcios.
Contando com um intenso artesanato, o comércio também foi outra importante atividade econômica no Egito Antigo.
RELIGIÃO
A religião desempenhava papel importante
na sociedade egípcia: todos os aspectos da vida de um egípcio eram
regulados por normas religiosas.
Havia cerimônias religiosas para os
acontecimentos individuais: nascimento, casamento, morte, etc., e
também para os acontecimentos que envolviam toda a sociedade, como as
festas na época da colheita.
Abertura da Boca: um dos rituais funerários do Antigo Egito
As crenças egípcias giravam em torno da
adoração de vários deuses, o politeísmo, e a crença em deuses com forma
humana e animal, o antropozoomorfismo. Muitos deles eram associados a
determinadas forças da natureza. O politeísmo egípcio era acompanhado
pela forte crença em uma vida após a morte. É a partir desse princípio
religioso que podemos compreender a complexidade dos rituais funerários
e a preparação dos cadáveres através do processo de mumificação.
Os antigos egípcios acreditavam numa
vida após a morte e no retorno do espírito ao corpo.
Muito do que conhecemos hoje sobre os costumes e o modo
de vida do Egito Antigo está associado a essa crença. A maior parte do
nosso conhecimento vem da análise das pinturas e dos objetos deixados
pelos egípcios nos túmulos.
RITUAIS DE VIDA E MORTE
Os egípcios acreditavam na vida após a
morte, mas se quisessem gozar o outro mundo, seus corpos teriam de
sobreviver. Por essa razão, mumificavam seus mortos. A técnica de
preservar corpos é chamada de embalsamamento e os egípcios foram
verdadeiros mestres nessa atividade.
Deus Anúbis realizando uma mumificação
Após a morte, o corpo era esvaziado e
desidratado com a ajuda de um sal especial. Em seguida, embalsamado e
envolvido com faixas de tecido de linho. As vísceras do morto eram
colocadas separadamente em quatro recipientes.
Somente o coração era substituído por
algum objeto. Por ser impossível conservá-lo, uma peça em forma de
escaravelho (inseto de quatro asas, também chamado de bicho-bolo) era
colocada em seu lugar. Em geral, um texto sagrado envolvia o novo
"coração". Assim, o anterior era substituído simbolicamente.
Enquanto os embalsamadores se ocupavam da proteção do corpo, uma sepultura era preparada e decorada.
Capela funerária de Tutmés III
Nem todos os egípcios eram enterrados em pirâmides, como acontecia com os faraós.
O sepultamento variava conforme a posição social do indivíduo e sua
riqueza. Havia outros tipos de túmulos: os hipogeus e as mastabas.
Os hipogeus eram túmulos subterrâneos
cavados nas rochas, principalmente nos barrancos de rios ou nas
encostas de montanhas. Podiam possuir vários compartimentos e ser
ricamente decorados. As mastabas eram tumbas, de base retangular, que
tinham no interior uma sala para oferendas, uma capela e uma câmara
mortuária subterrânea, onde ficavam os mortos. As pessoas mais humildes
eram enterradas em covas simples no meio do deserto.
Para o interior do túmulo, os egípcios
levavam objetos de uso diário e as riquezas que possuíam e pintavam
cenas cotidianas. Acreditavam que, agindo assim, garantiriam o conforto
na vida após a morte.
Um ponto curioso nos rituais do Egito era a zoolatria, ou seja, a adoração de animais. Os animais tidos como sagrados eram também cuidadosamente mumificados, após a morte, e depositados em cemitérios especiais.
Um ponto curioso nos rituais do Egito era a zoolatria, ou seja, a adoração de animais. Os animais tidos como sagrados eram também cuidadosamente mumificados, após a morte, e depositados em cemitérios especiais.
OS DEUSES
Os egípcios cultuavam inúmeros deuses,
com funções e aspectos variados. Existiam deuses cultuados em todo
Egito e outros adorados apenas em determinados lugares. Entre os
primeiros estavam os deuses ligados à morte e ao enterro, como Osíris.
O culto ao Isis e Osíris era o mais
popular no Egito Antigo. Acreditava-se que Osíris e sua irmã-esposa,
Isis, tinham povoado o Egito e ensinado aos camponeses as técnicas da
agricultura. Conta a lenda que o deus Set apaixonou-se por Isis e por
isso assassinou Osíris. Esse ressuscitou e dirigiu-se para o Além,
tornando-se o deus dos mortos.
Os antigos egípcios acreditavam que as
lágrimas de Isis, que chorava a morte do esposo, eram responsáveis
pelas cheias periódicas do Nilo. Também era adorado o deus Hórus, filho
de Isis e Osíris.
O CONHECIMENTO E AS ARTES
O CONHECIMENTO E AS ARTES
Os egípcios desenvolveram importantes
conhecimentos em diversas áreas: na aritmética, na astronomia, ma
química e na área da saúde.
