DONS ESPIRITUAIS - Módulo 3
QUATRO COISAS QUE OS DONS NÃO SÃO:
1o.) Os dons espirituais não são talentos naturais. Todo ser humano, em virtude de haver sido criado à imagem de Deus, possui certos talentos naturais. Talentos são características que dão a cada ser humano uma personalidade sem igual. E de onde vêm estes talentos naturais?
Claro que, sendo Deus o Criador, podemos dizer que, em última análise, eles nos são outorgados por Deus. Porém, possuir talentos naturais nada tem a ver diretamente com ser crente ou membro do Corpo de Cristo. Muitos ateus, por exemplo, possuem grandiosos talentos para determinadas coisas. Os crentes, como qualquer outra pessoa, também têm talentos naturais.
Os dons espirituais não devem ser considerados como talentos naturais consagrados a Deus. Pode haver uma certa ligação discernível entre as duas coisas, contudo. Pois, em alguns casos (não em todos, é claro) Deus toma um talento natural em um incrédulo, e transforma isso em um dom espiritual, quando tal pessoa passa a fazer parte do Corpo de Cristo.
2o.) Não confunda os dons espirituais com o fruto do Espírito.
O fruto do Espírito, em seus vários aspectos, é descrito em Gálatas 5:22 e 23: amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, benignidade, fé, mansidão e domínio próprio. Este fruto é a conseqüência normal e esperada do crescimento, da maturidade, da semelhança com Cristo e da plenitude do Espírito Santo na vida de todos os crentes.
O fruto do Espírito, em seus vários aspectos, é descrito em Gálatas 5:22 e 23: amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, benignidade, fé, mansidão e domínio próprio. Este fruto é a conseqüência normal e esperada do crescimento, da maturidade, da semelhança com Cristo e da plenitude do Espírito Santo na vida de todos os crentes.
O fruto não é descoberto como acontece no caso dos dons; mas desenvolve-se, mediante o andar do crente com Deus, visto que ele entrega a sua vida à direção do Espírito Santo. Se os dons espirituais ajudam a definir o que um crente faz, o fruto do Espírito ajuda a definir o que um crente é.
Este fruto é um pré-requisito para o exercício eficaz dos dons espirituais. Os dons, sem o fruto do Espírito, são inúteis. Os crentes de Corinto tiveram de descobrir isso pelo lado mais difícil. Eles possuíam um ideal conjunto de dons espirituais, de conformidade com o trecho de I Co 1:7, e estavam atarefados na descoberta, no desenvolvimento e no uso de seus dons espirituais. Eram tão carismáticos quanto é possível a uma igreja local ser. No entanto, formavam uma área desastrosa, uma das igrejas mais confusas e derrotadas sobre as quais podemos ler no Novo Testamento.
O problema básico dos crentes de Corinto não era os dons espirituais, mas o fruto do Espírito. Eis a razão pela qual Paulo escreveu o décimo terceiro capítulo de I Coríntios a eles. Ali, pois, Paulo falou profundamente sobre o amor, o primeiro dos aspectos do fruto do Espírito. Ele lhes disse que podiam possuir o dom de línguas, o dom da profecia, o dom do conhecimento, o dom da fé, o dom da pobreza voluntária, o dom do martírio e qualquer outro dom espiritual; mas sem o amor, tudo isso se reduzia a absolutamente nada! (ver I Co 13:1-3).
Os dons espirituais sem o fruto do Espírito são como um pneu de automóvel sem ar.
3o.) Não confunda os dons espirituais com os papéis dos crentes.Quando examinamos a lista dos vinte e sete dons espirituais torna-se patente que muitos deles descrevem atividades que são esperadas de cada crente. Talvez o mais óbvio de todos os dons espirituais seja também um dever do crente – a Fé. Para que alguém se torne crente e participe do Corpo de Cristo, é mister Fé (Ef 2:8 e 9). Somos informados que a Fé faz parte do fruto do Espírito (Gl 5:22). E que “sem fé é impossível agradar a Deus”(Hb 11:6). Em outras palavras, o estilo de vida de todo crente, sem qualquer exceção, deve ser caracterizado, dia após dia, pela fé. Acima de tudo isso, entretanto, é o dom especial da fé, que é dado por Deus a apenas alguns poucos membros do Corpo.
