A população brasileira está passando por um acelerado envelhecimento
populacional devido à significativa redução da taxa de fecundidade desde
a década de 1960 e ao aumento da expectativa de vida dos brasileiros.
Nos
anos 60, a média de filhos por mulher era de 6,28; em 2010, esta média
caiu para 1,90 filhos, ou seja, houve uma diminuição em cerca de 70%. Em
contrapartida, no mesmo período, a longevidade da população brasileira
aumentou 25 anos, chegando a 73,4 anos em 2010 segundo dados do IBGE.
Estima-se
que, em 2050, o percentual de pessoas com mais de 60 anos corresponderá
a cerca de 30% da população do Brasil, o que modificará o perfil da
sociedade brasileira em termos de saúde, demografia, trabalho, estudo e
renda. Em termos de ENEM, portanto, o envelhecimento populacional e suas consequências sociais pode ser um tema da proposta de redação da prova de 2016.
Uma população mais velha exigirá do governo políticas públicas que promovam a autonomia,
a independência e a saúde deste grupo de pessoas. O aumento da
longevidade não deixa de ser uma conquista nacional, já que isso
significa que as condições e a qualidade de vida do brasileiro
melhoraram, mas isso também demanda investimentos em áreas específicas,
como a saúde e a previdência social, por exemplo.
Outra questão
importante é o que economistas e administradores chamam de “bônus
demográfico” ou “janela de oportunidades”. Ambos conceitos se referem às
oportunidades que surgem para um país quando o número de pessoas
economicamente ativas, ou seja, em idade de trabalhar (dos 15 aos 64
anos), é maior do que a parcela da população dependente – menores de
idade e idosos.
Em 2013, cada grupo de cem pessoas em idade ativa
sustentava 46 pessoas dependentes e, segundo o IBGE, até 2022 esse
número sofrerá uma queda, indicando uma grande quantidade de pessoas
economicamente ativas. Porém, a previsão para 2060 é de que cada grupo
de cem indivíduos em idade ativa sustentará 65,9% de indivíduos
dependentes.
Medidas para tentar salvar a previdência social no
Brasil da falência já estão sendo tomadas e sabemos que são medidas nada
populares, como o fator previdenciário e o aumento do tempo de
contribuição ao INSS e de trabalho, para homens e mulheres, para atingir
o teto das aposentadorias.
E em termos de saúde, o que o governo
tem feito? E em termos de educação, lazer e cultura para a população
idosa? O Estatuto do Idoso é respeitado no nosso país? O que você pensa
sobre isso?
Até a próxima semana!
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*CAMILA DALLA POZZA PEREIRA
é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo
funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e
Redação. Foi corretora de redação em importantes universidades públicas.
Além disso, também participou de avaliações e produções de vários
materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da
Educação (MEC).
**Camila é colunista semanal sobre redação do nosso portal. Seus textos são publicados todas as quintas!
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