A medicina egípcia apresentava grandes
avanços, como a criação de tratamentos médicos, delicadas intervenções
cirúrgicas e tratamento de doenças, destaca-se ainda, a mumificação de
cadáveres.
A fim de resolver problemas práticos
desenvolveram técnicas como o controle das inundações, a construção de
sistemas hidráulicos, a preparação da terra para a semeadura de acordo
com o ciclo das estações.
As manifestações artísticas tinham
evidente conotação religiosa sempre voltadas para a glorificação dos
deuses e a vida de alguns faraós.
Na arquitetura e na engenharia a construção de pirâmides e
templos representaram um grande avanço em tais áreas.
A ESCRITA EGIPCIA
A escrita egípcia era feita com sinais ou
caracteres pictóricos que representavam imagens de pássaros, insetos,
objetos, etc., conhecidos como hieróglifos.
Segundo a maioria dos historiadores, os
egípcios começaram a utilizar os hieróglifos por volta de 3200 a.C.
Essa, com certeza é uma das escritas mais antigas do mundo.
Nesta escrita, cada sinal representava
um objeto: havia partes do corpo humano, plantas, animais, edifícios,
barcos, utensílios de trabalho, profissões, armas. Com o tempo, esses
desenhos foram substituídos por figuras mais simplificadas ou por
símbolos gráficos.
Para representar sentimentos, como ódio
ou amor, ou ações como amar e sofrer, os egípcios desenhavam objetos
cujas palavras que os designavam tinham sons semelhantes aos das
palavras que os hieróglifos se referiam a algo concreto, havia um sinal
vertical ao lado de cada figura. Se fossem referentes a algo abstrato,
havia o desenho de um rolo de papiro. Se correspondesse à determinada
pessoa, os hieróglifos traziam sempre a imagem de uma figura feminina
ou masculina, mostravam um pequeno sol. Para completar, os hieróglifos
podiam ser escritos da direita para a esquerda ou vice-versa a ordem
certa, em cada caso, dependia da direção dos olhos das figuras humanas
ou dos pássaros representados.
A partir dos hieróglifos, os egípcios desenvolveram outros sistemas. Veremos agora, em síntese, como eram empregados esses sistemas:
- Hieroglífico: considerado sagrado, era utilizado pelos sacerdotes;
- Hierático: era mais simples, utilizado pelos escribas nos papiros;
- Demótico: o mais simplificado era de uso popular.
Para escrever era utilizado o papiro,
espécie de papel fabricado com o talo de uma planta de mesmo nome,
acompanhado de pincéis, paletas, tinteiros e um pilão. Quando eles iam
escrever esmagavam os pigmentos no pilão e depois transferiam a tinta
para o tinteiro, que tinha duas cavidades: Uma para tinta vermelha e
outra para a tinta preta. Os pincéis eram umedecidos com água que
ficava numa bolsa de couro. Algumas paletas tinham caráter espiritual
para os escribas, sendo guardadas em seus túmulos.
A escrita hieroglífica foi decifrada
pelo francês Jean-François Champollion, que, após anos de estudo,
concluiu seu trabalho em 1822, decifrando a Pedra de Roseta, um pedaço de basalto negro onde estava gravado um texto em grego, hieróglifos e demótico.
Quem realizava este trabalho
de registro eram os escribas.
Os escribas eram altos funcionários a serviço do faraó.
Tinham como dever, anotar o que acontecia nos campos, contar os grãos,
registrar as cheias do Nilo, calcular os impostos que os camponeses
deveriam pagar, escrever contratos, atas judiciais, cartas, além de
registrar os outros produtos que entravam no armazém.
Além da escrita, os escribas tinham que
conhecer as leis, saber calcular impostos e ter noções de aritmética.
Os escribas possuíam um pictograma próprio, representado pela paleta.
Lê-se sech (escrever), e faz parte das palavras relacionadas com
arquivos, impostos e tributos.
A VIDA COTIDIANA DOS EGÍPCIOS
A maior parte da população egípcia
morava em pequenas cabanas feitas de junco, madeira e barro.
As casas eram construídas nos locais mais elevados, para não serem
atingidas pelas inundações. Essas casas, além de fornecer abrigo nas
noites frias, protegiam das tempestades de areia. Nas épocas de muito
calor, as famílias procuravam locais mais elevados para tomar ar fresco
e fugir do mormaço do interior das casas.
A casa dos camponeses era simples,
geralmente com uma única divisão e quase sem móveis. Os camponeses
possuíam apenas algumas esteiras, alguns utensílios de cozinha e alguns
vasos. Como não havia talhares, as pessoas comiam com as mãos.
As casas dos egípcios mais ricos eram
confortáveis. Feitas com tijolos de barro secos ao sol, elas eram bem
decoradas e mobiliadas. Possuíam camas, mesas, cadeiras, e os bancos
tinham assentos de couro ou de palha. Mesmo as casas de alguns
artesãos, que não eram ricos, eram bem melhores que as casas dos
camponeses.