Quando discutimos sobre o dom da hospitalidade, vimos que algumas pessoas recebem uma capacitação especial do Espírito para hospedarem, entretanto, isto não significa que os demais crentes não devam se sentir privilegiados por oferecer seu lar a receber outras pessoas. A oração é, ao mesmo tempo, um privilégio e uma responsabilidade para todo crente. Esse é outro exemplo do papel cristão. Ninguém precisa do dom de intercessão para falar com Deus.
Por igual modo, alguns têm o dom do ministério ou do serviço, mas todos os crentes devem servir uns aos outros (Gl 5:13). Alguns crentes receberam o dom da exortação, mas todo0s têm o papel de se exortarem mutuamente (Hb 10:25). Alguns receberam o dom ministerial de evangelista, mas de todos os crentes espera-se que exerçam seu papel de testemunho cristão (Atos 1:8).
4o.) Não confunda os dons espirituais com dons simulados. Leia Mt 24:24 e observe o alerta que Jesus nos faz. Jesus também falou sobre aqueles que profetizariam e expeliriam demônios em Seu nome, mas que na realidade seriam praticantes de iniquidades (Mt 7:22 e 23).
No Egito, quando da ação de Moisés em prol da libertação do povo israelita, os mágicos de Faraó puderam imitar um bom número das obras prodigiosas que Deus realizou por intermédio de Moisés (confira em Ex 7 e 8).
Peter Wagner refere-se ao relato de um ex-médium espírita, Raphael Gasson, que se converteu e que narra num livro a maneira como Satanás imita os dons do Espírito. Relata também a experiência de um evangelista, Petrus Octavianus, da Indonésia. Conta que em certa ocasião este pregador dirigia a palavra a uma grande audiência de três mil pessoas, em Stuttgart, na Alemanha. Ao fim da exposição ele pediu um momento de oração silenciosa. Quando tudo estava quieto, um homem da plataforma levantou-se e começou a falar em línguas. Petrus voltou-se para ele e, no nome de Jesus, ordenou que ele fizesse silêncio. Explicou mais tarde que percebeu, pelo Espírito, que aquela fala era produzida pelo inimigo.
Dom 5: Contribuição.
Não há dúvida de que todo crente deve entregar uma décima parte de seus rendimentos ao Senhor. De acordo com a Palavra, cada crente deve contribuir com bom ânimo (II Co 9:7). Esse é o papel cristão, e não há exceções. Há pessoas que enganam regularmente a receita federal, o patrão... Mas ninguém engana a Deus: Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7).
R. G. LeTorneau, um grande industrial texano, era possuidor do dom da contribuição. A pergunta-chave foi descrita em sua autobiografia. Ali, ele disse: “A pergunta não é tanto quanto do meu dinheiro eu dôo a Deus, mas antes, quanto do dinheiro de Deus eu retenho”. Ele respondeu a essa pergunta, dedicando noventa por cento dos bens de sua companhia à sua fundação evangélica; e então, ele e sua esposa doaram noventa por cento das rendas que tinham ganho de sua parte nos negócios que dirigiam. Mas nunca faltou coisa alguma a ele e à sua esposa.
Esse dom espiritual também é conferido a pessoas que ganham pouco. O apóstolo Paulo mencionou os crentes da Macedônia, os quais doaram com base em sua pobreza (II Co 8:1 e 2). O comentário de Jesus sobre as moedinhas da viúva, que, assim, contribuiu mais do que fizeram certos homens ricos (Mc 12:41-44) é um passo bem conhecido.
