Regência Verbal – Alguns Casos de Mudança de Sentido

Apostila preparatória para o concurso da prefeitura municipal do Natal



 
Segundo as Gramáticas, regência é a relação entre um termo regente (p.ex.: o verbo) e outro termo que o complementa (p.ex.: o objeto), estabelecida por meio de uma preposição. Assim, para que alguns termos façam sentido nos enunciados em que são empregados, eles precisam de complementos (complemento nominal, no caso de se ligar a um substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio ou objeto direto, no caso de se ligar a um verbo sem preposição e objeto indireto, quando se liga por meio de preposição; ou ainda um adjunto adverbial, que estabelece em que circunstância ocorre a ação do verbo).
Isso posto, vamos discutir especificamente os casos de termos preposicionados que funcionam como OI ou Adj. Adv., mas que, de acordo com a escolha que se faz da preposição para ligá-los aos verbos a que se referem, podem ter o significado alterado (passarão ideia diferente ou ficarão incorretos de acordo com a norma culta).
No primeiro caso, dos verbos que mudam de sentido, podemos destacar estes:

ASSISTIR:

  • no sentido de VER, PRESENCIAR, precisa da preposição A: “Assistimos ao jogo ontem, mas não assistimos à novela.”
  • no sentido de AUXILIAR, não precisa de preposição: “O médico assistiu os feridos no acidente.
  • no sentido de PERTENCER, CABER POR DIREITO, precisa da preposição A, mas o prêmio/direito é que funciona como sujeito na frase e o merecedor dele é o complemento: “O direito de estudar assiste a toda criança.

ASPIRAR:

  • no sentido de TER COMO META, precisa da preposição A: “Todos aspiramos a um bom emprego.
  • – no sentido de INTRODUZIR (pó, odores, fumaça, partículas etc.) PARA DENTRO DE SI, pelo nariz ou pela boca, recolher (pó, odores, fumaça, partículas etc.) por meio de vácuo ou SUGAR, não usa preposição: “Aspirei o perfume das flores.” ; “Aspirei todo o pó dos tapetes.

IMPLICAR:

  • no sentido de PROVOCAR, amolar, precisa da preposição COM : “Meu irmão gosta de implicar comigo.”
  • no sentido de TER COMO CONSEQUÊNCIA; ACARRETAR; PROVOCAR, é transitivo direto, sem preposição: “A perda da comanda implicará o pagamento de multa.
  • no sentido de ENVOLVER (alguém ou si mesmo) em; COMPROMETER em : “Implicou o amigo no assalto.”; “O suspeito implicou-se ao tentar explicar o porte da arma.
  • no sentido de EXIGIR, REQUERER, não precisa de preposição: “Dirigir à noite implica maior atenção do motorista.

Já no segundo caso, ficarão em desacordo com a norma culta (embora sejam encontrados com uma frequência muito grande, infelizmente):

PREFERIR:

É transitivo direto e indireto, mas deve ser empregado nesta ordem: “Prefiro Gramática A Física.” “Prefiro o cinema AO teatro.” (não se usa ‘mais’, nem ‘do que’)

NAMORAR:

É transitivo direto: “Romeu namorava Julieta.” “Eu namorava aquele vestido lindo na vitrine.” ( não se namora com…)

IR ou CHEGAR:

Verbos que indicam deslocamento vão empregar sempre a preposição A no sentido da IDA e a preposição DE no sentido da VOLTA (é uma questão vetorial, diriam os físicos: mesma direção, sentidos opostos hehe) e a preposição EM dá ideia de ausência de movimento:
“Vou À praia sempre que posso.” “Voltei cedo DA festa.” “Fiquei EM casa no domingo.”
Não são apenas esses verbos que levantam dúvidas, mas vamos por partes…
Até a próxima!

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