A alimentação dos egípcios consistia de
pão, cebola, alho, favas, lentilhas, rabanetes, pepinos e, às vezes,
peixe. Essa alimentação era regada por cerveja não fermentada. Os
pobres só comiam carne e frutas nos dias de festas. O vinho só aparecia
na mesa dos ricos, que, além dos alimentos citados, consumiam frutas,
queijos e carnes de animais domésticos e selvagens.
Em suas atividades de caça e pesca no
Nilo, os egípcios navegavam em pequenas e frágeis embarcações feitas de
feixes de papiro atados. Os pescadores trabalhavam em grupos e
utilizavam enormes redes. Os nobres, porém, pescavam só por diversão,
com auxílio de lanças.
Os camponeses e artesãos vestiam-se
apenas com um pedaço de tecido, colocado em forma de tanga em volta da
cintura. As mulheres usavam uma longa túnica e os meninos geralmente
andavam nus.
Os ricos usavam trajes mais requintados. Os nobres, por
exemplo, usavam um saiote pregueado e suas mulheres, vestidos bordados
com contas.
Nas cerimônias, tanto os homens como as
mulheres usavam pesadas perucas. Além disso, independentemente de idade
ou sexo, os egípcios gostavam de usar imensas jóias – tiaras, brincos,
colares, anéis, braceletes e pulseiras. Essas jóias podiam ser de ouro,
prata, pedras semipreciosas, contas de vidro, conchas ou pequenas
pedras polidas de cores bonitas.
Os egípcios tinham ainda seus jogos e
divertimentos. Os jovens nobres, por exemplo, costumavam sair em carros
puxados por cavalos para ir ao rio pescar, apanhar aves ou caçar
hipopótamos e crocodilos.
A luta e a natação eram os esportes
mais populares. Os barqueiros costumavam formar equipes e fazer
competições no rio. Nessas ocasiões iam armados com paus a fim de
derrubar seus adversários na água.
Os egípcios apreciavam muito os jogos de tabuleiro. Esses jogos assemelhavam-se aos jogos de xadrez e de damas que conhecemos hoje.
Os egípcios apreciavam muito os jogos de tabuleiro. Esses jogos assemelhavam-se aos jogos de xadrez e de damas que conhecemos hoje.
As crianças egípcias também tinham seus
jogos e brinquedos. Gostavam muito de dançar, disputar jogos de
equipe, e brincar com bonecas e bolas.
AS MULHERES NA SOCIEDADE EGÍPCIA
Os relevos e pinturas dos túmulos
fornecem imenso e importante material para se estudar a vida cotidiana
dos amigos egípcios. Apesar de os grandes túmulos terem pertencido
apenas aos membros dos grupos sociais mais ricos, algumas cenas de seu
interior permitem-nos lançar um olhar sobre o cotidiano de grande parte
da população.
As informações transmitidas por estas
cenas podem ser complementadas por objetos de uso diário, que eram
muitas vezes sepultados com seus proprietários. Os textos literários e
administrativos são também importantes.
Assim, é possível conhecer um pouco o
papel das mulheres no Egito Antigo analisando a decoração dos túmulos.
Nessas cenas, a esposa ou a mãe do proprietário do túmulo têm maior
destaque. Em geral, as duas aparecem vestidas de forma simples, mas
elegante, sentadas comodamente com o homem à mesa de oferendas. Por
vezes, elas acompanham o homem quando ele observa cenas de trabalho.
No outro extremo, encontramos as
mulheres ocupadas em trabalhos servis, fazendo pão e cerveja, fiando ou
tecendo. São atividades feitas, provavelmente, em aposentos domésticos
de uma casa mais rica.
A cor amarelada da pele das mulheres
indica, entre outras coisas, uma menor exposição ao sol do que a dos
homens, representados com aparência mais avermelhada. Isso sugere uma
reclusão maior da mulher.
É possível que não fosse seguro para
elas se aventurarem pelos espaços externos. Um texto de Ramsés III
afirma: "Tornei possível à mulher egípcia seguir seu caminho, podendo
as suas viagens prolongar-se até onde ela quiser, sem que qualquer
outra pessoa a assalte na estrada", o que implica não ter sido sempre
este o caso.
Nos túmulos mais antigos as mulheres
estão ausentes dos trabalhos de maior destaque e das diversões mais
agradáveis. Para além das cenas de tocadoras de instrumentos e de
dançarinas acrobáticas, o papel das mulheres neste período parece ter
sido muito restrito.
As mulheres não tinham quaisquer
títulos importantes e, à exceção de alguns membros da família real e
das rainhas, dispunham de pouco poder político.
O titulo que detinham em geral era o de senhora da casa. Quase todas eram analfabetas.http://www.sohistoria.com.br/ef2/egito/p5.php
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