James McCormick, é um homem milionário, empresário da indústria de construções, em Birmingham, Alabama. Ele descobriu seu dom de contribuição quando ainda estava trabalhando em uma loja de tecidos e ganhava trinta e cinco dólares semanais. Naquela época ele votou dar cinqüenta por cento de seus rendimentos ao Senhor e assim vem fazendo desde então.
O dom da contribuição é a capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para contribuírem com seus recursos materiais para a obra do Senhor e isso com liberalidade e satisfação.
Dom 22: Pobreza Voluntária.
É aquela capacidade especial que Deus confere a certos membros do Corpo de Cristo para que renunciem aos confortos e luxos materiais, e adotem um estilo de vida equivalente ao daqueles que vivem em nível de pobreza, dentro de uma dada sociedade, a fim de servirem a Deus com maior eficiência.
John Wesley foi dotado dos dons da contribuição e da pobreza voluntária. Quando morreu ele deixou luma bem conhecida capa, bem desgastada, e duas colheres de chá de prata, como suas propriedades. Durante sua vida, entretanto, ele tinha doado ao Senhor cerca de cento e cinqüenta mil dólares.
George Muller, de Bristol, Inglaterra, foi outro crente dessa categoria. Ele morreu deixando propriedades pessoais no valor de oitocentos e cinquenta dólares. Foi um homem pobre durante sua vida inteira. No entanto, quando seus livros contábeis foram examinados, após a sua morte, foi descoberto, para surpresa de todos, que, através dos anos, um total de cento e oitenta mil dólares foram doados por um doador identificado somente como “um servo do Senhor Jesus, o qual, constrangido pelo amor de Cristo, busca ter um tesouro no céu”. O doador, naturalmente, foi o próprio Muller.
Dom 13: Discernimento de Espíritos.
O NT ensina claramente que todo crente precisa ser capaz de distinguir entre o bem e o mal, o certo e o errado. O trecho de Hb 5:14 alude àqueles que “têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal”. Os crentes de Beréia foram elogiados por não serem ingênuos. Eles comparavam com as Escrituras o que os apóstolos diziam, conforme todos nós devemos fazer (Atos 17:11). A passagem de I Jo 4:1 é explícita ao dizer: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo”.
Essas passagens descrevem o papel cristão do discernimento. Entretanto, acima e além daquilo que se espera de todos os crentes, há um dom de discernimento de espíritos, conferido a apenas alguns poucos crentes. Trata-se de um dom que talvez não seja exercido com freqüência. Aqueles que o possuem talvez até se mostrem relutantes em usa-lo, porquanto, o mesmo requer muita coragem espiritual. Mas é reconfortante para o Corpo interior de Cristo saber que Deus não deixou os crentes indefesos contra as táticas de Satanás e suas forças malignas.
O dom de discernimento de espíritos é a capacidade especial que Deus dá a alguns membros do Corpo de Cristo que os capacita a saber, com segurança, se determinado comportamento, que se apresenta como oriundo de Deus é, na realidade, divino ou então humano ou satânico.
Dom 27: Exorcismo (ou libertação).
O dom do exorcismo é a capacidade especial que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo para que expulsem demônios. Como já temos destacado nesta estudo, também com relação a este dom, qualquer crente em Jesus tem autoridade para expulsar um demônio. Acontece que Deus provê a algumas pessoas uma capacidade especial para atuarem nesta área em benefício da Igreja.
É razoável crermos que o conjunto discernimento de espíritos-exorcismo é outro daqueles dons hifenados, como o de pastor-mestre. Parece que este conjunto estava em operação quando o apóstolo Paulo mostrou-se indignado diante da jovem escrava, em Filipos, que não cessava de dizer: “Estes homens são servos do Deus Altíssimo, e vos anunciam o caminho da salvação”. Essas palavras não parecem conter qualquer coisa de errado, mas Paulo foi capaz de discernir que um espírito maligno estava falando por intermédio dela, e assim expulsou o espírito (Atos 16:16-18).
A libertação não deve ser praticada sem o dom paralelo do discernimento de espíritos.
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